A ALMA
Síntese: Toda a criação tem vida
que é a combinação de matéria e espírito, e no homem ela se chama alma.
Comentário 1:
Esta é
a fórmula da criação do homem (Gn2,7). ‘Deus fez o homem do barro, soprou-lhe
as narinas, e este se tornou uma alma vivente’. Assim, corpo mais sopro
(espírito) criam a alma vivente. O homem é uma alma, constituída de corpo
animado pelo espírito. A vida é a alma, e no homem a vida se manifesta como
poder pensar e ter consciência. Matéria e espírito são opostos, e não se
misturam, mas Deus os faz reagir, criando a vida.
Redefinindo.
A alma
é a pessoa viva com corpo, personalidade, sentimento e pensamento. O corpo é a
matéria. O espírito é o sopro divino que dá a vida, e anima a matéria. O corpo sem o
espírito está morto, se decompõe. Com a sustentação do espírito (onipresença de Deus) a matéria se mantém viva, e
não se decompõe. A alma do homem é a sua mente, personalidade, pensamento,
intelecto, inteligência, ideia, criação, lógica, sentimento, emoção; estes
formam a psique e são de natureza material ou psíquica, porque são processos do
cérebro.
A alma
é a pessoa, o corpo é a matéria, e o espírito é quem comanda, dá movimento e
vida ao corpo. Os antigos associavam o espírito à respiração e fôlego, pois ela
prova que a pessoa vive, e que o espírito está sustentando.
Comentário 2:
A alma precisa de Deus.
O
homem quer paz, felicidade, verdade, justiça, saúde, vida, liberdade,
democracia, entre outros ideais. Mas estas coisas não pertencem à realidade, e
o homem não consegue atingi-las, ficando incompleto, e querendo-as. Estes
ideais são eternos, transcendentes. Deus fez isto para mostrar que o homem depende
do eterno para se realizar, para provar que Ele existe, e que o homem precisa
dele.
Deus
criou o homem livre para pensar. Como pensa, quer conhecer a verdade, e assim
conhecerá Deus. Ele nasce sem saber nada só tem instintos. O que ele aprende
durante a vida fica na consciência. Quando adulto, a ignorância (do que ainda
não aprendeu) traz a insegurança, medo e curiosidade. Isto o faz o homem procurar a verdade, porque só ela satisfaz a consciência, mas ele aceita experimentar coisas novas que trazem escravidão e
insatisfação. Então ele precisa experimentar Deus, porque só Deus faz conhecê-la. A verdade traz conhecimento e confiança, que trazem
segurança, satisfação e liberdade, que trazem paz, alegria e completa o ser.
Comentário 3:
A vontade muda a alma.
A
vontade age na alma, cria vícios e doenças psicológicas, por isso deve ser
controlada. O homem é livre, e pode por sua vontade modificar sua alma, mudando
de crenças e deuses. Escolha o Deus da verdade e da vida. Molde o
comportamento aos princípios morais e éticos, pois ‘más companhias corrompem
bons costumes’. Procure conhecer coisas boas, e deixar os maus costumes.
Lembro que foi a vontade que levou Adão a desobedecer e encontrar o mal, e
mudou sua alma de boa para má, mas sua missão era explorar e conhecer o paraíso
que é todo bem. Jesus ao contrário de Adão obedeceu, reencontrou o bem para
toda a humanidade, e agora sua missão é guiar todos por este caminho.
Comentário 4:
A alma, o espírito e o corpo.
A alma tem a capacidade de materializar
espíritos. Os espíritos (de Deus ou do mundo) criam sentimentos na alma, e a
vontade os realiza tornando-os físico, como uma bênção, uma cura ou um mal,
dependendo da escolha de cada um.
Comentário 5:
A alma (eu) precisa de Deus,
novamente.
O
homem quer felicidade e realização, e as procura no trabalho, esporte,
diversão, bens, dinheiro, poder, sexo, drogas, etc, mas ele só as encontrará em
Deus, porque o homem foi feito para amar a Deus. E só através da Santidade se
alcança a plenitude do ser, como diz o Salmo 23:
'Javé é meu pastor (me completa),
e de nada sinto falta. Coloca-me diante do inimigo (a realidade), enche meu
copo, e ele transborda (de bênçãos), então sinto gozo de paz e liberdade plena.
Mas só fico com o Senhor por poucos dias'.
Infelizmente a realidade (inimiga) traz o homem de volta, e ele precisa
procurar Deus, de novo. Os antigos achavam que o ‘vai e volta’ a Deus, poderia
ser interrompido com a morte, quando se estaria de vez com o Senhor nos céus.
Mas não é assim. O primeiro mandamento diz que se deve estar em consciência com
o Senhor todo tempo. É difícil, necessita de muitas renúncias, mas é o que diz
o mandamento. Entretanto a volta à realidade revela à consciência que quando se
está com o Senhor, se completa,
Comentário 6:
Imortalidade da alma:
A
liberdade, verdade, paz, felicidade, Justiça, bem, amor, alegria e vida, entre
outros, são conceitos eternos que o homem sente e experimenta, mas não os
alcança por completo. Porque eles estão fora da realidade, estão no campo
metafísico, ou seja, vêm de Deus, que também é um conceito de espírito eterno e
inatingível. Deus assim fez para mostrar que o homem é finito e incompleto
(pecador). Se estes valores estivessem ao alcance do homem, ele os dominaria, e
seria um deus imortal. Mas como não estão, eles provam que a alma do homem é
finita. Por isso o homem deve viver no espírito do bem (Espírito Santo) na
esperança de alcançar todos estes dons em vida, e não se deve viver na esperança de uma
vida após a morte onde nada se alcança.
Comentário 7:
Vida e Alma
Vida e alma são palavras sinônimas, representam a mesma coisa. A alma apresenta
variações de acordo com os espíritos que agem nela, e formam ‘vidas’. Tem um
ditado popular que diz: “De médico e de louco todo mundo tem um pouco”; os
filmes “O médico e o monstro” e “O incrível Hulk”. Isso representa a alma
humana e suas variações de médico (bom) a louco (mau), e entre os dois há milhares
de possibilidades.
Pela religião, o homem deve escolher (mudar para) uma vida melhor, e ele
escolhe a que lhe é possível. Deve ser uma escolha consciente e racional. O não
religioso, não escolhe sua vida, ele segue aquela que vem, formada pelos pais,
por tradição, pela sociedade e moda. Há uma música que diz: “...deixo a vida me
levar. Vida Leva-me!”
que quer dizer que a pessoa não
tem ciência de sua vida, entre milhares de alternativas de ‘ser’, entre médico
e monstro, seja ela o que for. Pessoa assim acha que alma e vida são
diferentes, uma é sua alma, outra sua vida. Quando ela aprender que não é isso,
as unificará, e terá consciência de si. Aquele que separa vida de alma sente
que a vida é a realidade, e a alma é para após a morte. Então segue deuses da
vida diária (da realidade). Quem considera uma só coisa sente que vida e alma são
agora na eternidade metafísica no homem, e segue o Deus único da vida (eterna). É neste sentido que a vida é eterna, e não porque a alma não morre.
