O HOMEM
Síntese:
1- O homem é imagem e semelhança de Deus, mas uma imagem ofuscada pela individualidade (egoísmo).
2- Deus fez o homem para amá-lo, mas o prazer do homem é desobedecê-lo.
1- O homem é imagem e semelhança de Deus, mas uma imagem ofuscada pela individualidade (egoísmo).
2- Deus fez o homem para amá-lo, mas o prazer do homem é desobedecê-lo.
Comentário 1:
Imagem e semelhança.
Deus
criou tudo o que existe agindo conforme sua palavra. Fez cada coisa segundo
suas propriedades. Aos minerais deu formas cristalinas, aos vegetais formas e
movimentos, e aos animais, formas, movimentos e instintos. Ao homem deu forma,
movimento, instinto e vontade, e fez nele sua imagem e semelhança, como um
‘filho’. Segundo o livro do Gênese (1,31) ‘Deus contemplou toda sua obra, e viu
que tudo era muito bom’. Mas o homem desobedeceu, comeu o fruto da árvore da
ciência, e abriu a inteligência para o mal que não conhecia.
O
homem é semelhante a Deus, pois tem consciência, inteligência, liberdade e
razão. É imagem quanto à vontade. Como a imagem é invertida em relação ao
objeto, a vontade do homem é contrária à vontade de Deus. O homem é corrompido por
sua vontade e liberdade, mas pode se recuperar usando a inteligência e a razão.
Então Deus e o homem têm caminhos paralelos, que não se encontram, ou melhor,
se encontram no infinito. Melhor ainda, seus caminhos se encontram no eterno
‘agora’ da vida.
Comentário 2:
O instinto.
Os
instintos são leis dadas por Deus aos animais para protegê-los da morte.
O
homem tem os seguintes instintos:
a) De preservação da espécie. Este
instinto leva à reprodução, trabalho, união, medo, guerra e bondade, nas
variações positivas e negativas. Ele faz viver em grupo para:
1) reproduzir para manter a espécie, e
2) participar na defesa do grupo.
b) De preservação individual ou
de sobrevivência. É o que leva o mais adaptado a sobreviver. É a ‘lei do mais
forte’ ou seleção natural. Leva ao egoísmo, competição, infidelidade, avareza e
medo da morte, nas variações positivas e negativas.
c) De liberdade e independência.
É o que gera a vontade. Leva à iniciativa, pesquisa e escolha, nas variações
positivas e negativas.
d) De domínio e poder. É o que
leva a vencer, à paixão, idolatria, dependência, valentia, violência, e formar
grupos de tarefas, nas variações positivas e negativas.
e) O espírito não é instinto, mas
os espíritos agem sobre o homem, e atuam sobre sua vontade ampliando os
instintos, corrompendo-os, formando pensamentos e vontades.
Como
os instintos agem?
Os dois primeiros grupos de
instintos citados levam ao medo e insegurança, depois à experimentação, à
insatisfação, e por fim à escravidão.
Os dois últimos grupos levam o
homem crer na sua imortalidade. Quando jovem não pensa na morte, e a desafia
constantemente, com valentia e violência. Quando velho transfere a imortalidade
para a alma já que a morte do corpo é visível. Apoia as lutas entre os jovens,
para selecionar novos líderes.
O
instinto de sobrevivência age quando há fome, perigo de vida e opressão. Faz o
homem fugir destas situações.
O
instinto de domínio age naquele que é forte, para conquistar o fraco. O fraco
tem medo do opressor e da incerteza do que lhe pode acontecer. Isto gera uma
reação irracional e violenta. E o opressor tem medo da reação do oprimido.
O medo
é a parte negativa dos instintos, e dá ao homem características violentas, tal
como: a dominação, autoafirmação, desrespeito a tudo e a todos, apoio ao mais
forte em detrimento da justiça. Tudo isso é mau para a humanidade, pois onde há
força, há abuso, submissão e escravidão.
A
vontade de Deus é que se viva sob seu domínio, onde prevalecem as virtudes de
justiça, compreensão, amor, caridade, união, espírito de bem. Para viver a
vontade de Deus, o homem deve superar seus instintos (sua vontade, paixão,
sentimento e emoção) usando a razão e a consciência (ciência com Deus). Mas o
homem extrapola seus instintos, e isto provoca vícios. Só a razão pode mudar os
vícios em virtudes, pois a razão é o controle do instinto. Como diz Paulo na
sua carta aos Efésios (Gl5,16s):
‘Deixe
se conduzir pelo Espírito (Santo), e não satisfaça os apetites da carne. Porque
os desejos da carne se opõem aos do Espírito, e estes aos da carne; pois são
contrários uns aos outros. Mas se deixar guiar pelo Espírito, não está mais sob
a lei’, porque ‘o fruto do Espírito é a caridade, alegria, paz, paciência,
afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança. Contra estas coisas não
há lei’. ‘As obras da carne são: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria,
superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdias, partidos,
invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes’.
