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03 novembro 2011

cap 2: Monoteísmo

MONOTEÍSMO
Síntese: Há vários deuses, mas só um é o verdadeiro.

Comentário 1:
Moral, ética, igualdade e liberdade.
       Surgem as dúvidas e os problemas. Procura-se uma solução que traga segurança e confiança. Cada solução é uma inspiração, e o espírito que a inspira é o deus que salva. Um problema tem várias soluções dadas por deuses diferentes, e escolhe-se a mais conveniente. Então podemos dizer que há diversos deuses, e que o homem natural é politeísta. Atualmente os principais deuses são: dinheiro, poder, vícios, automóvel, prazer, esportes, família, trabalho, igreja.
       Observando as atitudes das pessoas se consegue identificar seus deuses. Paulo em sua carta aos Coríntios (1Cor8,4), diz o seguinte: ‘Assim pois, quanto ao comer das carnes imoladas aos ídolos, sabemos que não existem realmente ídolos no mundo e que não há outro Deus, senão um só. Pretende-se, é verdade, que existam outros deuses, quer no céu quer na terra (e há um bom número desses deuses e senhores). Mas, para nós, há um só Deus, o Pai, do qual procedem todas as coisas e para a qual existimos, e um só Senhor, Jesus Cristo, por quem todas as coisas existem e nós também. Todavia, nem todos têm esse conhecimento’.
       O monoteísmo é o jeito de viver com um só deus, o Deus da vida, o Deus de Abraão. Ele dita as regras (lei, moral), e deixa o homem livre para cumpri-las ou não. As leis são para todos sem distinção, por isso trazem igualdade. O cumprimento da lei é a justiça (ética). A lei se resume em não pecar, ou seja, não criar problemas para os outros nem para si. A lei é a vontade de Deus, e a vontade de Deus é para evitar problemas. Muitas vezes não é agradável fazer a vontade de Deus, e o homem (falso monoteísta ou infiel) opta pelo deus que o salvar, naquele momento, como ele quer. Para o monoteísta autêntico, a lei gera conflitos forçando-o a raciocinar para descobrir qual é a vontade de Deus, e em consequência ela desenvolve sua inteligência, se renova e muda o jeito de agir. Este processo se chama conversão, pois Deus muda a pessoa em outra. Como Jesus disse a Nicodemos que ele tinha que nascer de novo.
       O politeísmo se fundamenta na vontade do homem, e é uma falsa religião, porque é uma visão externa, e não pode ligar a Deus. No politeísmo tudo é possível, basta encontrar o deus adequado para seguir, e requerer o direito. Não há pecado, nem justiça, nem moral, pois o politeísmo dá o direito. O direito traz a diferença, a desigualdade e a injustiça, pois um quer uma coisa, e outro quer outra. Nesta irreligião Deus intervém, faz com que a injustiça gere a necessidade de justiça, e esta revela a moral, que mostra o Deus verdadeiro.
       O politeísmo é uma filosofia humanista, pois admitindo vários deuses faz o homem ser seu próprio deus. Como o homem quer que prevaleçam seus direitos e interesses, ele prefere o deus que faz a sua vontade. Como diz a carta de Jeremias aos judeus cativos na Babilônia (Br 6,15): ‘Quando a ferramenta de um homem se quebra, perde a utilidade. Assim também acontece com seus deuses’. Veja como a Bíblia é atual! Não acontece o mesmo ainda hoje?
       O monoteísmo só admite os interesses de Deus, que são de grande serventia para o homem, e eles são a vida, o amor, o perdão, a retidão, a bondade, a clareza de pensamentos, e muitas outras virtudes.


Comentário 2:
Monoteísmo e psicologia.
       Quero fazer a análise do monoteísmo sob o ponto de vista da psicologia, ou melhor, revelar a psicologia manifestada no monoteísmo.
       O monoteísmo considera que o homem é mau, todos são pecadores. Para ter paz precisa saber o que é ser bom e perfeito, e quando souber adquire maturidade e esperança para solucionar os problemas. Deus é Único e soberano, não aceita a maldade do homem, e lhe impõe a ‘Lei’. Esta ensina moral (lei), ética (justiça), liberdade, igualdade e justiça, que são úteis para o desenvolvimento social. Seguir a lei é a justiça (para o hebreu), ou ética (para o grego). O fruto deste seguimento é a vida em paz e equilibrada na sociedade. Quando a Lei não é seguida há desequilíbrio e problemas. Todos os fundamentos e conceitos usados hoje em dia para o bem comum e a boa convivência são decorrentes do monoteísmo. É claro que ‘não matar’ é uma lei que qualquer ideologia concorda, mas lei e ordem sistemática só há com o monoteísmo.
       O ateu diz que o homem cria deus. Sim, o homem cria seus deuses, e gera o politeísmo, mas o Deus do monoteísmo é eterno e incriável. Há muitas pessoas que confessam a fé Cristã, mas agem como politeístas, então elas são de fato politeístas, pois o monoteísmo não admite outros deuses. O direito surgiu em decorrência da criação de deuses pelo homem. A justiça é o dever de cumprir a vontade do Deus único. O direito serve para exigir a justiça de outra pessoa, e fazer com que ela cumpra um dever que me beneficia. Esta é a diferença básica entre os dois sistemas. O politeísmo é externo, pois quer a justiça do outro, enquanto o monoteísmo é interno, e a pessoa exige justiça de si (seu dever). Não sei se fui claro. O homem cria deuses (falsos), mas descobre o verdadeiro por necessidade psicológica, natural, colocada nele por Deus, para este fim. A alma tem sede de Deus, e só é possível descobrir Deus num ambiente monoteísta.
       A cultura politeísta romana deu o direito e o processo, que fazem parte da sociedade de hoje. Mas o monoteísmo judeu dá a lei (moral) e a justiça (ética), que têm valor intrínseco de virtude, não precisam ser oficializadas por lei humana, e ninguém pode ser contra elas.


