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03 novembro 2011

cap 9: Cristo

CRISTOLOGIA

Síntese: Jesus é o prometido por Deus para ensinar a sua vontade. Ele é o caminho e modelo de santidade para os homens.

Comentário 1:
       O nome Cristo ou Messias significa ‘abençoado de Deus’. A bênção é o Espírito Santo que ensina a viver a vontade de Deus. Jesus aceitou a bênção, seus seguidores o reconheceram como Messias, e passaram a chamá-lo de Cristo, que quer dizer Messias em grego.
        Deus criou o homem (Adão) para viver em santidade no paraíso, mas não deu certo, pois ele desobedeceu, e seu erro contaminou toda a humanidade. Para corrigir este erro Deus elegeu o povo hebreu para divulgar a santidade e a mudança de vida, mas também não deu certo, o povo desobedecia. Então Deus enviou Jesus para ensinar a viver em santidade. Ele ensinou que o homem deve se arrepender, mudar suas atitudes e comportamento, e viver a vontade de Deus.
       Na teologia, Jesus é o homem mais importante de todos os tempos. Depois de cumprir sua missão tornou-se o primogênito dos homens, o filho mais velho de Deus, tomou o lugar de Adão, o primeiro abaixo de Deus e o Senhor da humanidade. Iniciou sua missão aos 30 anos de idade quando foi batizado, e recebeu o Espírito Santo, que o tornou Cristo (Jesus + Espírito Santo = Cristo), e lhe revelou a ‘vontade de Deus’. Após o batismo Jesus foi levado ao deserto para confirmar se aceitava a missão.
                Lá foi tentado por satanás (sua vontade), com três ofertas:
                       1- De ter tudo o que quisesse ter.
                       2- De ser o melhor do mundo em tudo.
                       3- De ser poderoso.
Jesus resistiu, não aceitou nenhuma delas, assim não se entregou à ilusão, e às tentações do mundo. Rejeitou o mal, escolheu o bem, e fez a vontade de Deus. Este é o seu ensinamento: desistir da própria vontade. Jesus provou que é possível, e isso é justiça (justiça não é vingança, nem direito; é dever). Tornou-se o Caminho a seguir para ser justo à vontade de Deus, e assim viver em paz e harmonia na Terra. Ele morreu por agir assim, e deu o exemplo de que nem a morte deve nos separar da vontade de Deus.

                O homem também é testado por sua vontade nas mesmas tentações de Jesus:
                       Ter – na ambição, avareza, luxúria, ostentação.
                       Ser – na vontade, desejo, inveja, autoafirmação.
                       Poder – na vaidade, arrogância, falsidade, vingança, luxo.
Estas ideias o homem não resiste, aceita, e deixa de fazer a vontade de Deus. De certa forma todos nascem predestinados a serem Justos (como Cristo), mas não aceitam, pois preferem as ilusões da vontade própria (satanás), cuja consequência é a vida (infernal) sofrida, cheia de confusões e problemas.
       Jesus ensina o caminho, e até se tornou o Caminho a seguir. Caminho estreito, porque se deve passar por ele em santidade. Jesus dá o Espírito de querer ser Santo, para iluminar o caminho, e não deixar confundir com desvios mais atraentes em aparências. O Caminho é estreito, mas aconchegante, suficiente, cheio de delícias, maravilhas e paz.

Comentário 2:
O paráclito, o acusador e o anticristo.
       Vou fazer um comentário complexo, mas aqui é o local adequado para ser feito. Trata-se da explanação sobre o paráclito, o anticristo e o demônio.
       Nos evangelhos sinóticos, o Espírito de Deus é tratado como uma pomba, mostrando o seu lado dócil e simples, mas, no entanto não se deixa apanhar. No batismo de Jesus, a pomba surgiu no céu entre raios de luz, que simboliza a clareza de raciocínio que vem do céu, conhecimento, sabedoria, capacidade de explicar com clareza para que todos entendam. No evangelho, João chama este Espírito de ‘paráclito’, o advogado que defende o homem de sua consciência acusadora. Erradamente o Espírito Santo é tratado como uma pessoa, um deus, mas ele é a virtude da santidade de Deus, o que mostra o que é certo e puro (santo) e o que não é.
       O acusador é a própria consciência do homem, que sob a ação do Espírito Santo, incomoda e mostra quando se faz algo errado. As três tentações são os vícios, os pecados, a vontade do homem, que na Bíblia são chamadas de satanás. Os gregos chamam-na de gênio (gênio da pessoa), ou demônio (anjo acompanhante da pessoa). Tiago e Paulo chamam-na de concupiscência (vontade). Seja que nome for, tem origem na vontade do homem, ocupa o lugar de Deus, e leva ao erro. Hoje se ensina que o demônio é um 'ser', que é o culpado dos erros do homem, e que ele vai pagar por isso. Isto está errado. O erro é do homem, e quem assume estes erros, mesmo sem culpa, é Jesus, que já pagou por eles. Quem ensina que o demônio é o culpado, quer dizer que ele justifica o homem, e quem ensina assim se torna o anticristo, porque só Jesus justifica.