O
homem deve procurar crescer espiritualmente, pois com liberdade (livre
arbítrio) pode escolher o que é humano (instintivo, material, emotivo e
sentimental) ou o que é divino (santo, sensação e racional). Ao escolher o
humano ele se limita a ser um animal, e ao escolher o divino, ele deixa de ser
animal para se tornar filho de Deus.
Faça o
teste para ver o quanto você está próximo de Deus. Analise sua vida, e escreva
as 10 coisas que mais gosta (de fazer, de ter, de sentir) entre todas.
Depois verifique uma a uma se são virtudes ou vícios. De quanto
mais virtudes você gostar mais próximo de Deus estará.
Nota: O vício faz pensar que ‘tudo que é bom é pecado’.
Nota: O vício faz pensar que ‘tudo que é bom é pecado’.
Comentário 3:
Liberdade e consciência.
Consciência significa saber junto com alguém. No homem, significa
conhecer junto com seu criador. Conhecer as coisas de Deus, pois o homem necessita
ter consciência da verdade para ser livre. Jesus disse: ‘conheça a verdade, e
ela te libertará’. Jesus é a verdade e o conhecimento de Deus (Cristo,
palavra). Este conhecimento é a Palavra que está escrita na Bíblia.
Comentário 4:
O Erro humano.
A
união entre o homem e Deus se dá pelo amor, perdão, paciência, mansidão, humildade,
simplicidade, controle. A divisão entre os homens afasta-os de Deus, logo
toda causa de divisão é maléfica. A vontade leva o homem à divisão, pois cada um quer tudo do seu jeito. Isto o torna individualista, egoísta, autoritário, arrogante,
soberbo, invejoso, autossuficiente, impaciente. Afastar-se de Deus
continuamente leva à decadência, a amar a violência e a destruição. Isto não
quer dizer que há dois poderes soberanos, o bem e o mal, mas que há uma falta
de entendimento do homem para com Deus. A bipolarização existe, mas ela é entre
o homem e Deus, que são imagem e objeto, perfeição e pecado, e o erro do homem
é o mal que o afasta de Deus. Culpa-se o demônio pelos erros que se comete, mas
isso é fugir da responsabilidade. E se assim for, o demônio passa a ser o
salvador, o que paga por nossos erros, substituindo Jesus. Assim culpar o
demônio pelos nossos erros é uma heresia.
O DESTINO E O
SOFRIMENTO:
Síntese: O homem é um animal, e
segue um ‘projeto’ estabelecido por Deus, mas como ele pensa, ele pode se
desviar do projeto afastando-se da vontade de Deus.
Comentário:
Dizem
que o homem tem um ‘destino’ traçado desde seu nascimento. Outros dizem ter
‘carma’ de encarnações anteriores. Mas nada disso é verdade, pois Deus dá a
todos as mesmas condições de vida, sem distinção. O projeto básico do homem é o
mesmo, de um animal agindo por instinto, conforme seu DNA. As ações instintivas
podem trazer benefícios e sofrimentos, para si e para os outros. Aquele que
sofre, não é escolhido por Deus para sofrer. Pode-se sofrer em consequência de
uma ação instintiva sua ou de outro. Muitos erram, e acham que não. Procuram um
culpado para seu sofrimento. É fácil aceitar o sofrimento quando se reconhece o
erro, mas é difícil aceitar sofrer pelos erros dos outros. Eis a questão, meu
erro pode prejudicar o outro, e eu não me importo, mas não aceito sofrer pelo
erro do outro.
A
teologia cristã vem socorrer o mais fraco e o injustiçado, quando afirma que
Jesus morreu inocente por nossos erros. Com o exemplo de Jesus o injustiçado é
consolado, pois se identifica com Jesus, e tem a oportunidade de perdoar o seu
ofensor. Ele adquire sabedoria de que seus atos podem causar sofrimento aos
outros, se esforça para evitar isso, e assim cumpre o mandamento de amar ao
próximo como a si mesmo.
O mais
fraco é o que mais sofre, porque na lei do instinto vence o mais forte, mas
apesar de vir dos instintos esta não é a vontade de Deus. Os instintos fazem o
homem mais inteligente quando ele quer se desviar de seus efeitos nocivos. Deus
fez o homem inteligente para fugir do domínio dos instintos, e ficar sob seu
domínio no seu reino, deixando de ser animal para ser santo.