Comentário 3:
Moisés e José do Egito.
       Moisés organizou a religião monoteísta quando recebeu a Lei para orientar Israel, em 1500 aC. A lei dizia que só há um Deus, criador de tudo, e que está acima de todas as coisas, por isso deveria ser temido e respeitado. Quem cumprisse a Lei, Deus o livraria do mal, da doença, da fome e da guerra, porque a lei leva a viver bem consigo e com todos, ao trabalho honesto e a uma vida saudável.
       O monoteísmo institui os conceitos de lei e justiça (moral e ética), de liberdade e dever, e de bem e mal. A justiça é cumprir o dever voluntariamente, é a ciência da boa convivência a partir do esforço em cumprir a Lei, pois as Leis são regras para o bem comum. O direito exige que o outro cumpra o que se supõe ser o dever dele. Ele vem do politeísmo, pois a pessoa acha que merece o que pede aos deuses, e que tem o direito de pedir. O direito é individual. Hoje ele é conquistado, quem pensa ter o direito, o pleiteia, e insiste até conquistá-lo. Então o direito é a legalização de interesses particulares. Mas a Lei Moral é coletiva, e visa o bem comum, faz o interesse coletivo prevalecer sobre o interesse particular. A liberdade natural é dada por Deus, mas ele a limita pelo interesse coletivo, tornando-a justa e verdadeira.
       A política é consequência de crenças e interesses. Existem quatro regimes políticos, ou quatro linhas de pensamento: anarquia, demagogia, democracia e autocracia. A anarquia privilegia a liberdade e o direito individual. Na demagogia a liberdade individual se disfarça em coletiva, e gera autoritarismo de aparência democrática. Na democracia a lei se baseia na liberdade consensual e na justiça legal. No autoritarismo a lei se baseia na vontade de um individuo, e não há direito, nem justiça. A teocracia não é um regime político, mas um regime religioso onde Deus é rei absoluto, mas ela só é aplicável aos religiosos.
       Voltando ao monoteísmo. Dizem que o faraó Amenófis IV foi o primeiro monoteísta no mundo, e que Moisés copiou o Deus único dele. Mas Moisés viveu no tempo do Egito politeísta. Aliás, o Egito Antigo nunca foi monoteísta, nem no tempo de Amenófis. Quem viveu neste tempo foi José, mas os historiadores não falam dele. Segundo a Bíblia José governou num período de muita fome, e que devido à sua administração orientada por Deus, o povo não sofreu. Apesar das cronologias oficial e bíblica não confirmarem, acredito que José serviu ao Egito no tempo do pai de Amenófis. Conviveu com Amenófis criança, podendo até ter sido seu educador. No livro do Gênese (Gn45,8) diz que Deus tornou José como o pai do faraó, chefe de sua casa e governador do Egito. Segundo a história Amenófis mudou oficialmente a religião para monoteísta, e também mudou seu nome para Akenaton, mas o Egito não deixou seus deuses, e logo após sua morte voltou ao politeísmo. Na verdade só ele seria monoteísta, e seus súditos o agradavam. Ele falava em Deus único, mas todos continuaram politeístas. Quanto ao monoteísmo de Akenaton, parece-me que ele não entendeu bem a lição de José, pois trocou o deus Amon (Sol), por Aton (círculo solar). Acho ter sido um mal entendido, pois o círculo solar é só aparência, não é espiritual, nem cria nada. Acho que José lhe ensinou que o Sol não era deus, mas Deus é o que lhe dá movimento e vida, e o faz brilhar. Que o Sol é como uma janela para Deus olhar o mundo do alto, e daí enviar bênçãos. Logo o Sol não era Deus, mas Deus era o que olhava, e abençoava o mundo através do círculo solar (buraco no céu). Deus não é o Sol, nem seu círculo, mas o que faz o Sol existir, e lhe dá ser.