O ESPÍRITO
Síntese: Há algo indescritível
(inefável) que traz a vida.
Comentário 1:
O
espírito não pode ser definido, pois ele é o princípio não material das coisas.
(Não é vibração, onda, energia, magnetismo, radiação, psíquico, pensamento,
matéria sutil, etéreo, aura, nem nada). Toda criação é matéria e realidade. O que
ainda não existe, é projeto, que pode passar a existir por ação do espírito,
pois ele dá vida, e traz à realidade. O espírito é um portador de ideias,
desejos, sonhos, vontades, gostos, projetos, novidades e ideais. Influi no
gênio, inspira o humor e a criatividade, e traz a emoção. Ele pode ser
comparado à lâmpada do professor Pardal. É uma orientação, uma luz, uma ideia,
um clique. Coloca ideias na mente da pessoa dando-lhe assunto para pensar,
criar, mover, e agir conforme o espírito. Platão falou das ideias, mas não
pensou no lado metafísico delas, por isso não descobriu que o espírito é o portador das ideias. As 'ideias’ de Platão equivalem aos anjos no
judaísmo bíblico, os quais são mensagens de Deus, trazidas pelo Espírito
de Deus. Na Bíblia as pessoas que recebiam visitas de anjos, se referiam a eles
como 'Anjo do Senhor'.
Além
de tudo isso, o espírito faz o homem respirar mantendo a vida (sustentação).
Não é o ato mecânico de respirar, mas a vontade. O espírito quer que respire, e
respira-se. O espírito faz ‘ser’, traz à existência, dá vida. Algo imaterial,
que não se vê, não se sente, e sabe que tem por observação. O espírito dá
senso, mas não sente. A alma é que sente. Ele dá movimento, e não se move. A
alma é que se move. Dá ciência, e não é ciente. A alma é que tem ciência. Ele
existe por si só, como se não existisse. Não depende de matéria para existir.
Ele é como um entregador, se não há nada a entregar ele não se manifesta. Ele
age sobre a matéria fazendo-a agir ou formar coisas novas. Por isso, sob o
ponto de vista material o espírito não existe.
Antigamente não se conhecia química nem biologia, e se achava que o
perfume exalado pelo vinho era seu espírito, que se desprendia, e subia para
Deus. Não só do vinho, mas da flor, do incenso, da gordura do holocausto. A
alma do homem seria seu perfume, a personalidade que se exalava, e subia aos
céus após a morte. Mas hoje se sabe que o cheiro é químico ou bactéria, e não
espírito; que a alma não é espírito, mas é a vida da pessoa, e que acaba com a
morte.
Volto
a comparar o espírito ao zero, que só, significa nada nem tem sentido, mas dá
poder ao algarismo que o precede, e minimiza o que o segue. O espírito faz a
matéria ser alguma coisa. Comparando às letras do alfabeto. Se escrevo
SILÊNCIO! Quem lê entende, pois as letras transmitiram uma ideia. Nada saiu do
papel, nem vibração, nem magnetismo, nem aura, mas saiu o entendimento que se
deve fazer silêncio. Como um campo magnético faz surgir uma corrente elétrica
num condutor, o espírito faz surgir um pensamento no cérebro. É um processo de
indução, e não de emanação.
Há
muitos espíritos, mas só um é autêntico, substância primária, que é Deus,
sempre constante e perfeito. Há aqueles criados por Deus, que são as virtudes,
dons e anjos, que fazem parte do Espírito Santo. Os demais são falsos e
enganadores, oriundos do homem. Por exemplo: sentimento transmitido por uma
palavra, um livro, da mídia, dos formadores de opinião. Assim pode-se dizer que
cada pessoa tem uma composição de espíritos que modelam sua personalidade
(gênio ou alma).
Comentário 2:
O espírito é impessoal.
A
palavra espírito é mal compreendida. Dizem que o espírito é como uma cópia
transparente da pessoa, e não é assim. O espírito não se parece com nada, e não
é de ninguém. Ele é como o dinheiro, é de quem o tem naquele momento.
Assemelha-se a um personagem de ficção, onde o ator recebe as informações de
como proceder, e passa a ser o personagem. Como o mundo virtual da internet,
onde ninguém sabe com quem se relaciona. Qualquer espírito pode movimentar o
raciocínio do homem formando ideias. E o espírito é ‘o mistério da vida’. Faça
um exercício. Concentre-se, e olhe para seu interior. Descubra-se. Você tem
corpo e tem ciência (alma), porque pensa. E o que garante que você tem
espírito? A melhor explicação está na Bíblia. A princípio achei razoável, mas
depois se tornou evidente. O que faz pensar? O que faz ter ideias? O que dá
assuntos? O que leva a ser ciente? Os animais e as plantas não são cientes,
porque não pensam como o homem, já o homem pensa porque algum espírito o faz
pensar. Aí entendi a explicação bíblica de que o homem foi feito de barro, sem
vida, Deus soprou-lhe (seu Espírito) nas narinas, e ele se tornou um ser
vivente.
Comentário 3:
A sustentação da criação.
Fala-se em espírito, mas não se sabe o que é. Sei o que ele não é. Não é
material, nem sensível, etéreo, energia, ondas, psíquico, pensamento,
sentimento, pois tudo isso é matéria. O espírito faz surgir estas coisas. Ele
não faz parte do corpo, e não está ligado à pessoa ou à matéria, conforme
crença popular. Quando se diz o espírito da pessoa, se refere à ação de espíritos
na pessoa. Eles formam seu gênio, sua filosofia de vida, linha de pensamento, ideais,
comportamentos, ideias, e tudo isto não é espírito, mas consequências da ação de
vários espíritos na alma.
Deus
cria espíritos à sua semelhança (do bem), e o homem também (do mal). O Espírito
de Deus chega à percepção do homem, no momento agora, para fazer duas tarefas:
a sustentação e dar boas ideias. O homem sem a sustentação do Espírito de Deus não
respira, não tem vida e morre. Quanto às boas ideias, normalmente o homem
rejeita a boa ação, prefere a orientação dos espíritos do mundo (maus). Os espíritos
do mundo são criados pelos homens, e ficam no ar para dar ideias a quem os
escolherem. Assim se forma o comportamento e se dá a criação humana.
Comentário 4:
Tipos de espíritos.
Só há
espírito do bem (o de Deus), e os demais são falsos e do mal. Mesmo assim sob o
ponto de vista da realidade pode-se classificar os espíritos em: divino,
pessoal e externo.