HISTÓRIA DA IGREJA

Síntese: O nascimento da Igreja Católica.
Comentário:
       No início do segundo século todos os apóstolos haviam morrido, mas deixaram escritos os evangelhos e as cartas. Estes foram considerados livros básicos (pré Bíblia) do ensinamento cristão, e não aceitavam acrescentar novos livros. Os romanos perseguiam os judeus, e consideravam o cristianismo como um partido do judaísmo, e também o perseguia. Cada região tinha seu bispo cristão, que ensinava conforme sua interpretação dos livros. Assim surgiram diferenças entre as igrejas regionais. Percebendo isso os bispos se reuniam para discutir e diminuir as diferenças. Houveram várias reuniões bem sucedidas (mais tarde denominados concílios). A partir do ano 150 formaram a Bíblia, limitando-a aos escritos com supervisão dos apóstolos. Mesmo assim, no terceiro século surgiu uma diferença a respeito de Deus. Uns diziam ser Deus monoteísta como no judaísmo, outros que o Pai e o Filho eram pessoas independentes em Deus, seguindo a filosofia grega.
        A perseguição aos cristãos foi abrandando até que no ano 320 houve a liberação do cristianismo pelo Imperador Constantino. Mas ele percebeu que havia diferenças de ensinamentos, e ordenou a unificação das doutrinas, o que foi feito no Concílio de Niceia. Neste concílio se estabeleceu a união do Pai e do Filho, que décadas depois se tornaria uma Trindade de Pai, Filho e Espírito Santo. Neste período a igreja se formalizou, segundo os ‘padres da igreja’, e recebeu o nome de Católica, por universalizar as crenças cristãs.
       Próximo ao ano 380, no governo do Imperador Teodósio, a igreja Católica se torna oficial no Império, e não podia haver outra crença. Lá pelos anos 500, o Império Romano do Ocidente acaba, mas a Igreja Católica permanece. Ela se torna herdeira do Império. Manteve vivo o latim, passou a ser a guardiã do conhecimento, o que contribuiu para que dominasse e protegesse a Europa.


CISÕES NA IGREJA

Síntese: A tradição foi criticada por Jesus, mas é aceita pela igreja.

Comentário:
Alguns fatos significativos na vida da igreja:
       A partir do ano 320 foi liberado o culto cristão no Império Romano. Em 380 passa a ser a igreja oficial do Império como crença universal (católica), e todos passaram a ser católicos.
       No ano 622, surgiu o Islamismo fundado por seguidores de Maomé na região da Arábia. Criticava a tradição religiosa (católica e judaica), e queria reavivar os valores da Lei Mosaica. No fim dos anos 1000 muitos cristãos haviam se convertido ao islã, e ele já dominava o Oriente Médio, o norte da África e parte da Ibéria.
       Em 1054, a Igreja Católica se dividiu em Romana e Grega (Ortodoxa ou oriental), pois houve um desentendimento na formulação da Trindade. Os orientais diziam que os romanos exaltavam Jesus igualando-o ao Pai, o que tornava o Espírito Santo inferior aos dois. O oriente convertido ao Islã e à Igreja Ortodoxa levaram os romanos às ‘cruzadas’ ou guerras santas para defender os locais santos do oriente.
       Em 1500 houve a Reforma Protestante. Esta foi a mais importante das cisões na igreja. Criticavam os atos políticos e interesseiros dos dirigentes da Igreja, e procuravam reavivar os valores dos evangelhos. Os principais reformistas foram Lutero e Calvino, que ensinavam a fidelidade à Bíblia, e principalmente:
                     1- Salvação pela fé, e não pelos sacramentos.
                     2- Fundamentação na Bíblia não na Tradição.
                     3- Reforma na organização da igreja.
                     4- Crítica ao comportamento eclesiástico da época.

Mas a reforma condenou apenas os atos da Igreja, não a sua teologia.
Diferenças teológicas entre a Bíblia e a Tradição que não foram protestados:
                    1- Natureza de Jesus e Trindade,
                    2- Imortalidade da alma, satanás, céu e inferno.

Pontos que foram protestados: purgatório, santos, imagens e sacramentos. O culto a Nossa Senhora não foi protestado porque ainda não existia nos moldes de hoje.

No século XVII surgiu na Holanda uma nova forma de pensar chamado de iluminismo, que foi o clímax do renascimento das ideias da Idade Antiga.
                   1- Rejeitava a religião como fonte de conhecimento,
                   2- Revivia a filosofia grega e os ensinamentos politeístas,
                   3- Afirmava que o homem é Senhor de si.


HISTÓRIA DA CRISTOLOGIA
(fonte: História da Igreja, Jean Danielou e Henri Marrow)

Síntese: A história guarda os acertos e os erros, e através de sua análise Deus ensina sua vontade.

