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03 novembro 2011

cap 11: O Reino

O 11º MANDAMENTO

Síntese: Amai-vos uns aos outros.

Comentário:
        O homem está sempre querendo algo. Quando o obtém não se satisfaz, e passa a querer outro. Não sabe o que quer, nem o que lhe falta. Tem uma necessidade, e não sabe de que. Isto porque o homem precisa de Deus. Porque Deus é amor e vida, e isto é o que lhe completará. Amar é estar junto e conviver. Amar é compreensão, bondade, paciência e perdão. Tudo na vida deve ser feito com amor visando a boa convivência e a satisfação do outro. O interesse pessoal destrói o amor. Deve-se fazer o que é bom para o outro (e não para si), da melhor maneira, sem segundas intenções. Ser amigável, manso, atencioso e zeloso. Tratar todos como sendo mais importantes do que si, mesmo que pareça não ser.
        Amar é ajudar sem se sentir enganado ou prejudicado. E quando for enganado não se ofender, nem desistir de ajudar, pois só é ajuda se for sem interesses. Não espere nem mesmo gratidão. Procure corrigir as situações embaraçosas com simpatia, paciência e misericórdia.
        Amar é usufruir da liberdade de decidir sobre sua vida, e se for preciso apoiar o outro que decide sobre a dele, com liberdade. Amar também é se cuidar, se comportar, tratar da saúde, ter higiene, observar o modo de vestir, de falar, de sentar, de andar. Amar é praticar a boa educação e a civilidade, pois é assim que se respeita o próximo. Sem educação não há amor. Amar é respeitar a natureza. Amar é obedecer às regras, pois isto é justiça. Amar é não fazer o que é proibido. Amar é respeitar todos, até os que não merecem respeito. Amar é zelar pela saúde pública, cuidar do seu lixo, de seus animais, fazer silêncio. Conservar o bem público e o alheio, e cuidar do meio ambiente. Amar é cumprir os deveres, mais do que exigir os direitos, porque os direitos vêm do homem, mas os deveres vêm da justiça de Deus. Tudo isso é amor.
           O primeiro mandamento é amar a Deus, que significa ficar perto dele, para isso o homem deve se converter a cada dia, renunciar o mal e escolher o bem. Ele se completa quando se ama o próximo como a si mesmo, que significa perdoar o próximo sempre.

A NECESSIDADE DO HOMEM

Síntese: A preocupação diária faz esquecer Deus, e deixa vazio seu lugar no nosso coração.

Comentário:
        Deve-se evitar preocupação, para se ocupar na hora certa. O homem gosta de juntar ocupações, e dá muito valor a isso. Ele se sobrecarrega com ocupações e problemas para mostrar valores intelectuais, e termina não tendo tempo para Deus. Ele precisa melhorar sua avaliação, para dar o valor certo às coisas. Assim poderá colocar Deus em primeiro lugar na sua vida.
        Para isto é preciso: encontrar-se, refletir, encontrar Deus, e amar.

1- ENCONTRAR-SE - Descobrir o que é importante e prioritário em sua vida. Não se deixar levar por formadores de opinião, mídia e moda, porque o objetivo deles é: criar necessidades e estilos de vida, vender objetos, confundir as pessoas, e gerar violência.

2- REFLETIR - A reflexão faz se conhecer, e traz auto confiança.

3- ENCONTRAR DEUS - Ao se conhecer, vai descobrindo leis que mostram o certo e o errado, o que é modismos, e interesses escondidos. Vai descobrir os espíritos que animam cada coisa, e não se deixará ser guiado por eles.

4- RECONCILIAR-SE - Conhecendo o certo e o errado, escolhe-se o certo, e se corrige. Vai reforçar as boas amizades, e construir uma nova vida. Vai perdoar e pedir perdão. Vai respeitar tudo e todos. Vai ser humilde e simples sem ser fingido e simplório.

5- AMAR A DEUS E AO PRÓXIMO - Procurar primeiramente amar a Deus, pois o temor a Deus é o início da sabedoria, e amará o próximo com respeito, compreensão e paciência.


O REINO

Síntese: O reino de Deus é o estado de paz e descanso de espírito que se alcança quando cessam os desejos materiais.