Mesmo
desejando cumprir a vontade de Deus não se consegue fazê-la de forma correta, e
se comete erros. De um modo geral o homem é imperfeito e injusto, não consegue
fazer as coisas como devem ser feitas. O erro pode trazer sucesso e riqueza, ou
fracasso e sofrimento para si e para os outros. Quem sofre devido a sua maldade
merece o sofrimento, e quem sofre pelo erro do outro, assemelha-se a Cristo,
que sendo inocente, sofreu e morreu pelos erros dos outros.
O DESTINO E AS
CALAMIDADES
Síntese: A ciência do homem é
dada por Deus para ele respeitar sua vontade (de Deus), mas o homem o desafia
todos os dias.
Comentário:
Quando ocorre uma catástrofe natural normalmente se pergunta se Deus é de fato
bom, se esta é sua vontade, pois muitas pessoas são prejudicadas. Ocorre que a
vontade de Deus já está definida desde a criação do mundo, esta vontade é
expressa pelas leis da natureza. Mas Deus deu inteligência ao homem para evitar
o que for possível. Conhecem-se as áreas de risco de enchentes, deslizamentos,
vulcões, terremoto, gelo, maremotos, desertos, etc. O homem ocupa estas áreas
sem temor algum, e se ocorre uma catástrofe culpa Deus por não tê-la evitado.
As pessoas, governos, comerciantes, industriais não se importam com estas leis,
e desafiam Deus. Preferem a sua própria ciência, as leis do mercado, a produção
próxima do consumidor, a fábrica perto da matéria prima, a casa perto do
emprego, o lugar da moda, o lugar rico, e outros milhares de justificativas, e
se esquece da condição mais importante, que é de se afastar do perigo que certamente
virá.
Por
exemplo. Sabe-se que existe na Califórnia (USA) uma falha geológica de alto
grau de risco de terremotos, mesmo assim, esta é a região mais rica do mundo.
Sobre a falha geológica, construíram (e constroem) grandes cidades, centros de
alta tecnologia, fábricas, tudo o que há de melhor. Sabem que tudo está
condenado! Fazem filmes catastróficos sobre a região, ganham dinheiro com isso,
e atraem ainda mais investimentos para lá.
No
Brasil, um bom exemplo são as favelas, ou estão nos barrancos ou nos córregos.
Terrenos baratos e impróprios que as pessoas compram, por pobreza e falta de
opção, e os governos deixam, e ainda dizem que resolveram o problema da
pobreza. Não pensam em problemas, acham que não os terão, e que Deus tem que
ajudar. Assim uma questão técnica se torna moeda política e um grande problema
social. Um desrespeito triplo: à pessoa, ao cidadão e a Deus.
PREDESTINAÇÃO
Síntese: O projeto de Deus é para
todos, e a predestinação anula a fidelidade de Deus.
Comentário:
Deus
criou o homem perfeito e santo, e sua vontade é que ele continue assim. Mas o
homem é capaz de traçar o seu destino, e prefere viver a sua vontade à de Deus.
Todos foram criados santos, e após o pecado, todos também são predestinados a
serem santos e filhos de Deus em ‘Cristo’. Acontece que ninguém quer ser santo,
e só Jesus aceitou.
A
predestinação incondicional nega a salvação do homem por Jesus, pois ele morreu
por todos que crerem nele, não só por um grupo predestinado. Veja, Israel foi
eleito o povo de Deus para receber seus ensinamentos. Isto é eleição. Mas
Israel não aceitou, e não usufruiu dos benefícios da eleição. Mas pode voltar
atrás, e aceitar a eleição, então receberá seus benefícios. Então nem Israel
nem o novo povo de Deus (os cristãos) são predestinados, mas são escolhidos,
pois têm que aceitar a vontade de Deus.
Esta
aceitação é escolha ou livre arbítrio. Às vezes este livre arbítrio parece não
ser tão livre assim, pois temos impressão que não há escolha. Esta falta de
opção, às vezes, vem por decisões tomadas por nós ou por gerações anteriores.
Exemplo: Hoje, muitos descendentes de imigrantes europeus aqui no Brasil, sofrem.
Se seus ascendentes tivessem ficado na Europa, apesar da crise da época, hoje
estariam em situação melhor lá na Europa. Já os descendentes de escravos, é o
contrário, pois seus ascendentes foram escravizados lá na África para escapar
da morte, e aqui no Brasil, mesmo como escravos tinham condições melhores que
lá.