EXOTERISMO E ESCOLÁSTICA

Síntese: A compreensão depende do conhecimento.
Comentário:
       Na antiguidade poucos aprendiam ler e escrever, porque não precisava. Alguns se interessavam, e procuravam um mestre de mágica, de ciência oculta ou filosofia. Hoje estes ensinamentos são chamados de ocultismo. O ensinamento dado não podia ser comentado fora da escola, pois a pessoa comum não entenderia, e poderia criar problemas para o mestre. Este ensinamento era chamado de esotérico. Para atender à curiosidade das pessoas de fora da escola, o mestre ensinava uma versão exotérica mais popular e poética. O esoterismo era o caixa 2, verdadeiro e secreto, e o exoterismo o caixa 1, público e falso. No Império Romano era permitido todo tipo de crença, mas quando o cristianismo se tornou a religião oficial (ano 400dC), foi na forma católica, ou universal, e envolvia as demais religiões. As crenças puras passaram à clandestinidade. Fora do império estas crenças eram livres. Hoje estas crenças também são tidas como esotéricas.
       As crenças se mantiveram ocultas. No ano mil a igreja criou escolas para a formação de padres, e a partir de 1100 elas se tornaram escolas abertas aos nobres, e se chamaram de universidades. Estudavam a Escolástica que era um resumo feito por Santo Tomás, da Bíblia, Platão e Aristóteles. Ao longo dos anos a Escolástica se enriqueceu, e se dividiu nas ciências de hoje.
       A igreja incentivou o estudo das ciências naturais e artes, para desmistificar o ocultismo, curandeirismo, mágicas, alquimia e antigas crenças, e passou a controlar o verdadeiro conhecimento. Surgiram os intelectuais. Alguns deles se converteram às crenças pagãs, outros se revoltaram contra a igreja, e houve uma revolução cultural denominada Renascimento (1300-1500), pois renascia a cultura antiga. Houve uma inversão de valores, o conhecimento esotérico foi purificado nas universidades, passou a ser as ciências de hoje, e o que restou continuou a ser chamado esotérico.


A BÍBLIA E O ESOTERISMO

Síntese: A vida de Abrão é o símbolo da verdadeira sabedoria.

Comentário 1:
Li poucos livros de esoterismo, mas do que li não gostei das interpretações da Bíblia. Por isso quero esclarecer alguns pontos.

1- Abraão como Adão buscava o conhecimento. Por isso Adão comeu o fruto da árvore do conhecimento, e pecou. Abraão saiu da Caldeia foi buscar conhecimento em Aram, depois no Egito, que eram 'terras de sábios' e da raça perfeita na antiguidade. Mas Abraão voltou ao Canaã, 'Terra Prometida por Deus', obedecendo-o pela fé exigida no monoteísmo. Na plenitude do tempo, de Abraão nasceu Jesus, que resgatou o conhecimento e a perfeição. Adão desobedeceu, e deixou o paraíso espiritual para formar a humanidade. Abraão obedeceu, e através de Jesus retorna ao paraíso espiritual pela fé, obediência e esperança.

2- Abrão pai dos hebreus saiu de Ur (1º êxodo), de Aram (2º êxodo), do Canaã (3º êxodo), e do Egito (4º êxodo), e volta à Terra Prometida para o descanso. Também os hebreus, saíram do Egito com Moisés (1º êxodo), depois foram cativos para a Assíria e a Babilônia (1ª diáspora). De 12 tribos foram reduzidos a uma: os Judeus. Expulsos de Jerusalém pelos romanos (2ª diáspora) viveram no exílio por 2000 anos, mantendo sua tradição na fé, obediência e esperança, como Abraão. Foram perseguidos na Alemanha, e foram repatriados (2º êxodo) à Terra Prometida depois da 2ª guerra, e esperam o novo descanso. O povo judeu com diásporas e êxodos permanece com uma vitalidade que dá inveja a outros povos. Deve ser mesmo o povo eleito de Deus, mas o povo da raça pura não gosta disso.

3- Jesus é o ponto final na história de Abraão. Mas quero falar dele de forma diferente, sob o aspecto da reencarnação. A Bíblia nada fala sobre reencarnação, não aprova nem reprova, pois seu ensinamento é voltado à vida e à salvação da vida. A salvação é a libertação da pessoa. Deus fez o homem livre, mas ele procura a escravidão e o sofrimento, e salvação é desvencilhar-se disso. Por exemplo, a salvação do povo judeu.
       A Bíblia ensina que o cristão morre, e aguarda o dia do juízo para descansar com Deus. Mas o homem precisa obter a cidadania do Reino nesta vida, pelo conhecimento de Deus através de Jesus, no tempo eterno de agora. Aqueles que não obtêm a cidadania agora vivem em um fogo que queima a alma, mas não a consome, por isso é um fogo eterno. Já o ocultismo ensina que reencarnação é o processo cíclico de vidas e mortes para libertar e aperfeiçoar o espírito. Mas Jesus veio para libertar quem quer se libertar de todos os males, inclusive dos ciclos de encarnações, se existirem; e para se libertar basta seguir o que Jesus ensina, pois ele é o caminho direto sem encarnações.

4- Frutos contemporâneos da sabedoria pagã (esoterismo).
       O caso do arianismo de Hitler (raça pura), que levou à segunda guerra mundial. Mas Israel (povo eleito) condenado à extinção foi restabelecido pela providência. Caso semelhante é relatado na Bíblia, no livro de Ester.
       Década de 1960. Jovens americanos desertavam para não irem à guerra no Vietnã. Influenciados por mestres gurus, criaram o estilo de vida ‘paz e amor’, depois ‘droga, sexo e rock’d roll’, que difundiu o uso de drogas alucinógenas no ocidente, e toda a violência que ela traz.