Comentário 1:
       No tempo de Jesus, outros homens se diziam ser o Cristo, como Teudas (Dosíteo), Judas e Simão, o mago. Todos, inclusive Jesus, foram condenados pelas autoridades religiosas da época, que não os aceitavam como Messias. Mas Jesus foi aceito por parte do povo, e deixou seguidores que divulgaram seu ensinamento. Mas na formação do cristianismo (séc.II) surgiram questões como: Jesus é o Cristo? Cristo é Deus? Jesus é homem ou Deus?
No final do séc.I e em todo o séc.II foram escritos vários evangelhos e cartas ditos como ensinamentos de Jesus. Uns oriundos dos apóstolos, outros não. Eram influenciados pelas tradições judaica, pagã, grega e gnóstica. Nesta época a reprodução e divulgação dos livros era difícil, não existia papel, nem imprensa, e toda cópia era manuscrita. O ensinamento era verbal facilitando o erro. Não havia escolas para formação de padres ou pregadores, e quem ensinava era pessoa da comunidade que se sobressaía na oratória. Não havia garantia de fidelidade, pois não se sabia se um manuscrito era autêntico ou falso. No final do séc.II os bispos selecionaram livros apostólicos, que passaram a se chamar Bíblia.
        Quanto ao teor do ensinamento.
       No final do séc.I não se pensava em cristianismo, mas em Judaísmo reformado pelo Messias. Ensinava-se o Deus monoteísta do Judaísmo, e se queria provar aos judeus que Jesus era o Messias. Estes não aceitavam. Caso aceitassem o judaísmo se reformaria. O tempo passou, e se formaram grupos mistos de judeus e pagãos, chamados de cristãos. Os judeus passaram a ser perseguidos pelos romanos, que no ano 70 dC atacaram Jerusalém, e destruíram o templo. Os judeus fugiram (diáspora). Os cristãos temendo ser chamados Judeus ensinavam que Jesus era seu Deus.
       No séc.II surge uma discórdia sobre a divindade de Jesus. Alguns bispos defendiam que Javé é Deus único, e que Jesus era homem, o Filho de Deus. Foi considerado heresia. Foi ensinada pelos Ebionitas, mais tarde pelos Monarquistas, depois pelos Modalistas. Dos Modalistas se destacaram: Noeto combatido por Tertuliano e Hipólito, Sabélio combatido por Dionísio de Alexandria e depois Dionísio de Alexandria foi combatido por Luciano e Apolinário de Laodiceia.
       No séc.IV ressurgiu o Modalismo com Ario, combatido por Dionísio e Alexandre de Alexandria e Atanásio (que criou o primeiro credo católico declarando Jesus Deus); Eusébio de Nicomédia, combatido por Aécio, Basílio de Nicomédia e Acácio. Acácio criou o Homeísmo, que se tornou o credo oficial no Império Romano.
          Participaram na defesa da divindade de Jesus, e na organização da teologia católica os bispos: Melécio de Antioquia, Atanásio de Alexandria, Basílio de Cesareia, Gregório de Nazianzo e Gregório de Nissa, Evágrio Pôntico, João Crisóstomo, Teodoro de Mopsuéstia, João Cassiano, Agostinho de Hipona, Jerônimo, Ambrósio de Milão, Martinho de Tours, Damaso de Roma, Hilário de Poitiers, que são os ‘pais da igreja’. Finalmente prevaleceu a definição de que Jesus é Deus Filho e Javé Deus Pai. Surgiu nova questão: ‘Se Jesus é Deus então haveria dois deuses, Javé e Jesus.’ Então Irineu e Tertuliano esboçaram a primeira definição de trindade, depois Orígenes, e depois Atanásio, no Concílio de Niceia.
       A questão da humanidade e divindade de Jesus foi uma disputa política entre os monoteístas de Antioquia (Oriente hebreu), e os trinitários de Alexandria (Ocidente grego). As duas cidades eram centros culturais na época.
O ponto fraco de cada teologia era:
          1- Nos monoteístas - o cristianismo se tornaria uma seita do Judaísmo, pois os judeus não aceitaram Jesus como Messias.
            2- Nos trinitários - seriam triteístas, pois declaravam três deuses na trindade.

Discutiram muito, e no século IV as duas escolas se confrontaram oficialmente nos Concílios de Niceia (ano 325) e Constantinopla (ano 381 e depois em 553).

Comentário 2:
       As diversas correntes de pensamento sobre a cristologia.
Justino (ano 138) - Deus único proferiu para fora de si o Logos, e lhe deu uma substância própria. O Logos (Verbo, Filho) tem uma subsistência distinta da do Pai, dada por ato livre de Deus. O Logos estava em homens como Sócrates, Heráclito, e outros, mas em Cristo esteve em plenitude.

Ebionismo (ano 200) – Jesus foi um homem eleito de Deus de maneira eminente. E recebeu o Espírito Santo (logos divino) no batismo, então não era o próprio Logos.

Monarquismo (ano 200) - Deus é um monarca, um rei. O Filho e o Espírito Santo são poderes de Deus, que é único. Jesus (o Filho) era um homem, e dependia do Pai. No ano 257, na igreja só se falava em Deus Pai, nem se citava o Filho.

Irineu (ano 200) – O mesmo Deus que modelou Adão pelo seu verbo e Espírito, na plenitude do tempo, retorna para reaver este homem que lhe pertence a fim de levá-lo ao cumprimento de seu destino.

Orígenes (ano 230) - O Pai (Deus) está no mundo superior, e o Pai gera o Filho a sua imagem, eternamente. Depois gera as criaturas espirituais, que caem, e tomam corpos como anjos, homens e demônios. O verbo de Deus quer que se voltem para Deus para serem restaurados e purificados.

Dionísio de Alexandria (ano 257), seguidor de Orígenes, dizia que o Verbo sempre existiu, e foi gerado livremente pelo Pai, mas é inferior ao Pai. Mais tarde acrescentou que Cristo é consubstancial (homo ousios) com o Pai. São duas hipostases inseparáveis, como a fonte e o rio, a árvore e a raiz.

Luciano (ano 260) – Cristo era de fato Deus. Comparando a união das naturezas divina e humana, como o corpo e a alma. O Verbo ocuparia em Cristo o lugar da alma, se unindo ao corpo de Jesus e não a sua alma humana.