1- Divino - é o espírito
original, único, bom e verdadeiro, que cria e sustenta tudo em gérmen. Ele
(Espírito Santo) age na pessoa que deseja ter pensamentos bons e puros. Modela
sua personalidade ao bem, e a torna uma pessoa melhor. Ele é origem das boas
ações, do bem comum e do amor ao próximo. Só o Espírito Santo pode formar boas ideias,
e filtrar ideias vindas de espíritos externos deixando passar apenas as boas.
Isto protege a pessoa, e a isola de más influências. Esta filtragem é a
salvação, que é ser separado para o bem. Ele dá entendimento, sabedoria,
santidade e ciência.
2- Pessoal – é um conjunto de espíritos
que agem na pessoa, modela a personalidade ou gênio. Liga os instintos às
percepções e sensações, que irão formar pensamentos, vontades, desejos,
conceitos e crenças. Também demonstra os sentimentos, e reflete o estado
psicológico da pessoa, seu ‘estado de espírito’ no momento. O espírito pessoal
é formado por vários espíritos externos. Cada um deles forma um traço da
personalidade que passa a ser uma. Eles podem ser repassados a outras pessoas
como espírito externo. Isto se percebe na aprendizagem, na capacidade de
liderar e na obediência de cada um. A pessoa consegue passar suas ideias (seu
espírito) para outras, que as aceitam.
3- Externo - é um espírito vindo
de fora. E pode ser pessoal ou corporativo. O pessoal vem de outra pessoa, e o
corporativo vem de grupos. Eles formam pensamentos, conceitos, desejos e
crenças. Eles são divulgados através da moda, leitura, mídia, propaganda,
crença, folclore, tradição, costume e ideologia. O espírito externo age na
pessoa, e muda suas ideias, sonhos, comportamento e conceitos. Teologicamente
todo espírito externo é enganador, e leva ao erro, é o famoso demônio ou
satanás. Estes espíritos possibilitam a comunicação entre as pessoas. As
pessoas que aceitam o Espírito Santo se protegem das más influências destes
espíritos.
Comentário 5:
A chama
O fogo
é uma reação química entre o combustível e o oxigênio do ar iniciando-se com o
calor. Após iniciado o processo se torna contínuo, pois o calor que a chama
libera serve para iniciar a queima de mais combustível, até que o combustível
termine.
O que
a chama tem a ver com o espírito? Diz-se que o espírito é uma luz (ou treva),
por isso vou compará-lo a uma vela. O que é uma vela? É um corpo de cera
combustível com um miolo de tecido chamado de pavio. Acendendo-se o pavio ele queima
a cera e mantém a chama. Agora vem o ser da questão. Chama-se vela quando está acesa ou apagada?
Assim
é o homem, como uma vela, quando está apagado está morto, quando está aceso é
porque um espírito lhe acendeu e mantém. O espírito dá vida, e faz o homem se
mover. Quando o homem foi criado, segundo a Bíblia, Deus o fez de barro, soprou
em suas narinas, e ele se tornou um ser vivo. O corpo do homem equivale à vela
apagada. O pavio é o cérebro, e a queima é o pensar. A alma é o pavio
queimando. O calor que acende a vela seria o espírito que faz a alma queimar. Quando
o homem nasce, recebe o Espírito de Deus, mas à medida que cresce, recebe
outros espíritos (da mídia, costumes, tradição e educação) que formarão o seu
espírito.
A vela
após receber o calor do fósforo, acende-se, e entra num processo contínuo de
queima da cera, partícula por partícula, formando micro chamas que formam a
chama visível. Tem aparência de uma chama, mas são várias micro chamas que
duram segundos, e acabam, até que a vela se consome. Assim é o homem, recebe
espíritos de todos os lados, escolhe um, ou faz uma montagem deles formando outro
espírito que diz ser seu. O homem também emite estes espíritos para que outros captem
(são as opiniões e forma de pensar). A religião ensina que o homem deve
procurar então o calor de Deus (seu Espírito, o verdadeiro) para acender a sua
chama de vida, para ser luz, pois a chama que não vem de Deus é treva
(demônios). Para finalizar, pergunto: A chama faz parte da vela? O espírito faz
parte do homem? O espírito é como uma nota de dinheiro é de quem a possui.
Comentário 6:
Espírito é essência, e não precisa de complemento (ou extensão). Quando se diz
espírito de luz, erra-se porque a treva se parece luz para quem a aceita como
luz. O homem dá atributos ao espírito para melhorar a comunicação com os
outros, mas o espírito não precisa deles. Cada atividade tem seu espírito
específico, então o espírito disso ou daquilo não existe, o que existe é a
própria atividade. O espírito só a faz existir, e se mover. E o homem confunde
a ação com o agente. Por isso, quando se refere ao espírito do bem, do amor, da
luz, da paz, da vida, etc, só existe um agente que é tudo isso, Deus, o
Espírito Santo, que é eterno. Os espíritos maus só existem na realidade, e são
milhares, mas todos provenientes do pensamento do homem (criados pelo homem).
Por isso, quando se diz espírito de fulano, erra-se, porque não há espírito de
‘fulano’. Neste caso quer se dizer a alma de fulano, e a alma dá aparência ao
fulano. Porque alma é aparência, e precisa de complemento para definir sua
aparência.
ESPÍRITO E
MATÉRIA
Síntese: Quando matéria e
espírito se tocam há criação.
Comentário:
Matéria e espírito não se combinam, mas Deus os faz combinar para criar.
Vou
comparar o homem ao computador para explicar o que é o corpo, a alma, e ação do
espírito. O corpo é o equipamento, a alma os programas, o espírito o operador,
e Deus o construtor e programador.
Tabela comparativa, para explicar
o que é corpo, alma e espírito, no homem.
O Erro vem da Emoção, ignorância,
vontade humana, falta de ética e sentimentalismo.
O Acerto vem da Ética, Espírito
Santo, santidade, saber e da vontade do bem.
SER x ESTAR: RELAÇÃO
ENTRE AS NATUREZAS HUMANA E DIVINA
Síntese: ‘Ser’ é a Verdade
imutável. ‘Estar’ é a realidade, ou a aparência do Ser no momento agora.
Comentário:
A
natureza humana é instintiva, emocional e sentimental, e se caracteriza por
‘estar’. Nela os instintos e sentimentos atuam na inteligência, e formam a
vontade, que é a ‘vida’ e a aparência do caráter da pessoa. Esta aparência é
múltipla e mutável, e suas variações são como máscaras que mostram o real, e
escondem a verdade. A própria pessoa desconhece o que é verdadeiro.
Para o homem, a natureza divina representa o ‘Ser’ original, santo e verdadeiro, feito
à imagem de Deus. Ela é racional, e só pode ser identificada conscientemente na
razão. Para viver a natureza divina precisa querer, e pedir a Deus que seu
Espírito atue na inteligência, corrigindo pensamentos e ações. Isto é difícil,
e até uma pessoa preparada só consegue poucos momentos assim.