Comentário 1:
       Vida espiritual é viver conforme (justo) um espírito, que pode ser bom ou mau. Os espíritos podem ser divino, humano e bruto (animal), e se apresentam como racional, emocional e instintivo, e seus estados são céu, mundo e inferno, respectivamente.
Resumindo:
               espírito divino é racional e está no céu
               espírito humano é emocional e está no mundo
               espírito animal é instintivo e está no inferno

        O homem está na posição mais elevada da escala animal, na transição entre o animal e o divino, entre o mundo e o céu. No estágio divino ele sobe ao céu, no humano ele está no mundo, e no animal ele desce ao inferno.
  - O céu é o estado de vida divino e racional, composto do Altíssimo (que é o lugar de Deus) e do Reino. O Reino é o lugar das pessoas separadas para Deus (salvas), lugar onde se escolhe viver em virtude temendo a Deus. É a Terra Prometida.
  - O mundo é o estado da vida natural, emocional e de sobrevivência. A pessoa pode frequentar a igreja, mas gosta das coisas do mundo, não renuncia, e não se converte.
  - O inferno é o estado de vida instintivo sem o Espírito de Deus, onde a pessoa 'está' viva, mas 'é' morta, pois sua alma é inconstante (pessoa de personalidade fraca). Onde a vida é falsa e manipulada para o mal.
        Chega-se ao Reino pela conversão, que é uma mudança de vida voluntária. A conversão dá uma visão do Reino pela paz, que é o descanso do espírito, que vem por se libertar da vontade de querer coisas materiais. Ao buscar o Reino, o homem se afasta, aos poucos, do mundo material, e ingressa no espiritual. Deus o sustenta, e ele passa a entender a vida verdadeira, e atinge a salvação, ou seja, separa-se das coisas do mundo por falta de desejo. Aproxima-se da perfeição pelo exercício da fé, mas para isso tem que crer, e provar, porque a pessoa é que testa a sua fé. A religião é uma ciência pessoal, é relação da pessoa com Deus. Pela teoria se crê até que nasce a fé. Com a fé se testa a crença pessoalmente. A fé depois de testada dá esperança, visão, comprova a crença, faz nascer a confiança na crença, consolida a crença, e faz assumir o lugar no Reino.
        A crença faz ver o mundo sob a ótica do espírito (do seu deus), por isto há muitas visões e crenças (porque há muitos deuses). Cada pessoa julga estar certa, mas só há uma verdade e um Deus. Quem estará certo? Aquele que tiver o Deus verdadeiro. Por isso a religião é a maior das ciências, pois é a única ciência que leva (poucas pessoas) à verdade absoluta.

Comentário 2:
Qualidade de vida.
        Reino de Deus é sinônimo de 'qualidade de vida', pois têm o mesmo ideal, que é a felicidade e bem estar do homem. A diferença entre os dois consiste em que hoje se procura qualidade de vida pela (deusa) tecnologia, se esquecendo de Deus. Mas a paz só se alcança através da santidade, com renovação do espírito através de atitudes de bem de cada um, e mudança de comportamento. Não se consegue a paz através de recursos tecnológicos, financeiros, nem por lei e direito. Note que os países com melhor qualidade de vida são aqueles onde há mais respeito entre as pessoas. E o respeito é algo espiritual e não tecnológico, financeiro, ou legal. Onde há Deus a qualidade de vida se supera.

Comentário 3:
Cristo é o Reino.
        O Reino é viver na justiça, que é o dever de fazer o bem, com paz, amor, saúde, e bons sentimentos. Cristo é o Reino que já está entre nós. Não é um Reino real, mas é verdadeiro, onde se vive pela fé. Porque a fé leva a este reino. No tempo antigo os Judeus acreditavam que depois da morte nada se podia fazer ou aprender, pois a vida se extinguia. Então pediam a Deus para chegar ao Reino ainda em vida. Jesus ensina isto nas parábolas do reino, como a do semeador, joio e trigo, rede cheia, tesouro escondido, fermento, festa das bodas, semente de mostarda, pérola, grão que germina sozinho, talentos, dez virgens, operários da vinha.
        Citações sobre o Reino:
1Cor 4,20 - O Reino de Deus não são palavras, mas atos.
1Cor 15,50 - Nem a carne, nem o sangue participam do Reino.
Cl 1,13 - Deus nos tira do poder das trevas, e nos introduz no Reino do seu Filho.
Lc17,20 - O Reino de Deus não virá de modo ostensivo, pois ele já está no meio de nós.
Mc 12,32-34 – Jesus vendo que o escriba falou sabiamente, disse-lhe: ‘Não estás longe do Reino de Deus’.
Mt 7,21 - Nem todo aquele que diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus.
Rm14,14-19 - O Reino de Deus não é comida e bebida, mas justiça, paz e gozo no Espírito Santo.