Paulo
diz (Rm8,28s): ‘sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que
amam a Deus, daqueles que são eleitos, segundo os seus desígnios. Os que ele
distinguiu de antemão, também os predestinou a serem conformes à imagem de seu
Filho’. Neste texto, a predestinação impõe as seguintes condições:
1- amar a Deus
2- ser conforme a Cristo
Supondo que haja a predestinação.
Se um predestinado não aceitar uma das condições ele estará suspenso até que
aceite. Se um não predestinado aceitar ele será salvo.
Novamente (Rm11,16s) Paulo faz uma comparação do povo judeu com uma
oliveira boa, e do povo pagão convertido com uma oliveira selvagem.
Exemplificando que Deus fez um enxerto. O ramo bom foi cortado, e foi enxertado
o ramo selvagem. Ele diz: ‘Se Deus não poupou os ramos naturais, bem não poderá
poupar a ti’. E mais, ‘E eles, se não persistirem na incredulidade, serão
enxertados; pois Deus é poderoso para enxertá-los de novo’.
A
predestinação incondicional à salvação é dupla heresia, porque faz Deus ser
seletivo, e tira o Senhorio de Jesus, mas sabemos que Deus é bom, não distingue
pessoas, e que Jesus é o Senhor.
A QUEDA
Síntese: O homem não se aproxima
de Deus, porque prefere ser diferente.
Comentário 1:
O progresso da ciência.
A ação
(Espírito) com conhecimento (ciência de Deus) produz matéria, tempo e vida. O
tempo transforma a matéria, reduz sua vida, e isto é a imperfeição física. O
homem também tem a imperfeição moral, que ocorre quando a inteligência
extrapola à vontade de Deus expressa nos instintos, transformando-a em maldade
(pecado). A diferença entre o animal e o homem é que o primeiro usa os instintos
para sobreviver. Como o animal não pensa, ele se restringe ao instinto, é
dominado por ele, e cumpre a vontade de Deus. O homem pensa, e não se guarda
dentro dos limites do instinto, ao contrário, ultrapassa-os o quanto pode. É
insaciável. Usa e abusa dos instintos. A consequência deste procedimento é a
maldade. Este processo se chama de ‘queda do homem’. Ele deixa a vida perfeita
no paraíso para viver sua vontade no mundo, e se depara com uma luta pela
sobrevivência.
Na
Bíblia a queda é explicada por Adão e Eva que desobedecem à vontade de Deus, e
comem o fruto do conhecimento. Logo o pecado original é a desobediência
motivada pela sede de conhecimento. Então deve se cuidar para que a necessidade
de conhecer (descobrir, pesquisar e resolver) não leve o homem a situações
indesejadas.
Aqui faço
um parêntesis para definir:
a) A descoberta vem de Deus
através da natureza, onde o homem descobre, ou melhor, acha a solução para o
problema.
b) A invenção é algo que o homem
cria por inspiração de um espírito, seja revelado por Deus ou por outro
espírito. Ela não visa diminuir sofrimentos, mas trazer melhorias, atender
desejos e vontades dos homens. A invenção tem efeito colateral, cria novos
problemas.
Continuando. Onde se conclui que a desobediência de Adão foi devido ao
conhecimento extra que ele quis adquirir para sua vantagem. Hoje ela se
apresenta como progresso. Mas o progresso é necessário, e como viver sem ele?
Mas o preço não é muito alto? Observe as cidades, os derivados de petróleo, a
poluição, as habitações, a destruição do meio ambiente e outros problemas. A
Bíblia ensina que o preço do pecado é a destruição e a morte. E não é? O mundo
caminha para o abismo, e espera que no caminho apareça uma solução, mas a
solução de hoje será o problema do futuro. Um beco sem saída! Não há esperança
no homem! Não se pode esperar pelo homem.
A
Bíblia diz no livro do Apocalipse que, apesar dos flagelos e sofrimentos, a
humanidade não será destruída. Há uma solução. Há uma esperança em Deus. Ele
acompanha o homem indo por caminhos tortuosos, como um pai vê o filho que se
volta para o álcool, às drogas, ao banditismo, e percebe que seu fim está
próximo. O pai não pode fazer nada se o filho não quiser. Mas Deus age com amor
e sabedoria, e tem a solução, é só observar. Veja que os países desenvolvidos
têm um padrão de vida melhor. No seu tempo de pobreza destruíram o meio
ambiente para crescer. O ambiente se reequilibrou, e ainda consegue sustentar o
povo. O padrão de vida melhorou, mudou o comportamento das pessoas, e reduziu a
taxa de natalidade (sem o homem querer, mas porque Deus quis). Os países
subdesenvolvidos passarão por este mesmo processo, evitando a autodestruição (pelo
socorro de Deus). Esta é uma solução perfeita e inteligente de Deus.