O assunto é extenso, mas o resumi
nesta tabela de equivalência entre os sentimentos, e as ciências que os
estudam:
MORTALIDADE DA
ALMA
Síntese: O homem (a alma) se
decompõe quando morre.
Comentário 1:
A alma é a pessoa formada no
corpo pelo espírito.
Para
explicar faço estas comparações:
1) No teatro um ator fica
‘possuído’ pelo espírito do personagem, quando assume a alma dele, se
transforma nele. Terminada a sessão volta ao próprio espírito, e torna a ser
ele mesmo.
2) Há pessoas de dupla personalidade,
cada personalidade é uma alma (pessoa) diferente da outra, no mesmo corpo,
movidas (inspiradas) por espíritos diferentes que fazem ter comportamentos
diferentes.
A alma
é o resultado da união de espírito com matéria. Quando faltar um destes componentes,
não há mais união, a alma se desfaz, e deixa de existir. Com a morte a alma se
desfaz, e não vai a lugar algum porque deixa de existir. A alma não é espírito,
nem espírito é alma. As pessoas, inclusive autoridades religiosas, não sabem
diferenciar alma de espírito, e os consideram a mesma coisa. Este conceito vem
de crenças pagãs, que são incompatíveis com a Bíblia. A Bíblia diz que Deus fez
o homem de barro, lhe soprou as narinas, e ele se tornou uma alma viva. O sopro
divino é o Espírito de Deus que age na matéria do corpo, e cria o homem (alma).
Alguns pagãos diziam que o homem morria, subia para o céu, e virava uma
estrela. Outros diziam que quem morria era o corpo, e a alma do morto passava a
ter um corpo sutil, invisível, espiritual até encarnar de novo.
Na
antiguidade bíblica a imortalidade se referia à memória do morto, seu
comportamento passaria a servir de exemplo, e ele não seria esquecido. Hoje,
por exemplo, esta ideia é usada na Academia Brasileira de Letras, que tem seus
imortais. Na Bíblia, Paulo diz que Jesus vive em memória nos Evangelhos. Assim
‘Jesus Cristo que destruiu a morte, suscitou a vida e a imortalidade pelo
evangelho’ (2Tm1,10). O livro do Eclesiastes a respeito dos homens, diz: ‘Deus
quer prová-los (aos homens) e mostrar-lhes que, são semelhantes aos animais,
pois eles têm o mesmo destino, um mesmo fim os espera. A ambos foi dado o mesmo
sopro, e a vantagem do homem sobre o animal é nula, porque tudo é vaidade.
Todos caminham para um mesmo lugar, todos saem do pó, e para o pó voltam. Quem
sabe se o sopro de vida dos homens se eleva para o alto, e dos animais desce
para a terra?’ (Ecle3,18-22). O profeta Ezequiel tem uma parábola que fala de
ossos secos (Ez37), na qual Javé lhe pergunta: ‘filho do homem, poderiam esses
ossos retornar à vida?’ Leia essa parábola, pois ela serve de explicação ao que
é vida, morte e ressurreição.
Comentário 2:
Ressurreição.
Interpretação geral. A ressurreição explicada no livro do Apocalipse diz
que todos ressuscitarão para o juízo (aqui na Terra). Os bons vão viver na Nova
Jerusalém (na Terra), e os maus no inferno (na Terra, no lago de enxofre, fora
da Nova Jerusalém).
A
Bíblia mostra três formas de ressurreição:
1) A ressurreição em vida - que
ocorre no batismo e conversão. Então morre o homem velho, e nasce o homem novo,
como nas cartas de Paulo (Cl3,9s e Ef2,5s e 4,22s).
2) A imortalidade da memória – A
memória (de quem fica e não a alma de quem morre) de alguns não morre devido à
saudade que o morto deixa. Veja a parábola da viúva de sete irmãos (Mt22,23s),
onde Jesus nega uma vida semelhante à da terra, e afirma que os homens serão
como anjos de Deus. Anjos são espíritos (vindos de Deus) e não almas.
Os
intérpretes da Bíblia associaram a palavra memória à alma, pois a memória é
parte da alma. Mas a Bíblia se refere à lembrança do morto pelos vivos (amigos,
parentes, devotos, fãs), então se trata da memória de quem ficou, e não de quem
morreu. É o caso de Jesus (veja Gl2,19s), dos santos católicos, de artistas e
ídolos populares. A Igreja Católica diz que os santos são pessoas que morreram,
alcançaram a imortalidade e a vida eterna, estão no céu, e intercedem por nós.
Só que estes santos não sabem nada disso, não tem consciência, não existem, nem
são, pois a lembrança está na memória dos vivos, e é transmitida às gerações,
como um mito. E isto é condenado pela Bíblia como idolatria.
3) Vida semelhante à terrena - Como
em Ap21, que fala sobre a Nova Jerusalém, e em 1Cor15,52, diz ‘os mortos
ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados’. Nos dois casos parece
falar de uma vida semelhante à terrena, mas se prestar muitíssima atenção, tratam
da ressurreição pela imortalidade da memória. Veja Ap21,23 diz: ‘E a cidade não
precisa de sol, nem de lua’, e 1Cor15,50 diz: ‘afirmo que nem a carne nem o
sangue podem participar do reino de Deus’. Estes dizeres mostram uma vida
diferente da biológica (terrena).
Conclusão: Em Mt 22,31 diz: ‘Eu
sou o Deus de Abraão, Isaac e Jacó. Ora, ele não é Deus dos mortos, mas dos
vivos’. Por isso a ressurreição (pelo espírito e não da alma) e a imortalidade
se referem à lembrança que os vivos têm dos mortos, passada de geração a
geração. Jesus ressuscitou em espírito, melhor dizendo, o espírito que animava
Jesus (Palavra, Verbo, Cristo de Deus) voltou para a direita do pai, e vem para
nós em espírito (como Palavra de Deus nas escrituras), para ser adorado em
espírito. Por isso não pode se acrescentar ensinamentos às escrituras.
Comentário 3:
Minha opinião sobre a origem da
crença na ressurreição.
Quando
os israelitas foram cativos na Babilônia, o profeta Ezequiel (Ez37) teve uma
visão com ossos secos espalhados pelo campo, e Deus dizia que ia mandar o sopro
da vida entrar neles, e reviveriam. A profecia era um sopro do Espírito de Deus
para reanimar os israelitas no cativeiro. Ela equivale ao ensinamento de Paulo,
que no batismo e conversão o homem velho morre, e nasce o novo. Provavelmente
os escribas Judeus fizeram sincretismo da visão de Ezequiel, com a crença da
reencarnação dos babilônicos, criando a ressurreição. Antes do cativeiro não
havia partidos entre os judeus. Aqueles que não foram cativos mantiveram a
crença original, e passaram a ser o partido dos saduceus, pois seguiam os
ensinamentos de Sadoc, sacerdote do Rei Davi, que não ensinava a ressurreição.
Os que acreditavam na nova doutrina passaram a se chamar fariseus.