5- Frutos da sabedoria monoteísta.
       Jesus é a descendência de Abraão, e ele foi nomeado eterno Rei dos homens. Comparando à ciência natural, Abraão é o homo sapiens, o primeiro a pensar em Deus. Moisés o homo sapien-sapien, o que usa a inteligência e conduz o povo a Deus. Jesus é o homo sapien-sapien-sapien, completo, pleno com Deus. Aquele que rompe a barreira do tempo (cronos) entra no santo dos santos do templo de Deus, e leva à vida eterna (cairós).
       Assim como o politeísmo tem o deus Hermes (Mercúrio), tri megistro (mestre-mestre-mestre), o monoteísmo tem seu ícone de perfeição que é Jesus o homo tri sapien. Pois Deus na plenitude dos tempos enviou Jesus, mostrou à humanidade o homem pleno de conhecimento e sabedoria, e inaugurou um novo tempo (cairós), o Reino de Deus.
       Conhecimento é conhecer, mas sabedoria é saber o melhor do conhecimento. É separar o bem do mal, pois a verdadeira sabedoria é o bem. Como diz o apóstolo Paulo em sua carta aos Coríntios (1Cor2,12s).
‘Nós não recebemos o espírito do mundo, mas sim o Espírito que vem de Deus, que nos dá conhecer as graças que Deus nos prodigalizou, e que pregamos numa linguagem que nos foi ensinada não pela sabedoria humana, mas pelo Espírito, que exprime as coisas espirituais em termos espirituais. Mas o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus'.


Comentário 2:
       Teologia oriental.
a- Existe uma crença esotérica que diz que o homem é um deus, e o brilho de sua estrela está encoberto por véus. O homem precisa desvelar-se, para descobrir sua Vontade Verdadeira, que é divina, e então realizá-la.
b- Desta forma o ensinamento não chega a ser uma teologia, mas uma ideologia.
c- Semelhante ao hinduísmo e budismo, em que o homem é como um botão de flor de lótus, que precisa desabrochar para mostrar deus que está nele.
d- O cristianismo entende o homem semelhante (não igual) a Deus, pois é a criatura que sente a necessidade de Deus, como pai. Uma necessidade apagada pela maldade e pecado. Para reacendê-la o homem precisa renunciar a sua vontade maldosa, e voltar-se para o bem (com o Espírito Santo). E à medida que a chama aumenta, ela servirá de farol guia para o homem seguir e crescer em santidade.

Na planta, a flor precisar desabrochar e fecundar para nascer o fruto. No cristianismo, o homem precisa se abrir para deixar Deus agir e fecunda-lo para nascer o homem novo.    
e- Só para comparação. A estrela ou a flor do esoterismo poderiam ser o Espírito Santo. Os véus ou as pétalas são os pecados. O desvelar ou o desabrochar é a conversão. Fazer a Vontade Verdadeira é renunciar ao mal, renunciar ao homem velho, fazer o bem, viver em santidade, que é a vontade de Deus. Então o homem se religará com Deus, mas não será Deus.
f- As doutrinas da estrela e da flor consideram que a Vontade Verdadeira é humana, mas não é, ela é a vontade de Deus para o homem, externa ao homem, metafísica, e que precisa ser buscada com muito esforço contra a natureza humana para ser desvelada, desabrochada.
g- O cristianismo considera a verdade do homem o destino traçado por ele; e a verdade de Deus a predestinação, pois Deus predestinou o homem a ser justo, bom, santo, saudável e feliz.
h- E mais, se existe uma verdade verdadeira é porque existem as falsas. A verdade do homem é falsa e só a de Deus é Verdadeira. Para o homem se ligar a deus antes ele precisa desvelar sua estrela. Sem o desvelo ele está em treva, o que é o mesmo que dizer que o homem é mau, como diz o cristão.
i- A verdade do homem é seu entendimento que ele acha ser verdadeiro. Para alcançar a verdade de Deus, o homem precisa meditar e raciocinar no bem, mas isso para ele é loucura (como diz Paulo), e ele 'Nem pode compreender, porque é pelo Espírito que se deve ponderar. Nós, porém, temos o pensamento de Cristo’.

       Assim na plenitude do tempo surgiu Jesus 'mais que sábio'. O homem não o aceita, e se perde rumo à plenitude. Se a humanidade alcançar a plenitude será uma nova fase da História, a Idade da Sabedoria ou do Reino de Deus, em que os homens aprenderam a se respeitar, e conviver em harmonia dentro de suas diferenças.


ESPÍRITO e ESPIRITUALISMO

Síntese: O espiritualismo não reconhece o espírito!!