Nos
anos 80 ocorreu a crise do petróleo. Desde lá, os cientistas tentam descobrir
uma bateria que tenha a capacidade para alimentar uma casa, ou um carro por
pelo menos por 15 dias, mas sem sucesso até os dias de hoje (2015). Mas Deus
irá mostrá-la (revelar) a um ignorante e pobre, pois a Bíblia diz: 'O que é
tolo para o mundo Deus escolheu para confundir os sábios, e o fraco para
confundir os poderosos’. (1Cor1,27).
Veja que o
assunto mudou completamente; é como disse, ao se aprofundar no conhecimento, o
homem termina se desviando do objetivo, e altera o resultado. Este é o pecado.
Comentário 2:
Voltando à queda do homem.
A história do pecado.
O
homem primitivo quase não usava o raciocínio, vivia no instinto, na lei do mais
forte, pela ganância, querendo dominar e escravizar. Explorava, mas temia ser
explorado por um mais forte. À medida que progredia tecnicamente e
racionalmente, o medo aumentava na proporção, e a segurança passou a ser
prioritária. Hoje ainda é assim. A urbanização, a modernização, o progresso
atraem as pessoas para a cidade, que passam a viver nos limites da
sobrevivência, e precisam urgentemente de melhores condições de vida. O
progresso material e o materialismo não são suficientes para livrar (salvar) o
homem desta luta. Nem o humanismo (ele próprio). A salvação é se afastar da
falsa inteligência, emocional, instintiva, materialista, humana, e se voltar
(converter) para a inteligência de Deus, racional, espiritual, que tudo sabe e
cria. Porque as causas da queda foram:
a) na religião, a desobediência.
b) na ciência, a curiosidade.
c) na vida, a insatisfação.
E tudo isso acontece hoje, ao
mesmo tempo.
Comentário 3:
O pecado original é o sexo.
O
homem pecou pela primeira vez com o ato sexual. Este era o ensinamento da
igreja na Idade Média, e não representa o ensinamento bíblico, pois na Bíblia o
sexo não é pecado, ao contrário, é estimulado. Deus ordena ao homem que cresça
e multiplique (dentro das regras morais). O ensinamento de que sexo é o pecado
original vem do ocultismo, pois nele o sexo foi a causa da queda dos anjos,
tornando-os humanos. Um anjo hermafrodita e puro evoluiu para homem e mulher
impuros.
Comentário 4:
O pecado e a misericórdia.
O
conhecimento traz sofrimento, pois o conhecedor se relaciona com ignorantes, e
isto o deixa angustiado. Adão comeu o fruto da árvore do conhecimento,
desobedecendo a Deus, e gerou o pecado. O pecado foi a desobediência cuja
consequência é conhecer o mal, e ele traz sofrimento e morte. Assim se percebe
a diferença entre as naturezas humana e a divina. A humana é ciência de
‘progresso’ que traz sofrimento. A divina é ciência de amor e misericórdia.
Então o empresário é o homem ignorante que produz coisas que trazem sofrimento
à humanidade. O homem conhecedor é aquele que ajuda o irmão em sua angústia
criando coisas para corrigir os efeitos maléficos do progresso. A nova
tecnologia é o mal, e a tecnologia corretiva é o bem. Como já disse anteriormente,
hoje se necessita da tecnologia de acumuladores de energia elétrica, para
corrigir problemas causados pelas tecnologias poluidoras do ar, aplicadas em
automóveis e indústrias. A tecnologia do homem (invenção) vem dos centros
sofisticados, mas a revelada por Deus vem de homens sem estudo acadêmico nem tecnologia.
A RECONCILIAÇÃO
Síntese: O homem deve deixar sua
vontade, converter (mudar) para se aproximar de Deus.
Comentário:
Adão e
Eva eram puros e eternos, pois faziam a vontade de Deus, mas foram seduzidos
por sua vontade, desobedeceram, adquiriram o mau conhecimento, que modificou
seus pensamentos, e os afastou de Deus. Sabendo o que tinha acontecido Deus os
chama, e eles cheios da sabedoria humana se esconderam. Poderiam responder ao
chamado, se arrepender, e ficar no paraíso, mas não se arrependeram, pois
gostaram do que provaram, e fugiram para longe de Deus. Esta estória é contada
para alertar que Deus quer o homem de volta. Ele o chama, e o atrai para a
reconciliação. Quer perdoá-lo, restaurá-lo, e levá-lo de volta ao paraíso. Mas
o homem continua fugindo! Não quer reconhecer seu erro e sua imperfeição nem
quer deixá-los, e voltar para Deus.