OS ELEITOS E A IGREJA

Síntese: Há sete tipos de igrejas, todos têm erros e acertos, mas é a fé que indica o eleito para a salvação. Não a igreja.

Comentário 1:
Devo diferenciar igreja e religião.
        Igreja é uma organização com regulamentos, doutrinas e seguidores. As doutrinas são interpretações bíblicas de seus fundadores.
        Religião é a ligação individual do homem com Deus. Ela depende da fé, dedicação e entrega de cada um. A religião é o relacionamento do homem com Deus independente da igreja, e das doutrinas.
        Existe pessoa religiosa e irreligiosa. A religiosa pode ser autêntica ou não (chamo de igrejeira). A autêntica é a que procura se ligar com Deus pela fé e oração. Tem sua fé, vive por ela, e se torna um eleito de Deus. A igrejeira dá mais valor à mística e dogmas que à religião. Liga-se mais à igreja que a Deus, e perde sua eleição. Há a igrejeira que procura conhecimento, mas não se satisfaz, muda de igreja, e se perde entre dogmas conflitantes.
        O Apocalipse é o livro da Bíblia escrito para a igreja. Ele revela (desmascara) a igreja. Diz haver sete igrejas, que simbolizam os tipos de igreja que sempre existirão. Em todas elas há vencedores e não vencedores, que são os religiosos e os igrejeiros.

Comentário 2:
Apocalipse, profecias para a igreja.
        As sete igrejas do Apocalipse são as sete faces da igreja, com seus pecados e virtudes. O pecado consiste em não obedecer a Deus, e ensinar conforme seus dogmas. As diferenças de dogmas das igrejas são seus erros, embora elas se acham melhores por causa deles. Uma igreja mostra o erro da outra, mas nenhuma ouve o que a outra diz, nenhuma quer se converter, e se corrigir.
                       O que a Bíblia diz disso?
Veja Jeremias (Jr8,4s) ‘Dizem: Somos sábios, e a lei do Senhor está conosco, e rejeitaram a palavra de Deus. Que sabedoria tem estes sábios?’

        O Apocalipse desmascara as igrejas, e chama à atenção para as diferenças, mas seus donos e dirigentes não aceitam. Tentam Deus para ver se sua misericórdia é mesmo eterna. Sabem que Deus sabe muito mais que eles. Deus enviou o Cristo, e suspendeu o juízo por um tempo, mas colocou limites à sua misericórdia, e programou o juízo para após o tempo da graça, tempo dado para a conversão dos teimosos. No tempo de Moisés, Deus não permitiu que os teimosos entrassem na Terra Prometida, agora fará o mesmo, e não deixará que eles entrem na Nova Jerusalém.
        No capítulo 12, menciona a mulher revestida de sol, sobre a lua, e coroada de estrelas. Deu à luz um Filho, e depois fugiu para o deserto. No capítulo 17, de volta ao deserto, encontra a mulher vestida de púrpura e escarlate, e adornada de ouro. Tinha o nome ‘Babilônia’, mãe da prostituição e das abominações da terra. E a mulher diz: ‘Estou no trono como rainha, e não viúva, e nunca conhecerei o luto’ (Ap18,7).
A mulher vestida do sol é a igreja santa, viúva, cheia de méritos, e a Babilônia é a igreja pecadora, que se exaltou, e subiu no trono como senhora e rainha.
        Para Deus só há um povo, uma só religião, mas para o homem há várias igrejas e vários pensamentos, que vêm da confusão humana do tempo da Torre de Babel.
Observação: Uma só religião não significa que os criadores dos diversos segmentos são encarnações de Deus, tornando tudo a mesma coisa, como dizem alguns. Muito ao contrário, significa que a diversidade é um erro das interpretações humanas, parciais e confusas, pois só há uma verdade.
        Os homens se criticam, e se condenam a cada instante, e isto contribui para mudar a humanidade (se desenvolver). Mas virá o tempo em que eles serão julgados definitivamente (Ap21), e se separarão. Os que procuram paz e vida verdadeira, são religiosos filhos de Deus, habitarão no Reino de Deus. Os que gostam de coisas diferentes, vida agitada, confusão, diversão, facilidade, oportunidade, são os filhos da terra, e habitarão na terra que gostam, pois a verdade leva à 'boa' separação, porque a verdade é o bem.
        Verifique o indicador de desenvolvimento humano (IDH) dos países. Aqueles de maior índice tem melhor qualidade de vida, não são o paraíso porque não querem, mas poderão ser se aceitarem a Deus.