Comentário:
       Vejo na nomenclatura espiritualista uma confusão de conceitos. Cada segmento define, e dá nome às coisas, sem considerar o que já existe nomeado. Isto faz com que a mesma coisa tenha vários nomes como se fosse outra diferente. Já que tudo se fundamenta na Bíblia, o melhor seria observar a definição bíblica das coisas. No gênese Deus criou tudo. Fez o homem do barro, soprou-lhe nas narinas, e lhe deu a vida. Ele se tornou alma vivente. Assim Deus criou o homem. Não há definição melhor, curta, clara, sem subterfúgios e complicações. Por exemplo: toda nomenclatura existente, de corpo espiritual, astral, etéreo, psíquico, superalma, equivalem à alma na Bíblia.
Quanto ao espírito, me admiro que espiritualismo e espiritismo não falem do espírito. Usam a palavra espírito, mas não definem, nem expressam nada de natureza espiritual. Não diferenciam espírito de alma. Percebi que se ocupam mais em justificar a ausência da morte com encarnações e vidas em outros planos, do que estudar a essência da vida.
       A vida Cristã é paz, justiça, salvação, ligação a Cristo, como uma igreja viva, um edifício espiritual. Como diz Paulo em Ef2: ‘não sois mais hóspedes, nem peregrinos, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, e cuja pedra angular é o próprio Cristo Jesus. É nele que todo edifício, harmonicamente disposto se levanta até formar um templo santo no Senhor. É nele que também vós entrais conjuntamente, pelo Espírito, na estrutura do edifício que se torna a habitação de Deus’. Este é o espírito da vida e do viver, que por sua vez, é o objeto do monoteísmo. E como fazer parte deste edifício se nem se sabe o que é espírito?


OUTROS CONCEITOS DE DEUS

Síntese: Entender Deus depende do conhecimento de cada um, em modo e grau.

Comentário:
       Entender Deus depende do modo (qualidade) como se ensina na tradição e cultura, e do grau (quantidade) de conhecimento que se dá. A cultura pode facilitar, dificultar e até inviabilizar o entendimento, e o grau pode acelerá-lo ou retardá-lo. Vê-se Deus de formas diferentes por causa do meio cultural, e assim surge o monoteísta, politeísta, panteísta, agnóstico, gnóstico, materialista, cientista, todos com focos diferentes.

           a) No meio cristão.
Os capítulos 1 e 2 do Gênese são muito importantes, pois a partir deles é que se vai entender quem é Deus. Eles podem ser interpretados de muitas formas, mas só uma é correta. Qual delas? Como é possível a Bíblia dar direções diferentes? Ocorre que ela é ‘sagrada’, ou seja, inspirado por Deus. Deus fala através de profetas e apóstolos por parábolas, metáforas e alegorias que permitem interpretações. Como não há unidade de interpretações, não há também unidade de igreja.
       Veja como um mesmo texto leva a caminhos opostos. Você se acha espiritualista ou materialista? Então analise o verso:
     Gn1,26, ‘Façamos o homem a nossa imagem e semelhança’.

Se você acha que Deus se parece com um homem, um ancião, você é materialista. Está centrado no homem, faz Deus semelhante ao homem, e vai interpretar a Bíblia com espírito (ideia) humanista. Se entender que Deus vive, ama, pensa, como o homem, e assim não tem forma, nem aparência, mas tem substância, então você vê o ‘ser’ espiritual, metafísico, e assim vai interpretar a Bíblia espiritualmente.
       A parte ‘Façamos o homem’ deste verso, também é polêmico. A interpretação aceita pelas igrejas é de que o verbo está no plural porque Deus é uma Trindade de Pai, Filho e Espírito Santo. Este assunto foi bastante discutido nos primeiros Concílios da igreja. A controvérsia era de que Pai, Filho e Espírito Santo são atributos de Deus, e ele não seria uma trindade, mas um Espírito Único e Santo. Um espírito monoteísta faz entender Deus monoteísta, enquanto um espírito conciliador (sincretista) faz entendê-lo trinitário.

           b) No meio judeu bíblico.
Quando os judeus foram cativos para a Babilônia absorveram conceitos religiosos deles. Acredito que os doutores judeus estudavam secretamente, e destes estudos surgiu o esoterismo judeu, mais tarde chamado Cabala (tradição). A Cabala é também usada no ocultismo, em sincretismo com astrologia, tarô, horóscopo, numerologia, que eram práticas religiosas da antiga Mesopotâmia.
       Dizem que em 135dC foi escrito o livro da criação (Sefer Yetzira ou Sefirot), acabado e publicado no Renascimento. Fala da criação e da relação de Deus com os homens conforme Gn1 e 2. A Árvore da criação é uma figura na qual se resume o livro. Ela contém os sete céus (para os cristãos é a hierarquia dos anjos). Acima está Deus, seguido de três trindades de anjos, que são os níveis intelectual (ou arquétipo, modelo), sensível (a criação), e a formação. Os anjos do nível intelectual são Keter (Trono) ou poder. Bina (Conhecimento, Ciência), o masculino, à direita, o braço forte. Cochmah (Entendimento, Sabedoria), o feminino, o sensível. Os anjos da criação são: Pechad (rigor, justiça), Chefed (misericórdia) e Tiferot (Beleza). Os da formação: Hod (domínio), Natsah (força) e Yesod (fundamento). O quarto nível o da manifestação: Malkut (ou o Reino de Deus).