Concílio de Niceia (ano 325) – Credo de Atanásio - Jesus é o Filho unigênito de Deus, gerado do Pai antes da fundação do mundo. O Filho é Deus de Deus, luz da luz, verdadeiro Deus, saído do verdadeiro Deus, gerado e não criado, consubstancial com o Pai (homoousios). Um só Deus na Trindade e a Trindade na Unidade. O Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus, porém não são três deuses, mas um só Deus.

Concílio de Constantinopla (ano 381) – Sobre o Espírito Santo. ‘O Pai é ingênito, o Filho é gerado e o Espírito Santo procede deles’. ‘O Espírito Santo é Senhor e doador da vida, procedente do Pai e do Filho; o qual com o Pai e o Filho juntamente é adorado e glorificado; o qual falou pelos profetas’.

Diodoro de Tarso (ano 388) – O Verbo encarnou com total humanidade, a ponto de se distinguir em Jesus o filho de Deus do filho de Maria. Mas não existem dois filhos.

Cirilo de Alexandria (ano 430) – O sujeito da encarnação é a Segunda pessoa da Trindade.

Concílio de Calcedônia (ano 451) – Um só Cristo, Filho, Senhor, monógeno, sem separação, sem confusão, sem divisão, sem mutação, não sendo de forma alguma suprimida a diferença de naturezas, pela união, mas antes sendo salvas as propriedades de cada uma, reunidas numa só pessoa e numa só hipóstase.

Concílio de Toledo (ano 525) – O Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade, é Deus, uno e igual ao Pai e ao Filho, de mesma substância e natureza. Contudo não se diz que Ele é só o Espírito do Pai, mas ao mesmo tempo do Pai e do Filho.

Concílio de Constantinopla (ano 553) – ‘Um só Deus em três pessoas’.

Concílio de Toledo (ano 589) – Afirmou-se que existiam o Espírito Santo do Pai e o do Filho, que chamaram de filioque.

Concílio de Toledo (ano 638) – ‘O Pai é a fonte e a origem de toda a divindade’.

Concílio de Toledo (ano 675) – ‘O Pai é aquilo que é o Filho. O Filho é aquilo que é o Pai. Ou seja, um só Deus quanto a natureza. Aquele que é o Pai não é o Filho. Aquele que é o Filho não é o Pai’.

Concílio de Florença (ano 1442) – ‘Por causa da unidade. O Pai está todo inteiro no Filho, todo inteiro no Espírito Santo. O Filho está todo inteiro no Pai, todo inteiro no Espírito Santo’.


CORRENTES TEOLÓGICAS DO SÉCULO I AO V:
(fonte: História da Igreja, Jean Danielou e Henri Marrow)

Síntese: Não podemos considerar a tradição como a vontade de Deus na história, pois se fundamenta nos costumes do homem.

Comentário:
       Gnosticismo (Ocultismo) – Quando os judeus estiveram cativos na Babilônia (ano 500aC) assimilaram parte da sua cultura religiosa, e a mantinha paralelo ao judaísmo, e no tempo de Jesus, o ensinamento oculto já era público, e surgem os gnósticos (gnose = conhecimento). Ensinavam que os anjos criaram tudo e governavam a criação, o chefe dos anjos era Javé, o Deus judeu. Eles governavam tudo, com maldade. Deus os expulsou do céu deixando-os definitivamente no mundo (queda dos anjos), e emana um eon (poder) para libertar os homens dos anjos criadores, este eon era Jesus, um anjo, e não um homem. Diziam que o espírito do homem é bom, e a matéria é má. A salvação vem pelo conhecimento, e não por Jesus. Os gnósticos não aceitavam a reencarnação. Os principais gnósticos foram: Cerinto, Basílides, Carpócrates, Valentim, Saturnilo e Marcion.
       O gnosticismo foi combatido por Justino (ano 138), que disse que Deus inspirou homens especiais entre os pagãos, e eles deram continuidade à filosofia grega. Cada raça desenvolveu sua filosofia, a partir do Verbo de Deus, de acordo com sua situação social, econômica e cultural. Mas o Logos esteve em plenitude em Jesus. Disse que os hebreus eram um povo ‘eleito’, instruído e governado por Deus. Compara a filosofia com o cristianismo, e disse que a ‘razão’ equivale ao ‘verbo de Deus’.
       Bardesanes (ano 154) era gnóstico, e dizia que Deus criou tudo, colocando cada coisa em seu lugar, mas elas se misturaram produzindo confusão. O mundo atual foi criado de luz e trevas, e que seus elementos serão restaurados em sua pureza primitiva. Nosso corpo pertence ao segundo mundo, e sofre má influência dos astros.
       Docetismo (aparência) – Filosofia gnóstica, que negava a humanidade de Jesus, pois ele parecia ser homem, mas não era. Sua morte foi aparente, pois por ser divino não podia morrer, nem sentir dores.
       Milenarismo – Vive o fim dos tempos e ensina a volta iminente de Jesus (messianismo).
       Elcasaísmo - Seguiam Jesus, mas com práticas judaicas.
       Encratismo – Exalta a virgindade, e condena o casamento. Taciano (ano 165).
       Ebionismo (pobres) – Diziam que Jesus era um profeta, filho de Maria e José, que recebeu o Cristo por ação do Espírito Santo, no batismo. Cristo deixou Jesus antes da sua morte. Revivido por Cerinto e Carpócrates, no ano 198 e foi combatido por Teodoto
       Nicolaítas – Pregavam a liberdade total.
       Montanismo (ano 156) – Exaltava o poder do Espírito Santo, o profetismo, as visões e revelações, o fim do mundo. A favor da virgindade, pois o homem não deve ter descendentes na Terra, mas ser puro para a cidade celeste. Contra o serviço militar, pois só se deve lutar por causas divinas. Seus principais adeptos foram: Orígenes, Hipólito, Tertuliano, Proclo. Combatido por: Apolinário, Praxeas, Serapião de Antioquia, Eleutério e Caio. O profetismo incitava as guerras e provocações apocalípticas.
       Monarquismo – Deus é um monarca, e não trino. O Filho e o Espírito Santo são apenas poder de Deus. Jesus não tem a mesma natureza que o Pai, e foi inspirado por Deus no batismo. Havia dois tipos de Monarquismo o Dinâmico ou Ebionita e o Modalista.
       Modalismo – Derivado do monarquismo, criado por Noeto (ano 200) e seguido por Epígono, Zeferino e Calisto. Combatidos por Tertuliano e Hipólito (ano 217). Dizia que Deus é uma pessoa de natureza divina, que se manifesta alternadamente, como Pai, Filho e Espírito Santo. Devido a unicidade da substancia divina, negava que o Filho tivesse uma subsistência própria. O principal Modalístico foi Sabélio (ano 257). Seu opositor foi Dionísio de Alexandria.
        Cerinto- A criação era obra dos anjos e Deus a governava. Jesus nasceu de Maria e José e Cristo desceu sobre ele no batismo.
       Simão (o mago) – era considerado deus pelos Samaritanos na época dos apóstolos.
       Menandro – era um mágico que se dizia Salvador, e quem o seguisse não morreria.
       Satornil – discípulo de Menandro, dizia haver dois tipos de homem, os que tinham parte na luz, e os que não tinham.
      Orígenes (ano 230) – Foi o primeiro a esboçar a doutrina da Trindade, baseado nas teorias de Irineu e Tertuliano. Colocava Deus num plano superior, que gerava o Filho eternamente a sua imagem num plano abaixo, e nos planos mais abaixo, os espíritos bons e maus, o homem e os demônios. O verbo de Deus leva o homem a procurar Deus para ser restaurado e purificado. O Pai, o Filho e os Espíritos eram pessoas diferentes.
       Anos 230 a 250 - Expansão do cristianismo no ocidente. Principais características regionais:
                      1) Sírio – asceta, pregando a virgindade e o celibato.
                      2) Alexandrino – teológico e filosófico.
                      3) Latino – mais preocupado com a organização da igreja.