Comentário 3:
A função da igreja.
       Como disse, a religião é a relação do homem diretamente com Deus, sem intermediação de igreja, santo ou anjo. Isto não quer dizer que não se precisa da igreja, ao contrário, precisa-se muito dela, mas sua função deve ser corrigida. A igreja é o local da fé, e ela deve ensiná-la como uma escola cujo livro texto é a Bíblia, e não ser regulamentadora da fé, pois a fé é dom de Deus. Ela deve evangelizar conforme os evangelhos, ensinar a oração e o louvor para fomentar a religião daquele que crê. Uma universidade forma o profissional, e o deixa livre para exercer sua profissão; enquanto a igreja quer se ligar à pessoa por toda a vida. Religião é uma coisa íntima, interior, particular, ligação sim, mas ligação com Deus.
       A função da igreja é ensinar a pessoa se ligar a Deus, e mudar seu comportamento, mas Deus é que faz mudar, e não a igreja. Viver é a religião da vida, e Deus é o Deus da vida. A religião faz a pessoa sentir prazer quando cumpre seu dever por livre iniciativa, pois eles são mandamentos de Deus. A forma de cumprir os mandamentos pode ser discutida na igreja, para que um aprenda com o outro a se relacionar com Deus. Neste processo a pessoa só participa da igreja para adquirir conhecimento até atingir o limite de sua capacidade, como na graduação escolar. Na religião o homem se forma quando o Cristo é moldado nele, então ele adquire sabedoria, assemelhando-se a Cristo, e se liberta do tempo. Porque não pode se libertar da igreja?


A VIDA ETERNA

Síntese: A vida eterna é viver na vontade de Deus, agora, e assim participar do Reino.

Comentário 1:
        As palavras agora e hoje são aplicadas em poucos versos da Bíblia, mas por sua importância Paulo explica em algumas cartas que elas querem mostrar a presença de Deus Vivo na vida. Que a vida deve ser (é) religião. Que tanto a vida quanto a religião só podem ser vividas no tempo agora, porque Deus está presente agora. Depois do agora só ficam alegria ou arrependimento.
        A vida eterna é uma sequência eterna de ‘agora’ na nossa vida. É viver agora usufruindo a liberdade (verdadeira) de escolher a santidade, o bem e as virtudes. Deus criou o homem à sua semelhança, puro como Ele, para viver a vida eterna no seu Reino. O homem se esquiva por causa da sua vontade diferente que prefere a vida real ao invés da verdadeira. Vida eterna é viver (nesta vida terrena) sob a vontade de Deus e sob seu domínio (Reino). Ela é um modo de vida estável e perfeito sob todos os aspectos que não pode ser melhorado. Este estado de maturidade não se sujeita mais ao tempo, pois seus padrões são ‘eterno’, ou seja, não sofrem mudança e levam a vida à perfeição. Tem as boas características da vida. Entre os jovens não é imaturo, e entre os velhos é sábio. Completo, não sente falta de nada. Sempre em paz e com alegria interior. Livre para ajudar e renunciar. Puro sem ser ingênuo. Fraterno, simples, humilde, satisfeito, seguro, confiante, paciente, compreensivo, enfim abastecido com os frutos do Espírito Santo.
        Ensina-se que a vida eterna é a vida após a morte, mas não é, porque assim ela seria parcial e não eterna. Ela é uma vida espiritual desde aqui na terra, alcançada pelo homem renascido em Jesus. Deve ser procurada, encontrada e vivida, agora, no tempo da graça, enquanto se tem a ajuda do Espírito Santo. A vida eterna deve ser ganha nesta vida conscientemente, vinda da misericórdia divina. A Bíblia ensina que após a morte se ressuscitará para o juízo final. Neste intervalo não se vive, não se faz nada, por isto deve se ganhar o reino agora, em vida, porque no dia do juízo se estará como morreu. Se alcançou o reino, foi dado por Deus! Se não? Que pena! Perdeu a oportunidade, e a vida passou.

Comentário 2:
A vida moderna.
        Quem vive no campo, ou em local separado, desfruta um pouco da vida eterna mesmo sem saber. Quando procura o conhecimento (seguindo Adão) migra para a cidade, e é tomado pelo progresso. Passa a viver uma vida artificial, corrida, infernal.