Explicação dos triângulos ou trindades.
        O intelectual >> poder = conhecer (ciência) + entender (espírito)
        O sensível    >> beleza = rigor (justiça) + misericórdia (perdão)
        A formação >> fundamento = domínio + força
O poder depende de entender o que conhece.
O belo é fazer com consciência o bom uso da lei, sendo justo e perdoador.
No fundamento estão os conceitos de chefe e líder.
       O líder domina (conhece e entende) o que manda fazer.
       O chefe manda (força). Não precisa saber, nem dominar o que manda fazer.


TRINDADE

Síntese: Deus trino: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito, seria um conceito pagão?

Comentário:
       Os pagãos davam ‘notas’ aos valores intelectuais, e os associavam às figuras perfeitas, como o triângulo equilátero, o quadrado e o círculo. O triângulo era a forma de Deus, seus lados medem um, seu valor total é um, daí a Trindade são três iguais em um. Os três vértices são Keter, Bina, Cochmah (poder, ciência e sabedoria), que foram chamados de Pai, Filho e Espírito, mas Keter significa trono e não Deus Pai.

       A Bíblia confirma isto? Não. A Bíblia fala em Deus (Pai de Jesus e depois nosso por adoção), em Cristo (Filho de Deus em Jesus) e no Espírito (que é o amor de Deus). A Cabala judaica coloca Deus no Ain, lugar inacessível, acima da primeira trindade, mas os cristãos confundiram a sefira trono (Keter) com o Deus Pai. O trono não é Deus, é onde ele se assenta, e a criação é o escabelo dos seus pés quando está no trono. O Filho e o Espírito (Conhecimento ou Ciência e Entendimento ou Sabedoria) são os Querubins de plantão na porta do paraíso guardando a árvore da vida, pois Conhecimento + Entendimento = vida.


AS LEIS (NATURAL, MORAL, DE MOISÉS, DE DEUS E DOS HOMENS)

Síntese: Existe em nós uma lei natural dada pelos instintos e uma lei moral dada pela razão; e somos levados a caminhar no limite entre as duas.

Comentário 1:
       A lei natural é um conjunto de leis dadas por Deus através dos instintos e da genética, necessárias à adaptação e à sobrevivência. Representa a vontade de Deus para a criação. Por ela os animais e vegetais se equilibram naturalmente. Mas o homem por ser inteligente, com sua vontade desobedece e ultrapassa os limites da lei natural, e desequilibra sua natureza e o meio ambiente. O desequilíbrio é o pecado. Ele deixa o homem autoritário, egoísta, dominador, e quer sempre vencer. Desrespeita o próximo, oprime o fraco, destrói a natureza, e abusa dos dons de Deus. Os fracos se voltam para Deus procurando socorro, proteção, salvação e libertação, através da fé. A lei natural gera a ciência descoberta na natureza, e que forma o conhecimento científico do homem.
       O homem por ser racional possui naturalmente lei moral, ou seja, a capacidade de avaliar e julgar as coisas. A lei moral é a comparação da vontade do homem com a lei natural. Por vontade o homem extrapola as leis naturais, e a razão acusa estes excessos. Esta sensibilidade é a moral, e sua descrição são as leis morais. Ela faz distinguir o certo do errado, gerando o senso de justiça, colocando limites na vontade e nos instintos. Existe a lei moral oriunda da religião, ou seja, representa a vontade de Deus para o homem. Moisés resumiu e codificou a Lei Moral religiosa, que aqui eu chamo de Leis de Moisés. Esta serviu de guia para o povo Israelita, dando-lhe esperança de sobrevivência ao saírem do Egito. Até hoje serve a todos os homens com o mesmo objetivo.
       A lei de Deus é a lei Moral, ou de Moisés completada com os ensinamentos de Jesus, que mostrou a Sabedoria, o entendimento dessas leis com o Espírito Santo. Ela deve ser aplicada para o aprimoramento do homem, pois mostra os deveres (justiça) dos filhos de Deus que procuram a ‘santidade’. A aqui chamada de lei Moral, ou lei de Moisés interpretadas com o Espírito Santo é a lei de Deus.
        A lei dos homens se compõe das leis naturais acrescidas de outras criadas pelo estado. Ela dá senso de direito, e não de justiça.
       Partindo do princípio que se é livre, e com tantos regimes de leis, pode-se mudar de um regime para outro, conforme convém. Neste caso é necessário ter fé para crer que o novo regime será melhor. A fé é confiar no que não se sabe, não se vê, e não se realiza. A justiça do homem se baseia na fé de que a lei do homem pode resolver seus problemas. Mas esta lei que deveria socorrê-lo algumas vezes legaliza injustiças. Esta é a diferença entre a lei de Deus e a do homem. A primeira é imutável, pois não há legislador com poder de alterá-la, enquanto a outra é dinâmica, e o legislador pode mudá-la independente da moral. A Lei de Deus é moral e santidade, dever e justiça, enquanto a do homem é direito e legalidade. Por isso para se mudar de regime de lei não basta querer, precisa haver uma mudança (conversão) no modo de pensar, e de se comportar.