      Dionísio de Alexandria – Combateu o monarquismo, que ressurgiu no ano 257 com Sabélio, que dizia que o Pai gerava o Filho, e que eram consubstanciais (homoousios). Para reforçar afirmava que Pai e Filho, eram duas hipostases não separadas, como a fonte e o rio, a árvore e a raiz. Os monarquistas rebatiam, pois Dionísio separava o Pai do Filho. O Filho foi gerado, assim houve um tempo que ele não existia, logo não é eterno. Que o Filho era estranho ao pai como a vinha e o vinhateiro.
       Luciano e Malquio – Combateram o monarquismo de Paulo de Salmósata (ano 260)
Maniqueísmo - Criado por Manes (ano 277). Misturava cristianismo com Masdeísmo, budismo e bramanismo. Espalhou-se pela China e África do Norte como ensinamento cristão.
       Donatismo – Criado por Melécio (ano 306). Queria uma igreja de ‘santos’, que ignorasse a realidade e a perseguição do Império Romano. Eram intolerantes, sectários e fanáticos, certos da razão contra tudo e contra todos.
       Ário (ano 319) – Era subordinado ao bispo Alexandre de Alexandria, mas não aceitava a Trindade. Defendeu Sabélio e o monarquismo dizendo que o Deus Pai é único, não gerado, não tornado. Só ele é eterno, princípio e verdadeiro Deus. Cria o Filho (não eterno), e o mantém. O Filho é semelhante (homoiousios), e não igual, ao Pai. Combatido pelo seu bispo, foi excomungado, refugiou-se na Palestina, onde teve apoio de Eusébio de Cesareia e Eusébio de Nicomédia.
      Concílio de Nicéia (ano 325) – Confronto entre trinitários (Atanásio e Alexandre de Alexandria) e monarquistas (Ário de Antioquia). Os trinitários vencem, e definem que o Pai é eterno e criador de tudo; o Filho é eterno, verdadeiro Deus, gerado e não criado, na mesma essência do Pai (consubstancial = homoousios). Cristo era humano e divino. Mas em 328, Constantino mandou a igreja seguir a teologia de Ário.
       Escola de Alexandria – defendia a divindade de Cristo. Afirmava que Jesus era Deus e homem.
       Escola de Antioquia – defendia a humanidade de Cristo. Afirmava que Jesus era homem.
       Neo Arianismo – No ano 350 surge o neo-arianismo em três correntes.
1) Aécio – Diz que o Filho não é gerado, e tem essência diferente do Pai (anamoios).
2) Basílio de Ancira – Diz que o Filho é de essência semelhante ao Pai (homoiousios).
3) Acácio – Diz que o Filho é semelhante ao Pai (homoios, daí o homeísmo).
       Homeísmo - O Concílio de Constantinopla (ano 360) adota a doutrina de Acácio como oficial, mas foi combatido por Apolinário de Laodiceia, que afirma que Cristo era realmente Deus. Comparou a união da natureza humana e divina, com a do corpo e alma, sendo que em Cristo, o Verbo ocupou o lugar da alma, e se uniu ao corpo.
       Apolinário de Laodiceia (ano 360) – Combateu Ário. Afirmava que o Filho tem a mesma substância do Pai, e tem humanidade incompleta, pois seu espírito é o Espírito Santo.
       Diodoro de Tarso – Dizia que o Filho tem duas naturezas, humana e divina, mas não são dois filhos.
       Os Padres da Igreja (ano 373) – Melécio de Antioquia, Basílio de Cesareia, Gregório de Nazianzo e Gregório de Nissa, que eram homeus se convertem em homoousios, conforme o credo de Niceia. O filho é perfeitamente semelhante ao Pai em todas as coisas. Começa a era dos ‘pais da igreja’. Em 379 todos os bispos orientais aceitaram o credo de Niceia.
       Pelágio (ano 420) – Negava o pecado original, pois as pessoas podiam escolher entre o bem e o mal, tornando a salvação uma opção pessoal. A graça de Deus era de acordo com o mérito de cada um.
      Semi- Pelagianismo – Dizia que o homem tem que dar o primeiro passo para Deus, depois Deus o ajudaria a se arrepender, e a se salvar (pela graça).
       Nestório (ano 428) – era discípulo de Diodoro, mas se tornou herege. Dizia que Jesus eram duas pessoas e duas naturezas. O Verbo não sofreu na paixão de Jesus. Maria não era a mãe de Deus. Não chamava Jesus menino de Deus. Foi combatido por Cirilo de Alexandria.
      Cirilo de Alexandria – Dizia que o Filho é o verbo de Deus que desceu à condição humana, e sua natureza divina estava em comunhão hipostática com o Pai. Dizia que Maria é a mãe de Deus. A União Hipostática é válida até hoje, e afirma que Jesus tem as naturezas humana e divina unidas em uma só natureza.
       Concílio de Éfeso (ano 431) – adota a doutrina de Cirilo, e cria discórdia entre bispos.
       Concílio de Calcedônia (ano 451) – redefiniu a natureza do Filho, juntando todas as doutrinas.
       Eutíquianismo (ano 454) – No ano 447 Teodoreto, revive a teologia de Nestório, e é combatido por Eutiques, que cria o monofisitismo. Dizia que Jesus tinha um corpo diferente do nosso para conter uma natureza humana e divina, mais tarde a natureza humana de Jesus foi absorvida pela divina. É a base do credo atual dos cristãos do Egito, Síria, Arábia e Etiópia, organizado por Severo de Antioquia (ano 510 a 540).
       João Filipão (ano 560) – Cria as heresias do triteísmo e da tetraditas (trindade de quatro pessoas).