Comentário 3:
As virtudes.
        Gostaria de esclarecer conceitos ‘pejorativos’ dados a algumas virtudes. Por exemplo. Confunde-se humildade com baixa estima, pureza com inexperiência. Mas a virtude é conhecer o mal, e optar pelo bem. Conhecer o mal não significa praticá-lo, mas mesmo praticando-o, a virtude é voltar para o bem. Dizem que só é puro quem não conhece a impureza, e isto prova que o homem é mau por natureza (por causa do pecado de Adão). Mas a virtude é conhecer a impureza, e optar pela pureza. Na maldade optar pela bondade e inocência. Nos vícios optar pela virtude. Na desordem e caos optar por ordem e ciência. No ódio, intriga e guerra optar por amor e paz. No desrespeito optar pelo respeito. Na desobediência optar pela obediência. Na maldade do homem e o inferno que ela cria optar pela santidade e perfeição. Porque Deus é amor, Deus é Santo.
        Na linguagem religiosa. Jesus ensinou a Vontade de Deus que independe do tempo e da realidade, é a vida eterna. Para viver sob a vontade de Deus é preciso mudar sentimentos e comportamentos. Ex. Trocar tristeza por alegria, ódio por perdão, maus pensamentos por bons, etc. À medida que os sentimentos são trocados, as virtudes se fortalecem, e a pessoa se torna outra, mais alegre, saudável, disposta, em paz, com menos problemas, medos, dores, confusão, vivendo as belezas da vida eterna, que é o céu aqui na Terra.
        A vida eterna é a garantia que Deus dá de que a vida não será extinta da Terra. Senão a humanidade já teria se autodestruído, porque o individualismo leva à divisão, à disputa, à violência e à destruição. Porque o preço do pecado é a morte. Na vida eterna se está em comunhão, todos com um único pensamento, um só Espírito, o de Deus, que preserva a vida. Deve-se buscar a vida eterna, em união, na comunidade, nas ações e nos pensamentos, com o mesmo Espírito, valorizando as coisas comuns, renunciando aos valores individuais. Nós somos o corpo, o espírito deve ser o de Deus (a Santidade), seguindo os ensinamentos de Jesus, e assim espírito e corpo formam a alma de Jesus em nós.

Comentário 4:
Eternidade
        A eternidade é onde não existe tempo, e para chegar lá tem que negar a existência, deixar de existir e ‘estar’, e passar a ‘ser’. (Lembra-se? Penso logo existo.) O pensamento (ou alma, consciência) é a prova de que se existe. Deixar de pensar é deixar de existir, então se passa de ‘estar’ na realidade, para ‘ser’ eterno. Uma forma de se chegar consciente na eternidade é a oração, pois quando alguém, ou um grupo, pensa em Deus está em comunhão com Ele na eternidade (porque Deus é eterno). Então se desligue do mundo, e se achegue à vida eterna! Mas cuidado com falsos ensinamentos, pois pensar em santo, ioga ou anjo, se ligará com eles nos lugares deles (onde?), e não na vida eterna com Deus.
        Reino de Deus, Vida eterna, paz interior, paraíso, ausência de pensamento e renúncia, são sinônimos, e têm o mesmo sentido, que é a verdadeira paz. A experiência natural mais próxima da paz ou ausência de pensamento é a infância. Quanto mais criança menos consciência (pensamentos), e se é mais perfeito. Por isto Jesus disse que é preciso nascer de novo ou ser como criança, pois delas é o Reino dos céus. Muitos querem ser jovens, renovam o físico e o espírito, mas não renascem, e não encontram a paz, porque seguem o espírito da mídia. A paz consiste em negar tudo (negar existir, querer, desejar, ter, estar), mas só quando morre é que se consegue isto, e encontra a paz para sempre. Paz eterna, não mais vida eterna.

Comentário 5:
O tempo
        Há o tempo cronológico (Chronos) e o espiritual (Kairós). O Kairós não pode ser confundido com cultura, costume ou moda, porque estes se ligam ao espírito do mundo que só promove mudança aparente. O Kairós é o tempo agora que se liga ao Espírito Santo, que promove a mudança interior, e faz renascer nova pessoa. Dá pensamentos simples, objetivos, racionais, inteligentes e discernimento das coisas para escolher o que convém, aquilo que é a vontade de Deus. Faz viver fora do 'seu tempo' na vida eterna.


O PARAÍSO NA TERRA

Síntese: Deus criou o homem no paraíso, ele se perdeu, e agora precisa achá-lo.