A SABEDORIA E A
INTELIGÊNCIA
Síntese: O homem quer ser
perfeito. Quando racional procura ser perfeito como seu criador.
Comentário 1:
O
intelecto é o local onde instintos, percepções, sensações do corpo e memória
são processadas pela razão, por ação da vontade, formando pensamentos e ideias.
Este processo se chama raciocínio. Espíritos externos (cultura, tradição, moda,
TV etc) interferem, e fazem processar sem sincronia corrompendo o pensamento
perfeito, tornando-o pessoal e imperfeito. Por isto as pessoas têm reações
diferentes ao mesmo estímulo. As sensações, não usadas num raciocínio, não são
descartadas, e interferem indevidamente nos raciocínios seguintes, gerando
erros e neuroses.
O
homem quer ter pensamentos perfeitos, mas os espíritos agem, influem na
vontade, agem nos raciocínios, e formam pensamentos imperfeitos. Só um
‘Espírito Perfeito’ pode formar pensamentos perfeitos, aquele que vem do Deus,
mas é preciso querer que ele venha em auxílio. Precisa pedir e deixar que ele
controle o raciocínio no lugar da nossa vontade. Quem dá a permissão ao
espírito é a razão, que primeiro vai analisa-lo de acordo com o deus de cada
um. Assim a razão pode aceitar ou não. Na religião a pessoa que se converte,
abandona sua vontade para dar lugar à vontade de Deus (só há este tipo de
conversão, de outra forma é falsa). Deixa de ser, natural, instintivo e emotivo
para ser, racional, santo e virtuoso, isto é, quer fazer o bem por amor, sem
nada em troca.
O
Espírito Santo (do bem) ativa neurônios, e cria uma rede deles para filtrar e
processar o pensamento, conforme a santidade (sabedoria de Deus). Esta rede
produz um pensamento objetivo para o bem, puro, iluminado e claro, que atende
às virtudes. Quando o Espírito Santo participa efetivamente nos pensamentos, há
melhoria. Sem este Espírito há degeneração, porque pensamentos imperfeitos
geram injustiça e desamor. O homem sofre influência de espíritos externos (como
costumes, educação e mídia), que geram justiça e amor do mundo, que na verdade
é injustiça e desamor. A injustiça gera a sede de justiça, que gera vingança e
violência. O desamor gera desejo de domínio, autossuficiência e autoritarismo,
provoca desequilíbrio psicológico no indivíduo, e desequilíbrio social no
grupo.
Comentário 2:
As virtudes e os vícios.
O
homem foi criado por Deus, que lhe deu a liberdade de escolher entre o bem e o
mal, a vida e a morte. Deus quer que se escolha o bem. As atitudes que levam ao
bem e a justiça são as virtudes, e as que levam ao desrespeito e ao mal são os
vícios. Como isto são convenções, o cérebro não sabe distinguir uma das outras.
Quem tem que fazer a escolha é a pessoa, e faz através da razão com ajuda do
espírito que a domina. O homem deve estar atento, pois há muitos espíritos no
ar, todos maus, e fazem a pessoa fiel a eles achar-se boa. Só o espírito
de Deus faz tudo perfeito.
A
criança nasce apenas com instintos, sem nenhuma outra informação. Os pais
educam, ensinam os costumes e tradições, entre eles algumas virtudes. A sociedade
também participa da educação, e há muitos espíritos (a mídia, a moda, internet,
escola) para ensinar vícios às crianças, inclusive a igreja e a própria família.
Quando a criança aceita o vício e o exercita, mesmo por poucas vezes, o cérebro
aprende, e o vício se instala, e será difícil corrigir mais tarde. É como andar
de bicicleta, dirigir um carro, em pouco tempo se aprende, e nunca mais se
esquece, mesmo que não pratique.
Por
isso pais, por isso filhos escolham coisas boas, porque estas escolhas decidem
sua vida. É comum o jovem seguir a moda imposta pela TV ou pelo mundo artístico.
Estes agentes fazem apologia ao mal, às drogas, à confusão, à vida de
aparências. Levam a um resultado não desejado sempre tarde para evitar. É o
caso das drogas, ninguém quer ser drogado, nem o próprio, só que não dizem que ele pode se viciar.
PROCESSO DE
PENSAR
Síntese: O corpo é matéria (potência),
o espírito é ação (cinética), e a alma é vida (dinâmica).
Comentário 1:
O sangue oxigena o cérebro, e
deixa-o preparado para gerenciar o corpo, pensar, memorizar, e comandar. E isto
se processa assim:
1- A alma contém os sentidos
(físicos), a percepção (espiritual), os instintos, a inteligência, a memória, o
intelecto (mecanismo de pensar ou consciência).
2- A inteligência contém a razão
e o pensamento.
3- A razão é o local de contato
com os espíritos. Quando o homem nasce sua razão é pura, e contém o Espírito
Santo, mas quando cresce é educado e influenciado segundo os costumes. Isto
contamina sua razão, que deixa de ser pura e verdadeira.
4- A memória contém o
conhecimento (adquirido), a personalidade e os valores (humano, moral e
espiritual).
5- A inteligência é a semelhança
com Deus, por isso o homem é um deus, que possui conhecimento e sabedoria, mas
ele precisa de Deus (o Espírito Perfeito) para escolher o bem verdadeiro, pois
o bem do homem é falso, e o faz adversário de Deus.
6- O conhecimento adquirido, sob
o controle da razão e ação de um espírito qualquer, é a verdade e a ciência
pessoal.
7- O conhecimento verdadeiro é a
verdade absoluta, e só pode ser adquirido sob ação do Espírito Santo.
8- O conhecimento, a
personalidade e os valores são usados para formar pensamentos pela razão,
que pode alterá-los.
9- O pensamento é formado no
intelecto pelas sensações (novas e velhas) dos sentidos, percepção e instintos,
pela ação de um espírito (pessoal, externo ou Perfeito), sob o controle da
razão.
10- O intelecto é como uma sala
de visitas, onde as sensações são atendidas imediatamente, e se tornam
consciência. Ele está atendendo a uma sensação, se chegar outra, ele abandona a
primeira, e passa a dar prioridade à segunda, mesmo que não tenha resolvido a
primeira, que é lançada na memória para aguardar, e ser resolvida mais tarde. O
intelecto é o ‘agora’ da vida ou é o próprio viver.
11- O intelecto recebe as
sensações. Se a pessoa for emocional, a recepção no intelecto será pela emoção.
Se for pessoa racional, será pela razão. Se for pessoa indecisa, não haverá
ninguém para receber as sensações no intelecto, e elas não se processam.
12- A vontade é um pensamento
comum no grupo social, porque é dado pelo deus do grupo.
13- O controle da execução do
pensamento, pela razão, realimenta os sentidos, os instintos e indiretamente os
espíritos externos.