Deus
chama para renunciar à natureza humana, e viver sob a natureza original (divina),
mas o homem resiste ao chamado. Foge para os modos existenciais inferiores,
onde a vida é mais instintiva, cheia de sofrimento e com morte espiritual.
Quando sofre, o homem se lembra de Deus, e pede ajuda. Deus o socorre por
misericórdia. Passado o sofrimento volta a ser como antes, e foge novamente.
Corre atrás de sonhos, planos e desejos, e não percebe que são ilusões, engano
e sofrimento. E o ciclo de sofrimento, socorro e ingratidão se repete. Nos
momentos difíceis deixa Deus agir, nos momentos bons se satisfaz com sua
vontade, e não aceita Deus. Algumas pessoas conseguem entender isto, e rompem o
ciclo. Renunciam a sua vontade, e aceitam a vontade de Deus.
A
aceitação da vontade de Deus deve ser livre e por amor. Uns aderem por
tradição, e se lamentam pelo que deixaram para trás. Outros querem uma
recompensa futura, o céu, como ensina a igreja. Mas a adesão por interesse não
tem valor, porque Deus quer o amor e a misericórdia, e não o sacrifício. E a
vontade de Deus é que o ame sobre todas as coisas (Tê-lo sempre no pensamento),
e ame ao próximo como a si mesmo. Simplesmente amar sem nada em troca.
OS INSTINTOS E
O PECADO
Síntese: Pecar é se iludir, se
enganar, portanto não é a vontade de Deus.
Comentário 1:
Os instintos e o pecado
Pecado
é uma falha no comportamento que ocorre quando o instinto passa dos limites, e
forma os defeitos de personalidade: egoísmo, autossuficiência, avareza, gula, soberba,
manias, vícios.
Jesus
após o batismo foi tentado três vezes. Isto significa haver três grupos de
pecados, que são: ter, querer e poder.
1- O ter é querer e acumular
coisas materiais e financeiras, e se possível tudo para si.
O ter faz a pessoa valorizar as coisas materiais mais do que elas valem.
O ter faz a pessoa valorizar as coisas materiais mais do que elas valem.
2- O querer é satisfazer os
desejos emocionais, como ambição, sexo, ciúme etc.
3- O poder é dominador e glorioso,
e o homem o deseja muito.
Tipos
de pecados: simples e sistemáticos.
1- Os simples são os mais
conhecidos, pois são fáceis de serem identificados, como: matar, roubar, desrespeitar,
adulterar, trair.
2- Os sistemáticos são difíceis
de identificar, e nem se parecem pecados. Quase sempre desrespeita o primeiro
mandamento. Implicam em não idolatrar, ou seja, não se subjugar (respeitar
todos, sem ser dominado). Não praticar o bem comum. Desprezar as virtudes. Participar
ou coparticipar do mal.
Ex: Não é pecado querer ter
saúde, ter boa situação financeira, nem para si nem para os outros, mas se para
adquiri-los usa-se a lei do mais forte, a competição e a corrupção, então se torna
pecado. Neste caso, ainda pode haver outros pecados envolvidos, como: ambição, desrespeito,
esperteza, egoísmo, aproveitar-se da ocasião, usurpação, uso de poder, uso de
influência, preconceito, nepotismo, exploração, corrupção, coação, ameaça,
troca de favor, chantagem, violência, poder de máfias e poder paralelo.
As consequências do pecado são:
1- a morte espiritual (autodestruição,
doenças, vícios e escravidão)
2- o desequilíbrio social (marginalização e
violência)
3- a destruição do meio ambiente
4- menor qualidade de vida
Como o assunto é complexo,
elaborei o quadro abaixo resumindo a influência dos instintos no pecado, e os
associei às tentações de Jesus no deserto, após o batismo.
Análise dos instintos, suas fontes
(tentações) e consequências.
Comentário 2 :
Pecados de impureza e imperfeição.
Toda
injustiça é um pecado, ou seja, injustiça e pecado são a mesma coisa. Injustiça
na teologia é não obedecer a Deus, assim uma coisa que parece injusta para o
homem, se for a vontade de Deus passa a ser justa, e vice-versa.
Tipos de pecados de impureza e
imperfeição.
1- As impurezas, ou pecados
propriamente ditos, são atos de maldade conscientes ou não, que afastam o homem
de Deus. Faz esquecer que Deus existe. Torna o homem pior, e o leva de volta à
vida animal.
2- As imperfeições são atos que
mesmo não ‘pecando’, o torna imperfeito.
Elas não deixam o homem se
aproximar de Deus. Impedem que o descubra, e goze de suas graças aqui na terra.
Impedem o aperfeiçoamento da pessoa.