Comentário:
        O paraíso é aqui na Terra, mas num tempo espiritual. Um estado de espírito, um modo de viver querendo fazer a vontade de Deus, viver para o bem, sem malícia. Quem vive a sua vontade, vive a vida do mundo, e se afasta de Deus. Precisamos viver no mundo, mas na vontade de Deus. Para alternar a vida entre o paraíso (vontade de Deus) e o mundo (nossa vontade) é preciso fé e fidelidade a Deus, e aceitar a correção com paciência, porque ela forma. A paciência é a ciência da paz interior, que suporta o mal até que passe (e ele passará), pois a paciência vence o mal com a esperança, e prova que o mal foi derrotado. Paulo diz em sua carta aos Hebreus (3,13- 4,10):
"Animai-vos mutuamente cada dia durante todo o tempo compreendido na palavra ‘hoje’, para não acontecer que alguém se torne empedernido com a sedução do pecado. Porque somos incorporados a Cristo, mas sob a condição de se conservar firme até o fim nossa fé dos primeiros dias, enquanto se nos diz: ‘Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações, como aconteceu no tempo da Revolta’.
E quais foram os que se revoltaram contra o Senhor depois de terem ouvido a sua voz? Não foram todos os que saíram do Egito, conduzidos por Moisés? Contra quem esteve indignado o Senhor durante quarenta anos? Não foi contra os revoltosos, cujos corpos caíram no deserto? E a quem jurou que não entrariam no seu descanso senão a estes rebeldes? Então, estamos vendo: foi por causa da sua descrença, que não puderam entrar. Enquanto, pois, subsiste a promessa de entrar no seu descanso, tenhamos cuidado em que ninguém de nós corra o risco de ser excluído. A boa nova (Evangelho) nos foi trazida a nós, como foi a eles. Mas a eles de nada aproveitou, porque caíram em descrença. Nós, porém, se tivermos fé, haveremos de entrar no descanso. Por isso, resta um repouso sabático para o povo de Deus. E ‘quem entrar nesse repouso descansará das suas obras assim como descansou Deus das suas’."
        Após a morte não há mais vida só haverá a ressurreição para o juízo final. O morto não pode se arrepender, nem se converter, e no estado em que morreu, despertará para o juízo. Então procure as bênçãos hoje, enquanto está sob o olhar de Deus. O que ganhar (de Deus) em vida é o que vai levar para o grande dia do juízo. Se ganhar o paraíso aqui na terra Deus manterá sua graça, tornando-o eterno.


JUÍZO FINAL

Síntese: O dia do juízo final é o dia em que se passa a viver no Reino, segundo a vontade de Deus.

Comentário 1:
        No princípio Deus criou tudo, e ‘agora’ sustenta a criação. Recria cada instante agora. Neste recriar há um juízo parcial com objetivo de reorientar a criação. O homem sofre a correção, não aceita a vontade de Deus, e acha que Deus não está presenciando seu sofrimento, para socorrê-lo. Diz que Deus é ausente e distante, o que não é verdade, pois este é o tempo da graça (Kairós), Deus está pertíssimo ensinando e guiando. O tempo de graça, é um pré juízo para nós, e as sentenças de Deus são boas para ensinar, guiar e livrar do mal. Ele quer que todos aprendam, para obter uma sentença favorável no juízo final.
        Na sociedade os iguais se atraem, formando grupos com o mesmo pensamento vindos do mesmo espírito. Assim se formam grupos de pessoas caridosas, de religiosos, de bons e de tementes a Deus, como também de maldosos, de bandidos, de pecadores, de viciados, de brutos. Também de artistas, de trabalhadores, de profissionais, de intelectuais, etc. Cada grupo tem seu espírito dominador, seu deus.
        No princípio, Deus criou todas as coisas (boas). Criou graças e benefícios para os homens deixando-os à disposição para serem descobertas e colhidas de acordo com a capacidade de cada um em descobrir e querer. Cada pessoa tem méritos e deméritos conforme o espírito que o guia para o bem ou para o mal, que lhe forma o querer, o entendimento, capacidade e visão. Cada pessoa colhe o benefício de acordo com suas intenções e entendimento, e sofre por falta dos benefícios que não escolhe. Numa visão humana, benefício para o mérito, e malefício para o demérito, mas para Deus, todos são iguais, e não há malefícios e benefícios. Tudo depende das intenções e escolhas. A dor é causada pela graça escolhida errada. Digo que as graças de Deus são como um banquete onde todo tipo de alimento é servido, todos bons e deliciosos, mas se alguém se serve erradamente vai sofrer as consequências. E este é o juízo diário, um juízo instantâneo, agora, pois Deus da vida é presente, não é passado, nem futuro, mas é vida e presença agora.
        Deus não é o responsável pelo mal que acontece, porque o homem é que o procura, e escolhe. As boas escolhas são bênçãos. As más escolhas são sofrimentos. Mas a melhor escolha é fazer a vontade de Deus, que é amar e respeitar (de verdade) o próximo, cujas bênçãos serão a paz, a alegria, e a vida.
       O entendimento de que o juízo final é após a morte, vem de que Deus aguarda o arrependimento e conversão até a hora da nossa morte, porque depois nada mais se pode fazer.