14- Os instintos são códigos
naturais lidos pela razão na inteligência, e contêm as ‘condições mínimas’ de
Deus para a espécie, para o indivíduo e sua descendência.
15- Os cinco sentidos captam
sensações físicas, e a percepção as espirituais. Os instintos sob a ação
do espírito formam as ideias e pensamentos.
16- A percepção capta sinal
espiritual, e forma pensamentos abstratos ditos metafísicos ou ‘sexto sentido’.
17- A Justiça - Se a vontade
passa os limites dos instintos o pensamento fica desequilibrado. O excesso é
comparado aos valores, pela razão, e pode ser desprezado, restabelecendo o
equilíbrio. Se a razão relaxa por muito tempo, o desequilíbrio permanece, e
altera a personalidade.
Comentário 2:
Raciocínio e ação.
Vou
comparar o homem ao computador, de novo, para explicar o processo de pensar. O
cérebro é composto de células neurônios. O pensar é a transmissão de energia entre
os neurônios, com o objetivo de comandar glândulas, que fazem as proteínas de
acordo com as ligações dos neurônios. Estas entram no sangue, e ativam os
órgãos para se obter o resultado desejado. Isto é uma visão material da mecânica
do processo. Falta saber que:
1- Quem define os neurônios que
participarão no processo do pensamento é um espírito.
2- Os neurônios devem ligar-se de
acordo com este espírito e a personalidade da pessoa.
3- Estes pensamentos formam
‘máscaras’, que foram definidas pelo espírito agente. O intelecto faz a triagem
do pensamento consultando a memória, pois nela estão os históricos, conceitos e
programas (que é a vida da pessoa).
O
corpo é o hardware, a alma (personalidade) é o software, o espírito é o
operador da alma, que pode impor mudanças na alma. Deus é o criador e
programador original, e quando autorizado pela pessoa seu Espírito passa a ser
o operador, e recupera as condições originais.
O
materialista diz que tudo é aleatório, e não aceita software, operador ou
criador. Mas, materialmente falando, o micro processador de um computador, é um
componente onde passa uma corrente elétrica intermitente e variada. E pronto!
Mas a corrente não é aleatória, é um código (como o código Morse) de dados para
serem processados. Não é nada aleatório como pensa o materialista. Ninguém vê,
mede ou sente os dados no processador, no entanto é uma inteligência codificada
(software) que se processa. O mesmo ocorre no cérebro, onde as descargas entre
neurônios é um código que age, e o corpo reage conforme este código. E só a
pessoa sente, e compreende o resultado.
Comentário 3:
A comunicação: pensar, falar,
escrever e entender.
O que
diferencia o homem do animal é a inteligência. Na pré-história o homem era
extrativista como um animal, pois esta atividade só exige instinto. Usou a inteligência
e criou artifícios para facilitar sua vida, evoluiu, e passou para atividades
de subsistência. Construiu casa, plantou alimentos e criou animais. Os passos
seguintes foram desenvolver o pensamento, a fala, depois a escrita. A partir da
escrita acabou a pré-história, se iniciou a história, e começou a fase da
comunicação e do conhecimento.
Foi um
processo demorado. Pensar parece fácil, mas falar o que pensa é difícil, e
mesmo hoje, ninguém consegue falar exatamente o que pensa. O mesmo ocorre ao
escrever. Por fim, há uma diferença entre o que se pensa, o que se fala, e o
que se escreve. Bem como entre o que se lê, o que se ouve, o que se aprende, e
o que se memoriza. Por isso para uma boa comunicação o entendimento é
essencial, e o entendimento está ligado direto ao espírito operador (ou deus).
Comentário 4:
A inteligência artificial.
Hoje
se fala em inteligência artificial, mas de fato ela não seria resultado do pensar
da máquina, ela é a transferência do raciocínio do homem para que a máquina
processe. A verdadeira inteligência só será construída depois que se desvendar
a inteligência humana, copiar o projeto, funções, atributos e relacionamentos.
O que me parece estar longe de ser alcançado, porque o homem faz questão de não
aceitar projeto e criação, e prefere o ‘por acaso’. Mas o por acaso do homem é
o agora de Deus, quando ele revela o que há de ser. Acredito que a ligação com
Deus ajuda a entender a criação, e a descobrir coisas encobertas. A ciência do
homem foi descoberta ao acaso (do homem, mas não a de Deus, a verdadeira), e
desenvolvida de forma intuitiva e empírica. No pensamento religioso, as
descobertas são um sinal de Deus, que ‘mostra’ ao homem o que deve ser, na hora
certa. É muito mais fácil e prático.
Comentário 5:
Sentimentos e emoções.
A luz
ao atravessar o prisma de cristal, refrata e se divide em cores primárias. Da
mesma forma a luz de Deus (Espírito, razão) ao penetrar nosso cérebro passa
pelos neurônios, e se divide em virtudes, que se divide em sentimentos, que se
divide em vontades e emoções. Na divisão a luz original e o entendimento se
tornam impuros devido à vontade e à emoção. Cada pessoa tem uma reação
diferente às coisas que lhe cercam, porque as ligações dos neurônios são formadas
desde a infância por influência da educação socioeconômica, cultural e
religiosa.
O INDIVIDUO, A
RELIGIÃO E A IGREJA
Síntese: Várias pessoas reunidas
sob a ação do mesmo espírito (mesmos pensamentos e interesses) formam o corpo
deste espírito.
Comentário:
O
homem é uma alma animada por um espírito, que lhe dá ideias e vontades. Várias
pessoas sob a ação de um só espírito qualquer, formam uma assembleia, um clube,
o ‘corpo’ deste espírito. Exemplo: Clubes, associações, empresas e igrejas.
Todas
as coisas, do elétron ao homem, são animadas (têm vida) pelo Espírito de Deus,
e formam uma unidade que poderia se chamar de ‘corpo de Deus’, porque são imagem
e frutos das ideias de Deus. Dizer corpo de Deus é apenas uma alegoria, e não
uma verdade divina, porque Deus é eterno, ele não muda, não tem corpo, nem
matéria, ele está fora do ambiente material, mas manda seu Espírito acompanhar,
recriar e manter tudo. Então não se pode confundir a criatura corpo de Deus,
com o próprio Deus incorpóreo. Também se pode dizer que as criaturas são
‘filhos de Deus’. A criação não é Deus, mas as ideias de Deus, condicionadas às
respectivas ciências.
No
caso específico dos cristãos, esta assembleia é chamada de Igreja, e o conjunto
dos indivíduos sob a ação do Espírito Santo é chamado de ‘corpo de Cristo’. A
unidade da assembleia se dá pela ação do mesmo espírito, por um modo de pensar
comum, ou comunhão. Na igreja há vários membros e várias funções, mas um só
espírito, o de Cristo.