 

       Para a religião, a sociedade está entre a lei do homem e a Lei de Deus, e o comportamento que não atende a lei do homem é um vício. Se o vício for tolerado pela sociedade e legalizado como direito conquistado, haverá um rebaixamento da lei humana, degradação moral e queda na qualidade de vida. Se a maioria dos homens viver no regime de lei natural (instintiva), a população estará sujeita ao instinto da seleção natural, prevalecendo os mais fortes (os mais violentos). Ao contrário, quando se cumpre a Lei de Deus, os costumes se aprimoram, há melhoria na qualidade de vida, e o indivíduo que vive em virtude encontra a santidade e o Reino.
       A forma de manter a fé viva, sob a lei de Deus, é a oração. A oração liga a Deus, faz ver e entender as coisas (ocultas), que transforma ‘andar no escuro da fé’ em ‘andar à luz da fé’. Falo da religião verdadeira com oração, amor fraterno, paciência, compreensão, perdão e respeito (sem superstição e falsa ciência), e para tal é preciso se unir ao espírito de Cristo.
       A religião é a coroa da ciência. O homem não a entende porque ela está acima da ciência do homem. Ela é o entendimento correto da ciência, é a justiça e a sabedoria dada por Cristo.

Comentário 2:
A sociabilidade
       Deus deu aos seres vivos os instintos, que são leis para protegê-los. Uma delas os faz se agruparem em bandos para se defender, para procriação, e para fugir da solidão. O homem é um animal sociável porque ele se agrupa. Porém Deus tem uma lei especial para o homem, que é a lei moral. Esta faz com que se organize, e respeite os outros. Aquele menos ciente desta lei permanece como animal, uns mais brutos outros menos, outros civilizados pela educação e cultura. Mas aquele que procura respeitar a lei moral torna-se livre, pois é completado por ela. Perde o medo da morte, que não tem mais valor porque foi vencida por Jesus, assim não precisa dos instintos para se defender dela. Diz o salmo 23: 'O Senhor é meu pastor e nada me faltará... Ele unge minha cabeça com óleo, e meu cálice transborda'. Assim foram os profetas, e são os 'homens de Deus' (pecadores, mas que optaram por Deus).


OS SETE ESPÍRITOS E AS SEFIRAS

Síntese:
Fazendo a acomodação dos sete espíritos citados na Bíblia (anjos ou atributos) com a Sefer Yetzira (livro da criação) e Zohar (livro do esplendor), teremos:




Comentário 1:
       A partir desta tabela pode se aplicar o ensinamento do Livro Zohar, e estudar os caminhos espirituais que o homem recebe da luz divina de acordo com sua capacidade intelectual (seu mundo). 
      Devo lembrar que estes ensinamentos não são bíblicos, pois a Bíblia diz que diante do trono de Deus estão os sete espíritos que são as faces do único Espírito Santo de Deus, que é dado a quem pede. Ele faz crescer espiritualmente. Faz o homem reconhecer e confessar seu pecado, arrepender-se e mudar (converter-se) deixando de pecar aquele pecado (correção externa). Também incita o homem a perdoar quem o ofende (correção interna). Este é o mandamento de Jesus de amar a Deus e ao próximo.
 A Bíblia não referencia (idolatra) anjos, nem mostra uma hierarquia angélica como o livro Zohar e a igreja.

       Pode-se analisar os anjos subindo e descendo e em movimento lateral.

a- De baixo para cima:

O poder de Deus (sua luz) penetra desde o trono (Keter) até o homem no reino (Malkut) e daí sobe transformando-o, dando-lhe conhecimento e sabedoria, até à santidade.

A luz sobe e age no discípulo (mundo intelectual) da seguinte forma:
Faz o discípulo participar (estar) do reino.
Faz revelar esta luz de glória como um escudo, que socorre e cura pelo perdão.
Faz entender a perfeição de Deus e a vitória, que enche, completa, e dá descanso.
Faz ver a providência e a justiça. Capacita-o a dar apoio e o fortalece.
Faz ver a ciência e a razão, e experimentar a liberdade e o consolo.
Por fim o poder de Deus lhe dá santidade e ‘ser’.

A luz sobe e age no homem fiel (mundo sensível) da seguinte forma:
Dá a maestria e abertura à aprendizagem.
Que traz honra e equilíbrio pela ponderação e capacidade de assimilar as coisas.
Que traz realização pelo poder, e alegria pela beleza.
E gera consciência e generosidade, que é misericórdia e rigor.
Por fim o poder de Deus lhe dá o domínio das coisas pela sabedoria e inteligência.

A luz sobe e age no homem crente (mundo de formação) da seguinte forma:
Leva à dedicação e à entrega de si, e o torna um guia e pastor.
Dá domínio e fidelidade.
Que traz paz, força, liderança e precaução.
Que gera temor, benevolência e vontade de oração.
Capacita-o a conhecer e compreender as coisas.
Assim adquire entendimento e reanima sua criatividade.

A luz sobe e age no homem rude e infiel (homem do mundo) da seguinte forma:
Aumenta a fé e o amor fraterno no homem até que a vontade supera os instintos.
Gera nele ordem e perseverança, união e confiança.
Gera respeito e gratidão, bondade e dedicação.
Leva ao estudo da lei com paciência, que revela a lei, a prudência e o conselho.
Assim alcança a salvação.


b- De cima para baixo:

O poder de Deus (luz) desce e dá as bênçãos conforme o estado de cada um.