Comentário 2:
A evolução do homem e o juízo final.
         A conversão é feita em etapas. A primeira é o reconhecer-se pecador, e aceitar mudar o comportamento. Dizer que é pecador, e não querer deixar o pecado, não é conversão. Conversão é renunciar à vida que se leva para se ajustar ao novo modelo que é Jesus. As renúncias trazem tentações e provações, e a pessoa evolui espiritualmente quando as resiste. Quando se chega à maturidade espiritual há uma provação final, que é o juízo final, onde a fé da pessoa é provada em várias etapas. São os selos, as trombetas e as taças do Apocalipse. Durante estas provações a pessoa vai entender as contradições da Bíblia, tal como: os dois batismos, as duas ressurreições, os dois poderes (Deus e o demônio), as duas vindas de Jesus, as duas vidas (terrena e espiritual), as duas Jerusalém, os dois Adão, a salvação, o reino e outras coisas.
           Há na Bíblia sementes de doutrinas pagãs e gnósticas (esoterismo) que encontrando solo adequado germinam no coração do homem, dão origem às heresias, e revelam as intenções do coração infiel. Estas sementes foram colocadas por Deus para servir de tropeço àqueles que não o servem por amor, e assim Ele julga pela fé e não pelas obras, pois a salvação vem pela fé. Assim separa o joio do trigo.

            Os fiéis:
                      Ressuscitarão com Cristo
                      Conhecerão a verdade
                      Terão a liberdade total
                     Conhecerão a santidade e o ‘ser’
                     Gozarão da vida eterna na Nova Jerusalém.

            Os infiéis conhecerão:
                    Morte espiritual
                    Sofrimentos materiais
                    Vida dependente
                    Não ‘ser’
                    Vida infernal


O SOFRIMENTO DOS JUSTOS

Síntese: A opção de vida de algumas pessoas pode ser a causa do sofrimento de outras que nada têm a ver com isso.

Comentário 1:
Ninguém é justo.
        Diz-se que é comum uma pessoa boa viver sofrendo. Para o homem há pessoa boa, mas para Deus ninguém é bom nem justo, e o sofrimento é consequência das escolhas que faz. O homem natural age por instintos e por desejos, e certamente isto traz sofrimento para ele, e para os outros. O sofrimento do injusto é explicado pela sua injustiça, mas como explicar o sofrimento do justo? A Bíblia diz que não há ninguém bom ou justo. Pode haver pessoas que se esforçam para ser, e então são consideradas justas. Este 'justo' pode sofrer por quatro motivos: por seus erros, pelos erros dos outros, por estar sendo provado (é o caso de Jó), ou como exemplo para a conversão de outros (é o caso de Jesus). Mas o maior sofrimento de quem quer ser justo é conviver com a injustiça. O bom conviver com o mau. O honesto com o desonesto. O simples com o soberbo. O sábio com o tolo.
        Quem compreende ama, quem ama perdoa, quem perdoa justifica, e justificar é desculpar o erro do injusto. Isto foi o que Jesus fez, e nos pede para seguir seu exemplo. Assim o justo sofre porque não aprendeu a compreender, amar e perdoar, mas quando aprender deixará de sofrer, por saber que esta é sua missão. Se não aprende é injusto, embora se ache justo.
O justo deve imitar Cristo, e servir de modelo para quem o odeia. Assim, quem sabe, o que odeia possa entender o amor, e mudar. Entender que perdoando a vida fica mais fácil de ser vivida. Ainda mais, se ele perceber que apesar de sofrer, o justo tem paz.

Comentário 3:
Coletânea de textos das cartas do apóstolo Paulo falando das perseguições que sofreu. Observe a reação dele ao sofrimento.