TEOLOGIAS ATUAIS:

1- TEOLOGIA da BÍBLIA
- Deus Javé criou tudo o que existe. O homem vivia no jardim do Éden, o paraíso, mas desobedece a Deus, come o fruto da árvore do conhecimento, e vai viver no mundo de pecado e dor.
- O homem veio do pó e a ele voltará, depois ressuscitará para o juízo final.
- Em vida, o homem procura o caminho de volta a Deus. E Deus enviou Jesus, seu filho, para mostrar o caminho.
- Jesus abre o caminho e morre, porque seus contemporâneos não aceitam. Ressuscitado sobe ao céu, voltará para fazer o Juízo final, e restabelecer o Reino de Deus na terra.
- Jesus mostra ao homem a aparência de Deus, pelo Espírito Santo que são suas sete Faces.
- Faz do Espírito Santo intercessor e advogado do homem junto a Deus. Ele ensina e guia o homem pelo caminho Jesus.

2- TEOLOGIA CATÓLICA
Seguem os ensinamentos da Sagrada Tradição da igreja.
- Deus é uma Trindade composta de Pai, Filho e Espírito Santo.
- O Pai, é o Deus criador que habita nas alturas.
- Deus Jesus é o Filho, Senhor, intercessor e salvador, presente na igreja e na eucaristia.
- Deus Espírito Santo, o intercessor, presente na igreja.
- Nossa Senhora, Mãe de Deus e da igreja, assunta ao céu, está ao lado de Deus no céu. (Sua função é a mesma do Espírito Santo, ou seja, intercessora, advogada, consoladora, auxiliadora, dá graças, guia dos homens).
- Sacramentos são ritos estabelecidos por Jesus que leva quem os pratica à salvação.

3- TEOLOGIA EVANGÉLICA
São várias denominações evangélicas. Seus ensinamentos são uma mescla de Tradição Católica e Bíblia, porém interpretados pelos seus fundadores.
- Deus é uma Trindade de Pai, Filho e Espírito Santo, como os Católicos, mas não creem em Nossa Senhora, nem nos sacramentos.
- Valorizam o demônio como um deus tentador e causador de males.

4- OCULTISMO, ESOTERISMO E ESPIRITUALISMO
São atualizações do paganismo. Ensinam a reencarnação, e todo tipo de ocultismo, como gnose, espiritismo, numerologia, anjologia, Tarô, horóscopo, mágica, magia, bruxaria, cartomancia, curandeirismo e ciências ocultas. Estas crenças foram levadas para Israel após o cativeiro. Foram adaptadas à Lei, e passaram a fazer parte da Cabala (Tradição). Influenciou o cristianismo como gnose, e perdura até hoje de forma marginal ao cristianismo, como sociedades secretas, filosóficas e teosóficas.