Muitas pessoas criticam a
diversidade de igrejas que existem (denominações), mas a igreja tem diversas
funções, e é necessário diversas expressões. Paulo compara a Igreja ao corpo
humano. Então se comparamos as diversas denominações ao corpo humano, teremos:
A cabeça é Cristo, as mãos e os pés são as denominações mais afastadas da
cabeça, com teologia duvidosa, que chegam às pessoas também mais afastadas, e
esta linguagem e crença são entendidas, e aceitas por eles. Assim têm chance de
aprender algo, e crescer no entendimento verdadeiro.
HERMENÊUTICA
Síntese: O significado correto da
palavra é o espírito da palavra.
Comentário 1:
A capacidade humana.
O
significado da palavra é o espírito dela, mas cada pessoa interpreta esta
palavra de acordo com o seu espírito dominante. Isto gera diversas opiniões, e
tornam as interpretações parciais. Mas o entendimento e o conhecimento corretos
devem ser segundo o espírito da palavra.
Por exemplo: No estudo da criação
das coisas há vários grupos que usam linguagens diferentes para expressar a
mesma coisa, e até parece que falam de coisas diferentes. Por isso fiz este
resumo dos significados da palavra ‘criação’ da vida.
Comentário 2:
Convergência.
No vocabulário popular, às vezes,
palavras não sinônimas convergem, e se tornam sinônimas.
Por exemplo.
As seguintes palavras são sinônimas
por convergência da linguagem:
1- lei, moral, conhecimento, logos, verbo, crença, teoria e
ciências.
2- justiça, ética, sabedoria, sofia, ação, prática e dever.
3- graça, direito, benesse e favor.
4- natural, natureza, criação, matéria, física.
5- sobrenatural, metafísica, espiritual.
6- o natural pode ser: normal, anormal (quase normal) e
paranormal (mais que normal).
Comentário 3:
Divergência.
Ao contrário. Palavras de sentido
complexo são usadas de forma simples, e distorcem seu sentido.
Por exemplo:
As palavras abaixo não podem ser
sinônimas, pois há divergência da linguagem:
1- Alegria é soltar-se, sorrir e
gargalhar. Não, alegria é sentir-se bem, até nos momentos difíceis. É estar
feliz e de bem até nas horas difíceis.
2- Justiça é vingança, castigo e
correção. Não, justiça é o dever de seguir as regras.
A pessoa
justa com a lei é aquela que segue a lei.
3- Paixão é bom. Não, paixão cega
e faz sofrer.
4- Amor é sexo. Não, amor é
afeição, convivência, entrega, paciência, perdão.
5- Religião é se ligar a uma
igreja.
Não, religião
é se ligar a Deus em louvor e oração, e ter atitudes para o bem comum.
6- Dogmas são ensinamentos
bíblicos. Não, dogmas são interpretações das igrejas.
7- Bondade é se doar aos outros.
Não, bondade é boa índole, fazer o bem.
Pode-se doar ao outro lhe causando um mal.
8- Felicidade é o que há de
melhor. Não, a paz é o máximo.
9- Paz é quando não há conflitos.
Paz é se sentir seguro, consciente de fazer o
bem até nos momentos de conflito.
10- Viver bem é ter tudo o que
quer. Viver bem é viver em harmonia com tudo e todos.
11- Salvação é ir para o céu.
Não, salvação é viver em justiça e paz aqui na terra.
12- Avareza é apego ao dinheiro.
Não só ao
dinheiro, mas ter apego a tudo. A maior avareza é não ensinar o que sabe.
13- Miséria é pobreza material. Não,
miséria é pobreza moral, sofrimento.
A maior
miséria é não praticar o ensinamento que lhe é dado.
14- Ignorante é uma pessoa rude,
grosseira.
Ignorante é a
pessoa que não aceita aprender, mesmo que não seja rude.
15- Riqueza é ter luxo. Não,
riqueza é ter posses.
Muitos têm
luxo, se acham ricos, mas são pobres, pois luxo é aparência.
16- Os simples e humildes são
pessoas pobres e inferiores.
Não, simplicidade
e humildade é viver sem luxo, por opção.
17- Trevas são escuridão e
ignorância, principalmente ignorância.
18- Superstição é feitiçaria.
Não,
superstição é a crença emotiva e ineficaz ligada ao medo e à ignorância.
19- Espírito é a alma da pessoa.
Não, espírito é uma coisa, alma é outra.
O espírito
molda o jeito da pessoa (sua alma).
20- Espiritual é outra dimensão
(física).
Espiritual
não é dimensão, é comportamento e atitude. Dimensão física é material.
21- Espiritual é romântico. Não.
Sentimentos, romances e sensações é materialismo.
O espírito
molda (ensina) estas atitudes.
22- Eterno e eternidade é o agora
que não acaba.
23- Viver é estar vivo.
Não, estar vivo é existir. Viver é ser
do bem ou do mal enquanto vivo.
Viver bem é
viver para o bem.
24- Idolatrar é adorar outros
deuses. Não, idolatrar é ter ídolos, ou seja,
amar
pelo que vê não pelo que é. E adorar é respeitar (temer) e amar.
25- Sábio é o astuto e esperto.
Não, sábio é
quem sabe, por isso é prudente. Sabido é que é astuto e trapaceiro.
26- Deus está sentado num trono
sobre as nuvens.
Não, Deus não
é homem, nem se senta. Ele é espírito, e inspira virtudes (santidade e bem
comum).
27- Religião é crença. Não,
religião é o meio de se comunicar com os deuses.
Crença é crer
nestes deuses. A Bíblia ensina religião, e a igreja ensina crenças.
28- Ciência são ciências acadêmicas.
Não, ciência
é estar ciente (saber), mas não quer dizer que o que se sabe é verdade.
29- Liberdade é fazer o que quer.
Não,
liberdade é a capacidade para escolher o que quer.
Comentário 4:
Dependência das palavras.
As palavras têm sinônimos,
antônimos e dependentes. Há palavras que dependem de outra com significado maior,
e que completa seu sentido.
Segue uma relação de palavras e
dependência.
PALAVRA –
DEPENDÊNCIA /
conhecer - saber / conhecimento -
entendimento / poder - dever / pode ser – deve ser / comunicação - compreensão
/ falado – sentido / lógica – sabedoria. / filosofia – religião / logos – sofia
/ Cristo – Esp Santo / lei – justiça / juízo – misericórdia / moral – ética /
teoria – prática / desejo – realização / discurso – atitude / ciência –
filosofia / humano – divino / exatidão – perfeição / reza – oração / ensino –
aprendizagem / bem – melhor / árvore da ciência – árvore da vida
Comentário 5:
O dicionário e o tempo.
Hoje o
dicionário explica as palavras, porém a palavra pode mudar o sentido (com o
tempo, por regionalismo ou pelo uso e costume) ocasionando um ‘mal entendido’.
Exemplo de como o tempo pode
modificar o sentido da palavra, pelo uso e costume.