Na carta aos Hebreus (Hb11,33) Paulo fala da fé e da injustiça. ‘Graças à sua fé conquistaram reinos, fizeram a justiça, viram se realizar as promessas. Taparam bocas de leões, extinguiram a violência do fogo, escaparam da espada, venceram enfermidades, foram corajosos na guerra, e fizeram fugir exércitos estrangeiros. Devolveram vivos às suas mães os filhos mortos. Alguns foram torturados por recusarem ser libertados, movidos pela esperança de uma ressurreição gloriosa. Sofreram escárnio, açoites, cadeias e prisões. Foram lapidados, massacrados, serrados ao meio, mortos a fio da espada. Andaram errantes, vestidos de pele de ovelha e de cabra, necessitados de tudo, perseguidos e maltratados, homens de quem o mundo não era digno! Refugiaram-se nas montanhas, nas cavernas e em antros subterrâneos. E, no entanto, estes mártires da fé não conheceram a realização das promessas!’.

Na carta aos Hebreus (Hb12,7), ele diz: ‘Estais sendo provados para vossa correção: é Deus que vos trata como filhos. Qual é o filho a quem seu pai não corrige? Mas se permanecêsseis sem a correção que é comum a todos, seríeis bastardos e não filhos legítimos. Aliás, temos na terra nossos pais que nos corrigem, e no entanto, os olhamos com respeito. Com quanto mais razão nos havemos de submeter ao Pai das almas, o qual nos dará a vida? Os primeiros nos educaram para pouco tempo, segundo a sua conveniência, ao passo que este o faz para nosso bem, para nos dar sua santidade. É verdade que toda correção parece, de momento, antes motivo de pesar que de alegria. Mais tarde, porém, granjeia aos que por ela se exercitaram o melhor fruto de justiça e de paz’.

Na carta aos Coríntios (1Cor4,9) diz: ‘Porque, ao que parece, Deus põe todos os apóstolos na última classe dos homens, sentenciados à morte, visto que fomos entregues em espetáculo ao mundo, aos anjos e aos homens. Nós estultos por Cristo, e vós sábios em Cristo! Nós fracos, e vós fortes! Vós, honrados; e nós, desprezados! Até esta hora padecemos fome, sede e nudez. Somos esbofeteados, somos errantes, fatigamo-nos, trabalhando com as nossas próprias mãos. Se Insultados, abençoamos; perseguidos, suportamos; caluniados, consolamos! Chegamos a ser como que o lixo do mundo, a escória de todos até agora’.

Na carta aos Coríntios (2Cor6,4) mostra as diversas faces do seu sofrimento, diz: ‘Mas em todas as coisas nos apresentamos como ministros de Deus, por tribulações constantes, nas misérias, nas angústias, nos açoites, nos cárceres, nos tumultos populares, no trabalho, nas vigílias, nas privações. Pela pureza, pela ciência, pela longanimidade, pela bondade, pelo Espírito Santo, por uma caridade sincera, pela palavra da verdade, pelo poder de Deus. Pelas armas da justiça ofensivas e defensivas, através da honra e da desonra, da boa e da má fama. Tidos por impostores, somos, no entanto, sinceros; por desconhecidos, somos bem conhecidos; por agonizantes, estamos com vida; por condenados e, no entanto, estamos livres da morte. Somos julgados tristes, nós que estamos sempre contentes; indigentes, porém enriquecendo a muitos; sem posses, nós que tudo possuímos!’.

Na carta aos Coríntios (2Cor7), diz: ‘agora me alegro, não porque fostes entristecidos, mas porque esta tristeza vos levou à penitência. Pois fostes entristecidos segundo Deus, de modo que nenhum dano sofrestes de nossa parte. De fato, a tristeza segundo Deus produz um arrependimento saudável do qual ninguém se arrepende, enquanto a tristeza do mundo produz a morte’.

Na carta aos Romanos (Rm8,35), diz: ‘Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada? Realmente está escrito: ‘Por amor de ti somos entregues à morte o dia inteiro; e tratados como gado destinado ao matadouro (Sl 43)’. Mas, em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou.’

A conclusão pode se tirar na carta (2Cor4,16), que diz: ‘É por isso que não desfalecemos. Ainda que nosso homem exterior se desconjunte, nosso interior se renova de dia para dia. A nossa presente tribulação, momentânea e ligeira, proporciona um peso eterno de glória incomensurável. Porque não miramos coisas que se veem, pois são temporais, e as que não se veem são eternas’.


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