5-- ESPIRITISMO
O espiritismo crê nos ensinamentos de Jesus em sincretismo com o ocultismo. Ensina a encarnação de espíritos e carma, ao invés de ressurreição e pecado. Faz comunicação com mortos.

6- TEOSOFIA
A teosofia estuda Deus baseando-se em conhecimentos antigos e ocultos, que renasceram na Idade Moderna.

7- EXISTENCIALISMO, HUMANISMO, SECULARISMO, AGNOSE E ATEÍSMO.
Estas denominações podem ser consideradas como ateísmo. No existencialismo e humanismo o homem é o arquiteto de sua vida, e construtor do seu próprio destino. Secularismo e agnose negam a ação das forças espirituais e divina sobre o homem. O ateísmo não considera a existência de Deus. São derivadas da filosofia grega e de crenças pagãs.

8- HOMOCENTRISMO
No teocentrismo Deus é o centro (Senhor) e o homem a periferia (servo). No homocentrismo as posições se invertem, o homem é o centro, e os deuses são a periferia. É uma teologia materialista, pois o interesse do 'fiel' é sempre um bem material. As igrejas de hoje confessam fé no Deus Único, mas agem como politeístas. Cultuam os deuses (santos, satanás, dinheiro, poder, curas e mágicas) que atendem seus desejos, e o homem se coloca no centro. Confessam Deus com os lábios, mas o coração está distante, interessado em outras coisas.


HERESIAS CONTRA A BÍBLIA (heterodoxia) 

Chamo de heresia as superstições introduzidas na igreja, oriundas do paganismo, que causam divisões entre os fiéis. Nos dias de hoje, levam muitas pessoas ao ateísmo.

Síntese: Algumas heresias se tornaram verdades (falsas) ao longo da história, e a Verdade voltou a ser velada.

Comentário Geral:
       A sabedoria popular, tradição e cultura influem na Verdade revelada à igreja. O que na antiguidade era tido como erudito e ciência (esotérico) se popularizou, e contaminou a igreja. Assim:

Comentários 1:
Heresia da Trindade:
Síntese: Os pais da igreja (séc.IV) usaram suas tradições como fonte para os ensinamentos da igreja.

Comentário 1a:
O ambiente na época.
       Jesus não queria fundar uma nova religião, como Messias deveria atualizar o Judaísmo, mas não foi aceito pelos judeus. A partir do séc.II seus seguidores aceitaram ser uma nova religião. Nesta época judeus e cristãos eram confundidos e perseguidos pelos romanos. A divulgação dos ensinamentos era feita de forma oral favorecendo a diversidade de interpretações, e por isso sofreu influências do paganismo e da filosofia grega. No século IV passou a ser a religião oficial do Império Romano como Igreja Católica.

Comentário 1b:
Heresias que antecederam à Trindade.
1- Os monarquistas diziam que Deus era um monarca, e o Filho foi criado por ele, antes da encarnação. Baseavam-se na crença gnóstica da criação pelos Eloins (anjos semi deuses). Os opositores diziam que Jesus (o Filho) era Deus, eterno, da mesma substância do Pai, e que sempre existiu com o Pai. Já se pensava em duas pessoas. Não se entendiam, e se criaram nova heresia para combater outra. Assim:
2-Para vencer os monarquistas, os trinitários diziam que Jesus foi gerado e não criado, consubstancial ao Pai.
3-Os monofisitas diziam que a natureza humana de Jesus foi absorvida pela divina, e ele passou a ser Deus. Os trinitários afirmavam que Jesus tinha as duas naturezas, divino e humano, ao mesmo tempo.
4-Tertuliano (séc.II) dizia que na Trindade existia uma só substancia e um só poder divino, sem separação, diversidade, dispersão ou divisão. Porém, havia uma distribuição das funções entre Pai, Filho e Espírito Santo.
5- Santo Agostinho dizia que as três pessoas da Trindade só se distinguem pela relação de Pai, Filho e Espírito Santo.

Comentário 1c:
A Tradição católica dos pais da igreja (séc.IV) vem:
         a) do sincretismo com as correntes religiosas seguidas pelos pais da igreja.
         b) de disputas pelo poder (da igreja e na igreja).
         c) da justificativa de que o conceito de Deus na Bíblia é dinâmico.
         d) que o Antigo Testamento foi atualizado pelo Novo.

Comentário 2:
Heresia da ‘mãe de Deus’.
       Jesus aos 30 anos foi ao Rio Jordão para se batizar, e João achava que não devia batizá-lo, pois ele era inferior a Jesus. Jesus respondeu que João devia ser justo, ou seja, que João devia batizá-lo(pois ele só seria superior após o batismo). Ao ser batizado, Jesus foi ungido por Deus, e recebeu o Espírito Santo, depois se retirou para o deserto cheio do Espírito. Assim João Batista foi uma pessoa muito importante na vida de Jesus, pois foi por João que ele recebeu o Espírito Santo.
       Assim também se não houvesse a cruz, Jesus não morreria para apagar os pecados.
       Também a intolerância dos sacerdotes que condenaram Jesus.
       Se a igreja não guardasse a fé, ninguém conheceria Jesus.
Os meios são muitos, para que ninguém se glorie, mas glorifique Jesus, que é o principal.
       A igreja se achou muito importante, cheia de poderes, diz que sem ela não se chega a Jesus. Misturou-se com a mãe de Jesus, e se elegeu ‘Nossa Senhora’ dos cristãos. O que é uma heresia, pois Deus é livre e libertador, e não precisa de nada. Maria é a mãe de Jesus, e não a mãe de Cristo, pois Cristo só veio ao mundo quando Jesus aceitou ser batizado. Se Jesus não se batizasse, e não vencesse as tentações no deserto, Cristo não viria para ensinar e salvar.
       Aproveitando este comentário, falo também dos ateus e agnósticos que dizem que Jesus, é um mito criado pelo Império Romano para dominar o povo, e que até hoje serve de ‘muleta’ para a pessoa se apoiar. De fato, pode se comparar Jesus a uma muleta, que mantém o impossibilitado em pé, e é mais eficiente que as muletas ideológicas porque serve para reerguer a pessoa, e isto é bem, é amor e liberdade, enquanto as ideologias servem ao egoísmo e ao poder.