O
homem materialista dá mais importância à impureza que à imperfeição, pois quer
se purificar, e se esquece de se aperfeiçoar. O homem espiritual quase superou
as impurezas, e procura a perfeição. A purificação consiste em se limpar dos
pecados, enquanto a perfeição consiste em eliminar suas causas. Quando se
aperfeiçoa, se purifica. Quem se purifica, e não se aperfeiçoa, volta a pecar,
porque a causa do pecado continua.
Comentário 3:
O pecado e a política
Na
antiguidade os governantes eram considerados representantes de Deus, e buscavam
o bem comum, ou pelo menos tinham a intenção de busca-lo. Hoje o espírito
humanista vê a economia como produção e consumo, e o homem seu agente.
Veja o paradoxo. No humanismo
tiraram Deus para colocar o homem no centro das coisas, mas o centro é o poder,
e tudo gira em torno dos poderosos. Não há bem comum, só há bem para o núcleo.
Isto implica em:
1-
Criação de leis que fomentam o instinto de competição e violência.
2-
Falta de políticas voltadas para o bem comum, como: habitação, educação, saúde,
alimentação, transferência de conhecimento, combate à violência, combate à
exploração e à escravidão.
3-
Favorece ao instinto de domínio, como autoritarismo, desordem e corrupção.
4-
Gera no homem a desilusão, perda da esperança e depressão.
Para sair do caos, o homem
procura um ponto de fuga e apoio psicológico (como: mitos, celebridades, falsos
deuses, e igreja), o que favorece a manipulação do homem, dominação, alienação,
perda do nacionalismo, uso de drogas e violência.
5- Transforma
o cidadão em povo. Cidadão é o homem que tem obrigação de pagar os impostos,
cumprir as leis, pois isto é o bem comum, e garante seus direitos. Povo é o
cidadão que perdeu a cidadania, uma figura de retórica, fictícia usado pelos
maus políticos para enganar o cidadão, e negar-lhe a cidadania.
Comentário 4:
O pecado e os esportes
Os
instintos servem para proteger do perigo. Como o homem pensa, os instintos
servem para limitar suas pretensões. O desejo atua no homem levando-o a querer
mais, e o instinto gera o medo e a insegurança do desconhecido. O homem
extrapola seus instintos, desafia o medo para fortalecer sua coragem e
valentia, e aumentar a autoconfiança. Um desafio comedido exercita a coragem,
útil para a defesa. Mas a pretensão do homem é a valentia, útil para a guerra e
a conquista. Assim ele traz exercícios de guerra para sua vida. Na antiguidade
eram os Jogos grego (atletismo) e os gladiadores. Hoje o boxe, as touradas, os
esportes radicais. Tudo isto parece esportivo e bom, mas é mau, pois pode
causar morte, invalidez e traumas ao homem e aos animais envolvidos.
O
homem jovem não tem limites, e acha que pode tudo, então os instintos funcionam
como um alerta, colocando o medo no momento de risco. Seria como se o animal
homem, chamasse a atenção do homem inteligente. Na Bíblia há uma passagem que
mostra uma situação semelhante. O profeta Balaão foi chamado para amaldiçoar os
judeus, e no caminho sua jumenta o interpelou e ‘falou’ para não amaldiçoar
os judeus. Então Balaão foi, e os abençoou (Nm22).
Comentário 5:
Apocalipse (pecado e morte)
Se um
homem religioso (temente a Deus) ofende seu próximo, fica triste. Na doutrina
Bíblica ele morre, porque a morte é a consequência do pecado. Se ele pede
perdão ao próximo, se reconcilia e volta à paz. Na doutrina Bíblica ele
ressuscita, renasce, e volta a ter paz. Se não pede perdão, a tristeza vai
passar, mas haverá uma barreira entre eles, e ele está morrendo para Cristo. No
mundo, conforme a doutrina Bíblica, quem reina é o erro e o mal (satanás), e
quem vive no mundo está morto ou morrendo para Cristo. Não quer dizer que o
temente a Deus esteja bem e salvo, pois ele sempre está pecando, e precisa pedir
perdão e perdoar para se reconciliar. Temer a Deus significa, justamente, isso,
que o homem é pecador, mas se esforça para se reconciliar e se corrigir. Isto
também é conversão, ou seja, temer a Deus é se converter a cada instante,
reconciliando-se com Deus e com o próximo. Com os erros o homem aprende não
errar, e cresce no conhecimento de Cristo. Aperfeiçoa-se, mas não chega à
perfeição, porque a perfeição é um atributo de Deus, metafísica e inatingível.