A luz desce e age no discípulo (mundo intelectual).
O poder de Deus dá o ser pela santidade. Que é ciência e razão, que liberta e consola. E gera providência e justiça, capacidade de apoiar e fortaleza. Que traz perfeição e vitória, que completa e dá descanso. Traz glória que é um escudo, e cura pelo perdão que é socorro. Faz o discípulo participar (estar) do reino.

A luz desce e age no homem fiel (mundo sensível):
O poder de Deus dá o domínio de tudo pela sabedoria e inteligência. Que gera consciência e generosidade que é misericórdia e rigor. Que traz realização pelo poder e alegria pela beleza. Que traz honra e equilíbrio pela ponderação e capacidade de assimilar as coisas. Que é maestria e abertura à aprendizagem.

A luz desce e age no homem crente (mundo de formação):
O poder de Deus reanima o crente e o torna criativo. Capaz de compreender e entender as coisas, e assim adquire conhecimento e longa vida. Que gera temor, benevolência e vontade de oração. Que traz paz, força, liderança e prevenção. Que traz domínio e fidelidade. Que leva à dedicação e à entrega de si, e o torna um guia e pastor.

A luz desce e age no homem rude e infiel (homem do mundo):
O poder de Deus dá a salvação, que leva à lei, à prudência e ao conselho.
Leva-o ao estudo da lei com raciocínio e paciência.
Gera bondade e respeito, dedicação e gratidão.
Fortalece a união, a confiança, e gera ordem e perseverança.
Que aumenta a fé e o amor fraterno até atingir a vontade e os instintos.


c- Caso misto. A luz sobe e ao mesmo tempo transforma o homem de rude para um outro estado. São vários caminhos. Por exemplo:

Um dos caminhos que transforma o homem rude em santo.

A luz sobe e age no homem rude e infiel (homem do mundo) e
Aumenta sua fé e amor fraterno até sua vontade superar seus instintos.
Gera nele ordem e perseverança, união e confiança,
Respeito e gratidão, bondade e dedicação.
Passa a sentir paz e temor que o leva à oração de gratidão.
Percebe o belo a generosidade e se impõe o rigor da lei como meio de contrição.
Dedica-se ao estudo da lei com paciência, e ela se revela.
Adquire a consciência de ser, a inteligência.
Que traz a verdade e a sabedoria, depois consolo, razão e santidade.


Comentário 2:
A linguagem dos anjos
       Em Pentecostes os apóstolos estavam reunidos quando desceu sobre eles o Espírito Santo, prometido por Jesus, e eles falaram em línguas estranhas (língua dos anjos) de forma que cada pessoa os ouvia na sua língua pátria. Paulo disse ser um dom do Espírito Santo, e até hoje se usa ‘falar em línguas’. Fazendo um paralelo, a tabela mostrada acima seria um ‘escrever em línguas estranhas’ onde:
- os mundos são os diversos tipos humanos em seu grau de conhecimento (em seu próprio mundo);
- as sefiras são as virtudes essenciais, e
- os caminhos são as virtudes conquistadas até se alcançar a virtude possível, conforme o grau de conhecimento de cada um.


Comentário 3:
Sobre o Livro Tikunei ha-Zohar (Livro da reconciliação, correção).
       Os gnósticos do tempo de Jesus diziam que a serpente tentou Adão e Eva, eles comeram o fruto do conhecimento, e lhes abriu a inteligência. Assim a serpente era um anjo de luz (mais tarde chamado de Lúcifer) que abriu a inteligência do homem. Desta ideia surgiu a heresia dualista (Maniqueísmo) dos deuses do bem e do mal, da qual Santo Agostinho foi discípulo, e a introduziu no catolicismo. Diziam que a serpente era a luz e Javé Deus era o chefe dos anjos maus.
       Para explicar como o mal entrou no mundo, os rabinos na Idade Moderna disseram que Deus fez (não criou) o homem com a ‘vontade de receber’. Ele recebia, mas não distribuía (tornou-se egoísta e avarento), então Deus criou ‘algo novo’ no homem, que foi a ‘vontade de dar’ (distribuir). Agora o homem precisa aprender a distribuir. Quando o homem consegue receber e distribuir plenamente, diz-se que ele ressuscitou.
       Estas teologias fundamentam-se no Antigo Testamento, mas não estão de acordo com o Espírito de Deus na Bíblia, pois Deus fez o homem bom, e o deixou no paraíso, mas ele desobedeceu, comeu o fruto do conhecimento, e tornou-se mau. Deus não criou o mal. Ele criou a árvore do conhecimento (do bem e do mal), para dar liberdade ao homem, pois só é livre quem pode escolher. O homem escolheu o mal e precisa reconhecer isto, arrepender-se, e voltar atrás (converter-se). Mas ele é teimoso (recalcitrante), e não quer mudar. Deus mandou seu Verbo e seu Espírito Santo (algo novo) em Jesus para orientar os homens que querem se converter, se conformar a Cristo, para Cristo renascer (ressuscitar) nele, e voltar à sua condição original.



Veja gráfico "evolução do homem"
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