A palavra ‘nobre’ designa o que é
virtuoso e elevado. Mas na Idade Moderna este conceito se modificou, e passou a
ser a classe social dos que se relacionavam com o rei, a nobreza.
O relacionamento dos nobres com o
povo era totalmente desprovido de nobreza, pelo contrário, era de tirania e servidão.
A nobreza se considerava boa e ética, mas o povo a achava má. O verdadeiro
nobre era considerado estúpido pela nobreza. E devido ao uso, a palavra nobre
passou a ter dois sentidos diferentes, de virtude e de descendência.
Outro exemplo. Um filósofo
escreve vários livros. Com o tempo, amadurece, e muda seus valores, então a
opinião dele é a última delas, e as anteriores são anuladas. Mas no meio
acadêmico é comum fazer referências a opiniões ultrapassadas do autor.
Comentário 6:
O pré-conceito.
Uma
pessoa passa a vida dedicada a um conhecimento que ama. Um dia descobre que se
enganou, muda para um novo saber, e se aperfeiçoa nele. Mas o novo saber pode ser
contaminado pelo velho, isto depende da profundidade de sua conversão.
Comentário 7:
Conceitos:
A vida é o
prêmio que Deus dá ao homem para conhecer seu amor (de Deus).
Vida material é viver lutando
para realizar os desejos da vontade.
Vida espiritual é viver sentindo
o amor de Deus, e gozando suas maravilhas e delícias. O paraíso. A vida eterna.
Morte é a coroa da vida para quem conheceu as delícias e as maravilhas do
amor de Deus. A antecipação do descanso para que o homem não conheça o cansaço.
É a coroa da vida espiritual, e a cruz da vida material.
Morte
espiritual é viver sem experimentar o amor de Deus, e deixar de desfrutar suas
delícias e maravilhas.
Comentário 8:
Verdade e realidade.
O
dualismo é a forma natural de pensar por opostos. Exemplo: bem e mal, Deus e
demônio. Ele dá o mesmo grau de importância (valor) aos dois lados. A Bíblia
(monoteísmo) não ensina assim. Ela mostra que há um terceiro caminho, o caminho
espiritual. Ensina que os deuses governam as pessoas, e elas fazem a vontade de
seus deuses, mas o monoteísmo só aceita um Deus, apesar das pessoas quererem
mais de um. Assim o dualismo é a forma de pensar do politeísta, mesmo que se
ache monoteísta. Veja só, se aplicarmos as definições dualistas teríamos os
seguintes pares de opostos:
racional e irracional
coragem e medo
poder e fraqueza
verdade e mentira
bem e mal
bom e mau
Deus e demônio, etc
Estes são ‘opostos reais’ e
antônimos na linguagem. Mas o monoteísmo considera o espírito, e estes pares se
cruzam formando ‘opostos verdadeiros’:
racional e
emocional
poder e medo
coragem e
fraqueza
bem ou bom e
mentira (erro, vontade)
verdade e
ilusão
Deus é sem
oposto. Ele é luz, vida, amor, alegria, paz, ciência e sabedoria.
Se
olhar a história verá que o homem sempre está a favor ou contra o sistema sócio
econômico. Rebela-se, faz guerra, muda o sistema, mas a insatisfação permanece
nas gerações que seguem. Jesus mostra que o homem é preso ao dualismo, mas que há
uma terceira forma de ver as coisas, aquela necessária, a do entendimento e
paz.
Os
fariseus não gostavam que Jesus curasse aos sábados, porque no sábado não podia
trabalhar, mas Jesus fazia as curas. Porque para ele fazer o bem não é
trabalho, é obrigação. Tudo é uma questão de interpretar materialmente ou
espiritualmente.
Comentário 9:
Exegese
A exegese é a ciência da
interpretação da Bíblia. Não se usa a palavra hermenêutica porque ela se refere
ao deus grego da comunicação Hermes (Mercúrio). A exegese foi, e é aplicada nas
traduções dos textos originais para o latim e para as línguas atuais. Estas
traduções são quase exatas e são bem aceitas por todos. A exegese na
interpretação dos textos para a formação de doutrinas das igrejas é que é
duvidosa, por isso existem tantas denominações cristãs.
Por exemplo, quanto a Jesus,
temos escrito na Bíblia:
1Tm2,5- Porque há um só Deus e há
um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo, homem que se entregou como
resgate por todos.
1Cor8,6- Mas, para nós, há um só
Deus, o Pai, do qual procedem todas as coisas e para o qual existimos, e um só
Senhor, Jesus Cristo, por quem todas as coisas existem e nós também.
At3,12-26- Pedro falou ao povo:
‘Homens de Israel, porque se admiram assim? 13-O Deus de Abrão, Isaac e Jacó, o
Deus dos nossos pais glorificou seu servo Jesus, que vocês entregaram e negaram
diante de Pilatos, quando ele quis soltá-lo. 15-Mataram o Príncipe da vida, mas
Deus o ressuscitou dos mortos, disso somos testemunhas. 22- Já disse Moisés: ‘O
Senhor, nosso Deus, vos suscitará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a
mim. 26- Foi em primeiro lugar para vós que Deus suscitou o seu servo, para vos
abençoar, a fim de que cada um se aparte da sua iniquidade’.
At10,34- Pedro disse: 36- Deus
enviou sua palavra aos filhos de Israel, anunciando a paz, por meio de Jesus
Cristo. Este é o Senhor de todos. 38- Vocês sabem como Deus ungiu a Jesus de
Nazaré com o Espírito Santo, e com o poder, como ele andou fazendo o bem 40-
Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia e permitiu que aparecesse.
Estes textos geraram as seguintes interpretações:
1- Interpretação direta da Bíblia:
Segundo Paulo e Pedro, Deus é
único e Pai (criador e sustentador) de tudo. Jesus é homem e se tornou mediador
(Senhor) entre os homens e Deus. Cristo (Messias) é o nome dado ao poder
criador (e restaurador) de Deus (o Verbo), que viria para restaurar Israel, que
Deus mandou sobre Jesus no batismo. O Cristo é a palavra de Deus, o
conhecimento. Deus mandou também o Espírito Santo, seu poder santificador, que
Israel não esperava. Como Jesus aceitou esta dupla unção, não só para restaurar
Israel, mas toda humanidade, ele foi exaltado por Deus como Senhor (mediador)
dos homens; o humano primogênito de Deus, substituindo Adão.
2- Interpretação esotérica:
Segundo S. Agostinho os
platônicos diziam que os anjos eram deuses, e criaram tudo o que existe, e
fazem a intermediação entre os homens e os deuses. Levam seus pedidos e trazem
as respostas. Estes anjos podem ser bons e maus.
3- Interpretação da tradição: A
tradição, através de S Agostinho, adaptou o esoterismo de Platão à Bíblia, e
considerou Jesus um anjo (deus), que depois foi levado para junto do Pai como
Deus Filho. Assim passou a existir a Trindade Divina.
link para o diagrama 'Espírito e Alma'.
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