O Apocalipse fala desta questão (em linguagem hiperbólica) como sendo a volta
de Cristo, que será quando todo mundo conhecer esta doutrina. O homem pode
aceitá-la ou não. Então serão separados os tementes que aceitam dos não
tementes, e Cristo (a vontade de Cristo, que é a de Deus) reinará sobre o seu
povo.
A ILUSÃO, O
SONHO E A ESPERANÇA.
Síntese: O homem natural é
instintivo e emotivo, mas precisa desenvolver seu lado racional.
Comentário 1:
Emoção e razão.
O
homem emocional se apega às coisas com sentimentalismo e paixão. A mídia e o
comércio fomentam o sonho e a ilusão, pois sobrevivem da emoção do homem, e através
dela o domina. Não lhes interessa o desenvolvimento racional do homem, querem
que ele continue emotivo e passional. Incutem-lhe necessidades desnecessárias a
ponto dele dizer: ‘meu sonho é isto’, ‘meu objeto de consumo é isto’, ‘não sei
viver sem isto’, fazendo-o viver uma vida artificial, de ilusão, que não
satisfaz, e traz infelicidade.
O
homem tem que entender que a vida não depende dele nem de seus sonhos, mas da
vontade de quem o criou (e Deus é poderoso para sustentar tudo). Tem que
aprender a aprimorar seus sentimentos, confiar que o verdadeiro conhecimento
faz crescer, e liberta das manobras dos homens e da mídia. Deve deixar de ser
guiado por emoções e instintos, para ser guiado pela razão e inteligência, e em
Deus esperar a ‘verdadeira’ vida. Buscar as virtudes, a paz, a saúde, as boas
amizades, e participar do Reino de Deus (Deus reina pelo espírito de Sabedoria)
aqui na Terra.
Comentário 2:
Ser decidido.
No dia
a dia só temos notícias ruins. A mídia vive de desastres, fofocas, corrupção e
baixaria, por isso ela incentiva estes comportamentos, e sabe que o homem natural
gosta disto. Analisando bem se vê que as questões mostradas na mídia são reais,
e fazem parte do dia a dia. Isto não vai mudar nunca. Basta olhar para a
história da humanidade. É um problema existencial. Passam-se gerações e
gerações, e o problema continua. Alguns se revoltam, outros lutam, outros aceitam,
outros se alienam nas drogas, ou na religião. Parecem questões sem solução. Seu
sonho não se realiza, e se ilude. Não há esperança para o homem natural.
Tiago diz: (Tg1,6s) ‘porque o
homem que vacila, assemelha-se à onda do mar, levantada pelo vento e agitada de
um lado para o outro. Não pense, portanto tal homem que alcançará alguma coisa
do Senhor, pois é um homem irresoluto (de duas almas), inconstante em todo o
seu proceder’. E aconselha: (Tg4,8) ‘Aproximai-vos de Deus, e ele se aproximará
de vós. Lavai as mãos, e purificai os vossos corações, homens de dupla atitude.
Reconheça vossa miséria, afligi-vos e chorai!’
Mas o
homem que deixa a condição de animal, e se converte num novo homem racional e
inteligente, achou a solução (única e melhor) para seu problema existencial.
Porque o homem racional encontra o equilíbrio e a paz em sua vida, independente
da realidade, da situação social, política, cultural e econômica, pois ele não
se deixa levar pela propaganda, pelo formador de opinião, pelo charlatão e pelo
falso sério (incluindo igrejas). Ele quer mudar, tem a esperança de deixar de
ser um animal humano para ser um homem divino, um filho de Deus.
Pedro diz: (1Pd3,8) ‘Tende todos
um só coração e uma só alma, sentimentos de amor fraterno, de misericórdia, de
humildade’.
Comentário 5:
A relação do homem com Deus.
O
homem vivia como um deus no paraíso, e sua relação com Deus era de pai e filho.
Deus não nega sua paternidade, mas Adão desobedeceu, cortou esta relação, desligou-se
dele, e preferiu viver com a mãe matéria (natureza). Os agnósticos dizem que
'Deus se afastou do homem', mas foi o homem que se afastou pela desobediência.
O homem se acha longe, mas Deus continua perto, porque ele é amor, e o convida
a voltar. Deus sustenta seu filho, mesmo afastado, mas não pode ter com ele uma
relação de amor e amizade. Por isso Ele quer o filho de volta no mundo
espiritual, mas este quer se manter na matéria. O homem imaturo se afastou de
Deus, mas precisa dele para amadurecer, atingir seu ‘ser’ (ou salvação), e ser
livre. O homem quer ser livre e independente de Deus, mas é dependente dos
homens. Para ser livre é preciso se religar a Deus e depender dele, para ser
livre dos homens.
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