Comentário 3:
Heresia de satanás
       O conceito de satanás ou demônio surgiu no judaísmo antigo durante a escravidão dos judeus na Assíria e Babilônia (ano 500 aC). Satanás só foi citado nos livros do Antigo Testamento escritos a partir deste período (Jó e Crônicas). Isto trouxe uma crise ao judaísmo antigo, e não houve mais profetas até João Batista. Na época de Jesus muitos judeus eram gnósticos, e o pensamento dominante era do bem e do mal (dualismo: dois poderes). O bem representado por Deus e o mal representado por anjos rebeldes expulsos do céu. Para os gnósticos estes anjos foram bons para os homens, e os chamaram de demônios, como o grego chamava seu anjo pessoal (anjo da guarda). Então o mal foi personalizado como demônio.
       Com o passar do tempo o demônio se consolidou como uma pessoa, e não mais anjo. Após os anos 1200 a igreja Católica considerou definitivamente o demônio como o ser que chefiava as forças do mal, e lhe deu a imagem que tem hoje. O homem passou a ser bom, e o demônio passou a ser o responsável pelos seus pecados. Mas nisso há dupla heresia. A Bíblia diz que o homem é mau, e Deus se arrependeu de cria-lo. E se tudo que fazemos é por culpa do demônio, significa que ele justifica (assume a culpa), e não Jesus.
       A Bíblia ensina que Adão desobedeceu, por causa da sua vontade (concupiscência), e o pecado entrou no mundo. Também ensina que Jesus morreu para tirar o pecado do mundo, assumindo a culpa e morrendo.

Comentário 4:
Heresia da vontade de Deus.
       O homem natural se acha bom e justo. Diz que tudo que acontece de mal (acidente, morte, fracasso, etc) foi a vontade de Deus, e que o sofrimento é castigo para quem erra. Mas Deus é bom, e é incapaz para o mal (O mal não se aproxima de Deus, pois se purificaria). As coisas de Deus que se parecem más aos olhos do homem, vêm para o bem, então são boas. Doe, mas não fere, causa sofrimento salutar, e faz crescer. É ensinamento e não castigo. As coisas más que afligem o homem vêm do seu erro (pecado), e imputá-las a Deus é heresia.
       A morte – O homem morre porque é pecador. A Bíblia diz que não há nenhum justo, por isso morremos. O dia da morte é o dia em que Deus faz o primeiro acerto de contas. Enquanto não chega este juízo, não morremos. Agora é tempo do perdão e da Graça de Deus, tempo de mudar, converter, seguir Jesus, para com ele ressuscitar.

Comentário 5:
A primeira crise doutrinária.
       Moisés desceu o Sinai, e ensinou os dez mandamentos de Deus. Entre eles o de não fazer esculturas, nem figuras dele. Dias depois Moisés subiu ao Sinai para receber a lei escrita em pedra. Assim que saiu o povo pediu a Aarão para fazer um bezerro de ouro para representar Deus Javé desobedecendo ao mandamento. Moisés voltou, e enfurecido quebrou as tábuas da lei.
       Hoje os senhores das igrejas fazem suas doutrinas cheias de zelo pela sua fé. Não leem os profetas, nem escutam Deus nas orações, por isso esfriam, e morrem na fé. Mas Jesus veio para curar o cego que não lê, o surdo que não ouve, e ressuscitar o morto pela sua fé.

Comentário 6:
O Anti Cristo.
       Acha-se que o anti Cristo será alguém contra Jesus e a igreja, mas não é não. Anti Cristo é aquele que quer tomar o lugar de Cristo. Ele entra na igreja, e a domina de tal forma que não pode ser combatido. Ensina suas doutrinas e tradições, e desvia o fiel. Por isso a igreja deve ser escola da Bíblia, e guardiã da fé.

Comentário 7:
O credo herético do homem natural.
              a- Crê que o homem é bom, e não um infiel e pecador.
              b- Crê que o direito prevalece sobre o dever (a justiça).
              c- Crê que a liberdade é um direito, e não uma graça de Deus.
              d- Crê que ele é dono de si.


AS FACES DE CRISTO

Síntese: O Cristo tem três faces: histórica, mística e mítica.

Comentário:
As faces (ou fases) de Jesus são três:
               1- Como Jesus é o homem histórico.
               2- Como Cristo é místico divino.
               3- Como deus é um mito.
Todos estes aspectos já foram explicados anteriormente, e faço este comentário para finalizar, e chamar à atenção dos que não perceberam.



link para o diagrama 'Cristologia'.
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